1/7 - Pra começar bem o fim de semana, e não perder o hábito, aí vai mais em depoimento histórico de Elza Soares - #ElzaVive
"Um dia descobri que cantava.
O meu filho mais velho João Carlos estava morrendo e eu já tinha perdido 2 filhos e não queria perder mais um.
2/7 - "Eu não tinha dinheiro pra cuidar do meu filho e ouvi no rádio que o programa do Ary Barroso de calouros Nota 5, estava com o prêmio acumulado. Não sei como, mas eu sabia que ia buscar esse prêmio!
Fiz a inscrição e me avisaram que eu precisava ir bonita.
3/7 - "Mas eu não tinha roupa nem sapatos, não tinha nada! Então, eu peguei uma roupa da minha mãe, que pesava 60kg e vesti, só que eu pesava 32kg, já viu ne? Ajustei com alfinetes.
Tudo bem que agora é moda ne? Hoje até a Madonna usa, mas essa moda aí fui eu que comecei viu?
4/7 - "Alfinetes na roupa é muito meu, é coisa de Elza!
No pé coloquei uma sandália, que a gente chamava de “mamãe tô na merda”, e fui!
Quando me chamaram, levantei e entrei no palco do auditório. O auditório tava lotado, todo mundo começou a rir alto debochando de mim
5/7 - "Seu Ary me perguntou:
- O que você veio fazer aqui?
- Eu vim cantar
- Me diz uma coisa, de que planeta você veio?
- Do mesmo planeta seu, Seu Ary
- E qual é o meu planeta?
- Planeta Fome
Aí, todo mundo que estava rindo viu que a coisa era séria e sentaram bem quietinhos.
6/7 - "Cantei a música "Lama", o gongo não soou e eu ganhei, levei o prêmio, e meu filho está vivo até hoje, graças a Deus!
De lá pra cá, sempre levo comigo um alfinete.
Naquela época eu achava que se tivesse alimentos pros meus filhos, não teria mais fome.
7/7 - "O tempo passou e continuei com fome, fome de cultura, dignidade, educação, igualdade e muito mais. Percebo que a fome só muda de cara, mas não tem fim.
Há sempre um vazio que a gente não consegue preencher e talvez seja essa mesma a razão da nossa existência."
Elza Soares
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1/13 Texto dela, Elza Soares.
A COPA QUE NÃO COMEMOREI
"Além de ter sido um período muito difícil para o Brasil, a ditadura militar foi quando tive minha casa metralhada. Estávamos todos lá: eu, Garrincha e meus filhos. Os caras entraram, metralharam tudo e nunca soube a razão
2/13 Era 1970, já tínhamos recebido telefonemas e cartas anônimas, nos sentíamos ameaçados e deixamos o país. Acredito que fizeram isso por conta do Garrincha, mas também por mim, pois eu era muito inflamada e então, como ainda hoje, de falar o que penso.
3/13 Eu andava muito com o Geraldo Vandré e devem ter pensado que eu estava envolvida com política. Mas eu sou uma operária da música, e qual é o operário que não se revolta?
1/6 Texto pra Elza
por Chico Buarque de Holanda
“Se acaso você chegasse a um bairro residencial de Roma e desse com uma pelada de meninos brasileiros no meio da rua, não teria dúvida: ali morava Elza Soares com Garrincha, mais penca de filhos e afilhados trazidos do Rio em 1969.
2/6 Aplaudida de pé no Teatro Sistina, dias mais tarde Elza alugou apt. na cidade e foi ficando, ficando e ficando. Se acaso vc chegasse ao Teatro Record em 68 e fosse apresentado a Elza, ficaria mudo. E ficaria besta qdo ela soltasse gargalhada e cantasse: “Elza desatinou, viu”.
3/6 - Se acaso você chegasse a Londres em 1999 e visse Elza Soares entrar no Royal Albert Hall em cadeira de rodas, não acreditaria que ela pudesse subir ao palco. Subiu e sambou “de maillot apertadíssimo e semi-transparente”, nas palavras de um jornalista português.
1/16 - Agora, sentem, peguem um sanduíche bem farto de mortadela e uma Coca-Cola família, porque Lula vai falar das relações Brasil e Estados Unidos. Sigam a sequência...
2/16 - “Tenho clareza do papel histórico dos EUA. Muitas coisas que acontecem no Brasil dependem menos da ingerência dos Estados Unidos e dependem mais do complexo de vira-lata da elite brasileira. É ela que permite, que, muitas vezes, chama esses golpes para dentro do Brasil. ”
3/16-“É isso historicamente. Qdo se dizia q os EUA tinham participação no golpe de 64 todo mundo q dizia isso era chamado de conspirador. Aí vem a informação, o telefonema do embaixador americano recebendo ordem do presidente Kennedy pra fazer o q tinha q fazer aqui no Brasil”
1 - Aqui, na sequência, uma seleção de momentos da entrevista de Lula à mídia progressista, hoje. Essas que se seguem foram respostas do ex-presidente-quase-futuro ao jornalista Rodolfo Lucena, do Tutaméia
2 - Lula: “O que os EUA precisam aprender é que o Brasil não é serviçal deles. O Brasil é um país soberano, que define a sua política externa e, da mesma forma que o Brasil respeita a política externa dos EUA, nós queremos que ele respeite a política externa do Brasil. Só isso.
3 - Nós não somos quintal de ninguém. Vale para EUA, para China, para Rússia, para Índia e vale para Guiné Bissau. Respeito é bom, a gente gosta de dar e a gente gosta de receber. É isso que eu posso falar para os EUA. A gente não vai aceitar, como eu não aceitei, interferência”
1 - Entrevista Lula. Laura Capriglione aborda a invasão de terras pelo Agro negócio e pergunta "Dá pra contar com uma polícia de tolerância zero com o genocídio negro e a invasão terras indígenas pelos agentes do Agro e da mineração?".
2 - Resposta de Lula: "A gente fará de tudo para acabar com esse negócio de genocídio de negros. Precisamos ter a coragem de dizer que os indios não são os intrusos, e que nós é que somos os intrusos. Para garantir essas coisas que vc pediu, precisamos mudar o papel do estado.
3 - Lula: "A violência é originária da ausência do Estado no cumprimento de suas obrigações com a comunidade. É preciso a gente discutir o papel do Estado no cumprimentos de suas funções}]] sociais com a sociedade brasileira".
1/6 - Graças ao traquejo de 37 anos de organização popular, o MST pôde distribuir + de 6 mil toneladas de alimentos e 1.150.000 marmitas durante a pandemia em 24 estados. Só o "Natal Sem Fome " doou alimentos de quintais, hortas e roçados
de agricultores solidários para 250 mil.
2/6 -Esse é o Brasil que poucos brasileiros conhecem. O Brasil com liderança, que se preocupa com o coletivo, contempla todos, que socorre, mesmo quando o governo já havia parado de enviar suprimentos, e os desassistidos da catástrofe só podiam contar com ações solidárias.
3/6 - Uma rede de pessoas, organizações parceiras e milhares de voluntários se engajou na causa de amenizar a fome do país em que 5 de cada 10 lares não têm comida garantida na mesa. Uma ironia de mau gosto para a Nação que se vangloria de ser uma das potências agrícolas do mundo