O que está acontecendo em Israel🇮🇱? Foi uma das perguntas que mais recebi semana passada. Alguns pontos:
🔹Cobertura vacinal (totalmente vacinados): 66%
🔹10% da população 60+ permanece desprotegida
🔹Flexibilizações + chegada de uma variante muito transmissível
E tem mais🧶👇
Segundo o site @OurWorldInData percebemos que houve uma grande desaceleração da vacinação em Israel🇮🇱 ali por Abril de 2021, tanto para a 1ª quanto para a 2ª dose. O país vinha numa aceleração exemplar, e essa estagnação é um fator importante para o cenário atual
Outro ponto importante: flexibilizações e camadas de proteção. Ainda em Abril/21, Israel já tinha revisado a obrigatoriedade do uso de máscaras em alguns locais públicos. Em Nov/21, Israel já estava revento também algumas questões relativas ao turismo
Num cenário de altas flexibilizações, graças a uma cobertura de 66% para duas doses, Israel não vê um aumento de óbitos na mesma proporção que se vê de casos. Os casos graves entre totalmente vacinados (🔵) seguem inferiores comparado com os não vacinados (🔴_)
Temos também uma questão relativa a BA.2, uma sublinhagem da #Omicron: ela parece ser cerca de três vezes mais infecciosa do que sua "irmã", a BA.1, segundo a @WHO . Num cenário como o de Israel, é esperado ver uma alta nos casos. timesofisrael.com/israels-seriou…
Sendo assim, acho que é importante pontuar algumas coisas sobre esse cenário em específico:
🔹Como o @schrarstzhaupt tanto repetiu, a cobertura vacinal não pode estagnar num número. Temos que seguir imunizando ao máximo da população-alvo
🔹Israel FOI um país com uma das maiores taxas de vacinados, principalmente na primeira metade de 2021. Depois de estagnar, vimos outros países passarem na frente, porém essa frase parece que permaneceu na mente de algumas pessoas
🔹Se mantivermos a transmissão do vírus alta (e conseguimos isso ao falhar na adesão de medidas protetivas, como o uso de máscaras em locais com pessoas de fora do convívio domiciliar), estaremos dando oportunidades para o vírus criar novas variantes.
🔹Não temos um indicativo de que a Omicron será a última variante de preocupação da COVID-19, tampouco que o cenário atual é uma entrada para endemia. E mesmo se for, isso também é preocupante, pelos motivos abaixo:
🔹Precisamos agir alinhados, em coesão. Todos precisam usar máscaras e devemos ter políticas públicas voltadas para isso. Todos precisamos somar proteções sempre que possível, e isso não nos impede de fazer a vasta maioria das atividades que fazemos
E quando falo em proteção, me refiro a:
🔹Uso de máscaras, preferencialmente PFF2 em ambientes principalmente (mas não somente) fechados
🔹Combinar sempre que possível com distanciamento físico e ambientes bem ventilados
🔹Vacinação. Complete seu esquema e busque o reforço!
Recomendo fortemente o fio (e o perfil) de @sailorrooscout que abordou recentemente esse tema:
É uma questão de tempo até um surto maior ocorrer.
O @CDCgov confirmou, essa semana, 4 casos humanos de gripe aviária (H5N1) no Colorado🇺🇸, com a possibilidade de um 5º caso que ainda será confirmado, após exposição a aves infectadas em granja 🔻
Segundo o @CDCgov "todos os trabalhadores que testaram positivo relataram doença leve. Os trabalhadores relataram conjuntivite e lacrimejamento, além de sintomas mais típicos da gripe, como febre, calafrios, tosse e dor de garganta/coriza"
Porém, H5N1 é um vírus perigoso...
Primeiro, a partir dos dados que temos dos últimos anos, sua letalidade é alta.
Segundo, o H5N1 é capaz de infectar o encéfalo🧠 e parece fazer isso com mais frequência que outros influenza
Gripe aviária: novos dados apontam que o vírus H5N1 responsável pelo surto em bovinos nos EUA apresenta adaptações capazes de facilitar a infecção e transmissão em mamíferos.
