A história do Rômulo realmente me impressionou. Não importa o que você pensa sobre o uso de hidroxicloroquina para Covid-19. O roteiro desta checagem da @agencialupa foi o seguinte (segue o fio):
1 - alguns médicos defendem o DIREITO ao uso, alegando a existência de algumas evidências (estudos) favoráveis, reconhecendo que os estudos não são definitivos, mas indicando que na ausência de tratamentos bem estabelecidos deve se ter o direito de usar o arsenal disponível.
2 - A @agencialupa diz que os médicos usaram informações falsas. Nega que exista evidência na literatura médica a favor do “tratamento precoce” e indica (importante) randomização e duplo-cego como características principais de um “estudo científico que usa metodologia rigorosa”
3 - Cita quatro estudos como sustentação da checagem: três da @NEJM e um publicado na @TheLancet . Dois não eram duplos-cegos (e um deles a @agencialupa afirmou explicitamente que era).
Erra também na descrição de outros aspectos das metodologias e das conclusões dos estudos.
Por exemplo: sobre o "Hydroxychloroquine with or without Azithromycin in Mild-to-Moderate Covid-19" a @agencialupa disse que "a droga foi administrada quatro dias depois de essas pessoas serem expostas ao vírus".
Na verdade foi até 14 dias após o COMEÇO DOS SINTOMAS.
4 - Poderiam ter sido erros inocentes, mas Rômulo (um bancário que percebeu estes e outros erros na checagem da Lupa e que procurou a Gazeta do Povo como último e desesperado recurso) mandou duas mensagens para o email indicado pela agência para que os leitores apontem correções.
As correções indicadas por Rômulo (estas e outras) foram solenemente ignoradas pela agência, que manteve os equívocos. Se era possível que o checador da @agencialupa tenha se embananado inocentemente, deixa de ser aceitável que o erro não tenha sido desfeito após comunicado.
Aconteceu o mesmo comigo. A @agencialupa vem ignorando as diversas mensagens que já enviei (por e-mail ou marcando a @ctardaguila e a própria Lupa) quanto a uma checagem incorreta publicada pela agência sobre os dados de "assassinatos de LGBTs no Brasil"
Não importa se você acha que tratamento precoce é charlatanismo, se você acha que as pesquisas a favor das tais substâncias são de baixa qualidade ou se você acha que fazem mal.
É inadmissível que uma agência de checagens minta sobre diversos aspectos dos estudos que usa como referência e que mantenha os erros após ser corretamente corrigida, com provas, mais de uma vez.
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“Homem e mulher não existem: gênero é construção social”, este mantra indicativo claro de déficit cognitivo poderia ser satisfatoriamente substituído por:
“Martelo e alicate não existem: nomes de ferramentas são construções sociais”
“Manga carlotinha e manga rosa não existem: variedades de fruta são construções sociais”
Na nova matéria do @david_agape_ , escrita em colaboração comigo, falamos sobre alguns erros cometidos por agências de checagem brasileiras no contexto do Covid-19 e sobre a postura destas agências ao serem questionadas diante dos equívocos.
Um dos nossos entrevistados encontrou erros factuais e imprecisões em uma checagem da @agencialupa sobre o uso de hidroxicloroquina como tratamento contra a Covid-19.
Foi o bancário Rômulo Araújo quem procurou a reportagem da @gazetadopovo para contar sua história.
Ao perceber as falhas, ele tentou primeiro advertir a agência, mas a Lupa nem respondeu nem alterou as alegações. Tentou contato com a @factchecknet , órgão internacional responsável pela certificação e fiscalização da atuação de diversas agências, inclusive a Lupa. Sem sucesso.
@agencialupa Apaga essa errata e faz outra, porque essa aí ficou tão bosta quando a primeira.
@agencialupa Vou sugerir a errata correta. Vocês apenas copiem e colem. Prestenção nos próximos tuítes.
@agencialupa ERRAMOS: Sugerimos equivocadamente e com base em fontes sem nenhuma credibilidade que determinados vocábulos e expressões correntes da língua portuguesa tivessem etimologia e significado racista.
Tudo começou com a @agencialupa e a @DefensoriaBahia mentindo desavergonhadamente sobre a etimologia e semântica (que são dois domínios distintos do saber linguístico, aliás) de palavras como "mulato" e "doméstica".
Aí eu resolvi mentir descaradamente igual que nem a @agencialupa e inventar umas etimologias bem arretadas de discriminatórias para expressões como "pegue o pombo" e "tomar vergonha na cara".