Herói de três nações: há 110 anos nascia Apolônio de Carvalho. Apolônio lutou na Guerra Civil Espanhola, combateu os nazistas na Segunda Guerra Mundial e lutou contra a ditadura militar brasileira. Foi membro fundador do PT e preencheu a 1ª ficha de filiação do partido.
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Apolônio nasceu em Corumbá, MS, em 9 de fevereiro de 1912, filho de um militar sergipano e de uma dona de casa gaúcha. Foi cadete da Escola Militar do Realengo, onde foi influenciado pelo movimento tenentista, passando a se interessar pelos ideais revolucionários.
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Serviu como oficial de artilharia do exército em Bagé, onde travou contato com a Aliança Nacional Libertadora (ANL) — frente política antifascista que fazia oposição ao integralismo. Em novembro de 1935, Apolônio participou do Levante Comunista.
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A insurreição foi debelada pelas forças legalistas, resultando na prisão dos militantes da ANL. Sob o comando de Filinto Müller, o governo Vargas instituiu uma brutal repressão contra os comunistas. Apolônio foi preso e enviado para a Casa de Correção do Rio de Janeiro.
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Na prisão, conheceu Luís Carlos Prestes, Olga Benário e Graciliano Ramos (que descreve a experiência no livro "Memórias do Cárcere"). Em junho de 1937, após a destituição de sua patente e subsequente expulsão do exército, Apolônio foi libertado.
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Após se filiar ao Partido Comunista do Brasil (antigo PCB), Apolônio ingressou nas Brigadas Internacionais ao lado de outros 20 brasileiros e partiu para a Europa, onde lutou contra as forças fascistas de Francisco Franco durante a Guerra Civil Espanhola.
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Derrotadas as forças republicanas, Apolônio partiu para a França, permanecendo detido com outros brigadistas no campo de refugiados de Gurs. Com a Queda da França diante das tropas nazistas, Apolônio fugiu para Marselha. Em 1942, juntou-se à Resistência Francesa.
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Apolônio comandou uma guerrilha em Lyon e seguiu combatendo os invasores nazistas durante toda a Segunda Guerra. Em janeiro de 1944, liderou o ataque à prisão de Nîmes, libertando 23 partisans aprisionados pelos alemães.
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Em agosto do mesmo ano, combateu nas campanhas de libertação de Carmaux, Albi e Toulouse. Em reconhecimento aos seus feitos na luta contra o nazismo, Apolônio foi declarado Herói da França e condecorado com a Legião de Honra.
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Com o fim da Segunda Guerra, Apolônio retornou ao Brasil, já casado com a militante comunista Renée France Laugery, mãe de seus dois filhos. Militou clandestinamente após a cassação do registro eleitoral do PCB e em 1953, exilou-se na União Soviética.
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Retornou ao Brasil em 1957, colaborando com a formação das Ligas Camponesas. Apoiou o governo de João Goulart e as reformas de base. Após o golpe militar de 1964, Apolônio juntou-se à oposição ao regime e passou a ser perseguido pela ditadura militar.
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Incomodado com a resistência do PCB em aderir à luta armada contra o regime militar, Apolônio, Mário Alves, Jacob Gorender e outros dissidentes romperam com a agremiação e fundaram o Partido Comunista Brasileiro Revolucionário (PCBR).
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O PCBR conduziu algumas operações, mas tornou-se alvo preferencial dos aparelhos repressivos após a promulgação do AI-5. Em janeiro de 1970, Apolônio e Gorender foram presos e torturados. Os filhos de Apolônio foram detidos no mês seguinte e Mário Alves foi executado.
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Em junho de 1970, Apolônio e outros 39 presos políticos foram libertados em troca da soltura de Ehrenfried von Holleben, embaixador da Alemanha Ocidental que havia sido sequestrado durante uma operação conjunta conduzida pela ALN e VPR. Exilou-se então na Argélia.
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Seu filho, René-Louis, foi libertado no ano seguinte, em outra operação que envolveu a libertação de 69 presos políticos em troca da soltura de Giovanni Bucher, embaixador da Suíça. Em 1972, Raul também foi libertado. Renée deixou o Brasil e a família se exilou na França.
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No mesmo ano, o PCBR foi desarticulado, após sofrer uma violenta campanha repressiva, motivada pelo envolvimento de membros do partido no ataque que matou David Cuthberg, membro da força-tarefa da marinha britânica no Rio de Janeiro.
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Em Paris, a família Carvalho se ocupou de instituir uma rede de apoio aos exilados brasileiros e manteve-se ativa na articulação da oposição à ditadura, mas só retornou ao Brasil em outubro de 1979, após a promulgação da Lei da Anistia.
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Após o regresso, Apolônio aproximou-se de Lula e das demais lideranças do Novo Sindicalismo, dando apoio às greves dos metalúrgicos do ABC Paulista. Em 1980, participou da fundação do Partido dos Trabalhadores (PT) e assinou a primeira ficha de filiação do partido.
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Encorajados por Apolônio, remanescentes do PCBR também ingressaram no PT no início dos anos 80, dando origem à tendência "Brasil Socialista", que tem como foco a luta pela reforma agrária e mantém vínculos com o Movimento de Libertação dos Sem Terra (MLST).
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Apolônio integrou a campanha das Diretas Já e das mobilizações em prol da redemocratização e permaneceu ativo na direção e nas campanhas eleitorais do PT até 1987, quando se afastou das atividades partidárias por orientação médica.