Já passou da hora de reconhecermos o crescente risco pra saúde pública dessa doença - fio🔻
RESUMO DOS ACHADOS:
1⃣a cepa de H5N1 que infectou bovinos (🐄-H5N1) pode induzir doença grave após ingestão oral ou infecção respiratória;
2⃣em ambos os casos, pode levar à disseminação sistêmica do vírus para diferentes tecidos do corpo
3⃣🐄-H5N1 pode ser transmitido de roedoras lactantes para seus filhotes, mas não para animais adultos com os quais tenham contato direto
4⃣uma possível explicação: em furões, o ➡️🐄-H5N1 não foi capaz de se transmitir de forma eficiente pela via respiratória (gotículas)
Em 2024, o Brasil viu uma epidemia de dengue sem precedentes na sua história. As regiões das Américas concentraram a maioria dos casos, com destaque para o Brasil, com mais de 80% dos casos registrados
O que nos levou a isso? Fio do dia 🔻
O dado acima foi compartilhado pelo @ECDC_EU reforçando a grande ameaça à saúde pública que as arboviroses (vírus transmitidos por insetos) trazem, com riscos para grandes epidemias, impactos socioeconômicos e sobre o sistema de saúde
Até abril de 2024, a @WHO registrou mais de 7,6 milhões de casos suspeitos de dengue em todo o mundo, com mais de 3 mil óbitos. Aumento ocorreu especialmente na região das américas (90% dos casos notificados), com destaque para o Brasil (+80% dos casos)
Alegações tem sido feitas por conta de um artigo recente, mas além de o artigo não comprovar a existência do risco, ele também tem tantos fatores de confusão que me surpreende ter sido publicado
Então respira, e vem de fio 🔻
O artigo utilizou dados de mais de 558 mil indivíduos de Seul 🇰🇷, divididos em dois grupos: vacinados e não vacinados
A ideia era analisar se há associação com o comprometimento cognitivo leve, que pode ser visto anterior ao desenvolvimento de demências, como Alzheimer
Os pesquisadores então analisaram os registros entre 2020 e 2021. Importante notar: as campanhas de vacinação em Seul começaram em 2021.
Isso faz com que o número de pessoas com 2 doses seja pequeno, comparado ao tamanho inicial da amostra
Li e tenho algumas questões importantes:
- Mesmo pessoas fora de grupos prioritários e até mesmo que tiveram Covid-19 leve, podem desenvolver sequelas pós-Covid;
- Sequelas pós-Covid podem ser duradouras, reduzirem a qualidade de vida e trazer riscos à saúde;
Nessa parte de um fio recente, trago alguns dados recentes quanto as informações sobre sequelas pós-Covid. Não só há um risco de morte permanecendo elevado, como há uma perda significativa da saúde como um todo.
Portanto, me preocupa não termos ainda uma construção de políticas públicas para a Covid longa. Sabendo dos seus riscos, da prevalência estimada em outros países, poderíamos já estar ao menos com políticas instituídas para reduzir riscos de contaminação com vírus respiratórios
Se tu passar por manchetes sugerindo que a vacinação contra Covid-19 ajudou a aumentar o excesso de óbitos, saiba que não é o que o estudo original sugere: o excesso de mortes “permanece elevado” APESAR do uso de vacinas (e outras medidas). Sem essas medidas, seria ainda maior🔻
O artigo original está no link abaixo e conclui: "o excesso de mortalidade permaneceu elevado no mundo ocidental durante três anos consecutivos, apesar da implementação de medidas de contenção e das vacinas contra a COVID-19."
O artigo tem limitações importantes e deixa de lado a quantidade de mortes que foram evitadas graças a vacinação. Ainda, a circulação persistentemente alta do vírus, pelo enfraquecimento das medidas mitigatórias, pode estar por trás desse excesso.