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Seguiu, entretanto, vinculado à mobilização camponesa, prestando apoio ao MST. Em 1997, lançou um livro autobiográfico intitulado "Vale a Pena Sonhar", que inspirou o documentário homônimo sobre sua vida, produzido por Stela Grisotti e Rudi Böhm.
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Sua vida também inspirou Jorge Amado a escrever a obra "Os Subterrâneos da Liberdade", trilogia abordando a luta de classes e o imperialismo. Apolônio de Carvalho faleceu no Rio de Janeiro em 23 de setembro de 2005, aos 93 anos de idade.
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Há 66 anos, o general Lott esmagava a Revolta de Aragarças, levante golpista contra o governo de Juscelino Kubitschek. A revolta foi conduzida por militares que já tinham tentado um golpe 3 anos antes, mas receberam anistia. Leia no @operamundi
Candidato à presidência pelo PSD na eleição de 1955, Juscelino Kubitschek (JK) se apresentou ao eleitorado como herdeiro político de Getúlio Vargas, prometendo trazer ao Brasil “50 anos de desenvolvimento em 5 anos de mandato”.
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JK conseguiu herdar os votos de Vargas e foi eleito presidente. O mesmo ocorreu com João Goulart, ex-Ministro do Trabalho de Vargas, que foi eleito como vice em votação separada.
Mas, ao mesmo tempo, JK e Goulart também herdaram a fúria do antigetulismo.
O Ministério Público de Milão anunciou abertura de uma investigação formal contra cidadãos italianos suspeitos de terem participado de "safáris humanos" durante a Guerra da Bósnia. Os turistas europeus pagavam até R$ 600 mil para matar civis por diversão.
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O caso ocorreu durante o Cerco de Sarajevo, episódio dramático da Guerra da Bósnia, que se estendeu de 1992 a 1996. Considerado um dos mais violentos cercos militares do século 20, a ofensiva contra a capital bósnia deixou cerca de 12.000 mortos e 60.000 feridos.
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Conforme a denúncia, o serviço era ofertado pelo exército sérvio-bósnio, chefiado por Radovan Karadzic, preso desde 2008. O Tribunal Penal Internacional para a ex-Iugoslávia o condenou a 40 anos de prisão por genocídio e crimes contra a humanidade.
Está avançando na Assembleia Legislativa de São Paulo o PL 49/2025, oriundo da base de apoio do governador Tarcísio de Freitas, que prevê a extinção da FURP — a Fundação para o Remédio Popular, laboratório público que que produz medicamentos de baixo custo para o SUS.
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O governo Tarcísio alega que os resultados financeiros negativos da fundação justificariam o seu fim. O projeto de lei prevê a autorização para vender os edifícios, terrenos e ativos da FURP nas cidades de Guarulhos e Américo Brasiliense.
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As instalações da FURP — sobretudo a unidade de Guarulhos — são há muito tempo cobiçadas pelo mercado imobiliário. O terreno de Guarulhos tem 192.000 m² e está estrategicamente localizado próximo à Via Dutra e à futura estação do Metrô.
Há 2 anos, a Palestina perdia uma de suas maiores artistas. A pintora Heba Zagout foi assassinada por um bombardeio aéreo israelense que destruiu sua casa em Gaza. 2 de seus 4 filhos pequenos também foram mortos no ataque. Leia mais no @operamundi
Heba Zagout nasceu em 14/02/1984 no campo de refugiados de Al-Bureij, na Faixa de Gaza. Ela descendia de uma milhares de famílias expulsas de suas terras durante a “Nakba” — a operação de limpeza étnica conduzida pelas milícias sionistas após a criação do Estado de Israel.
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A família de Heba era proveniente da cidade palestina de Isdud — um povoado milenar, registrado nos textos bíblicos como uma das 5 cidades-estados da Filisteia. Conforme o próprio plano de partilha da ONU, Isdud deveria pertencer aos domínios do Estado Palestino.
Há 20 anos, Lula lançava programa de renovação da frota de petroleiros. O PROMEF fomentou a recuperação da indústria naval do Brasil, que se tornou uma das maiores do mundo e superou a dos EUA — mas foi destruído pela Lava Jato. Leia no @operamundi
A política de desenvolvimento da indústria naval teve início em 1956, com o Plano de Metas de Juscelino Kubitschek. O governo criou o Fundo de Marinha Mercante e investiu no parque naval como parte da política de industrialização e de substituição de importações.
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João Goulart ajudou a consolidar o projeto, visando diminuir as despesas com afretamento de embarcações estrangeiras. Os investimentos na indústria naval eram tão estratégicos que foram mantidos pelos militares após o golpe de 1964.
Há 172 anos, nascia José do Patrocínio. Ele se consagrou como um dos grandes jornalistas do século 19 e foi um dos principais comandantes da luta contra o regime escravocrata, recebendo a alcunha de "Tigre da Abolição". Leia mais no @operamundi
José do Patrocínio nasceu em 09/10/1853 em Campos dos Goytacazes. Era filho do vigário João Carlos Monteiro e de Justina do Espírito Santo, uma jovem escravizada. Seu pai, embora fosse padre, era conhecido pela vida desregrada, repleta de bebidas, jogos e aventuras sexuais.
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Era também um homem poderoso, proprietário de terras e deputado. Justina era uma das muitas pessoas escravizadas pelo padre. Foi entregue a ele como presente de uma fiel da paróquia.
O vigário não reconheceu Patrocínio como filho, mas permitiu que crescesse como liberto.