Veículos pertencentes ao jornal Folha de S. Paulo são incendiados por opositores da ditadura militar brasileira em 1971. O ato foi uma reação à colaboração de Octávio Frias de Oliveira, proprietário da Folha de S. Paulo, com os órgãos de repressão do regime militar.
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Conforme apurado pela Comissão Nacional da Verdade (CNV), Octávio Frias de Oliveira foi um dos financiadores da Operação Bandeirantes (Oban) - aparelho de repressão do regime militar, responsável por capturar, torturar e assassinar os opositores da ditadura.
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O relatório da CNV também aponta que veículos pertencentes à Folha de S. Paulo eram utilizados para transportar opositores do regime militar até as dependências da Oban ou do Departamento de Ordem Política e Social (DOPS), onde eram então torturados e assassinados.
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Octávio Frias de Oliveira era amigo pessoal do delegado Sérgio Fleury, apontado junto com o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra como comandante das operações de repressão, tortura, execução e ocultamento de cadáveres de militantes contra a ditadura.
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O dono do Grupo Folha foi acusado de entregar funcionários aos órgãos repressores, empregar policiais infiltrados na redação dos seus jornais e contratar nomes ligados ao regime visando assegurar uma linha editorial subserviente aos interesses da ditadura.
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Publicado em 2014 por um colegiado de especialistas, após 3 anos de investigações, o relatório da Comissão da Verdade confirmou o que já havia sido apontado por um ex-agente da ditadura - o delegado Cláudio Guerra, autor do livro "Memórias de uma Guerra Suja".
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Ex-funcionário do Serviço Nacional de Informações (SNI), Cláudio Guerra afirmou em seu livro que viu inúmeras vezes o dono da Folha visitando as dependências do DOPS. O agente também confirmou que o publisher era amigo pessoal do torturador Sérgio Fleury.
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Também endossou as informações que haviam sido reveladas pela pesquisadora Beatriz Kushnir no livro "Cães de Guarda" e os depoimentos de militantes de esquerda torturados pelo regime, como Alípio Freire e Ivan Seixas,...
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...que afirmam ter visto em diversas oportunidades os carros da Folha sendo usados por agentes da repressão. As afinidades entre Frias e o oficialato transpareciam na bajulação editorial da Folha, que exaltava entusiasticamente a ditadura militar...
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...ao mesmo tempo em que celebrava a repressão e criminalizava a oposição ao regime, negando a existência de presos políticos e rotulando os opositores da ditadura como "assaltantes de bancos, sequestradores, ladrões, incendiários e assassinos".
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O apoio servil da Folha ao regime militar foi fartamente recompensado. Apadrinhada pela ditadura, a empresa passou a receber diversos incentivos financeiros e uma enxurrada de verbas governamentais em publicidade.
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Os investimentos permitiram a expansão e a renovação tecnológica do conglomerado. No fim da década de 60, a Folha já era um dos jornais de maior circulação paga do Brasil. Nos anos 70, o jornal não poupava elogios aos ditadores.
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Um um editorial de 1974, por exemplo, afirmava que o general Ernesto Geisel estava "construindo uma grande nação, próspera e coesa, generosa e justa”. Ainda mais constrangedoras eram as matérias enaltecendo a condução do Ministério da Fazenda por Delfim Neto...
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...durante o período do "milagre brasileiro", bem como as tentativas de relativizar o fechamento do congresso em 1977. Nos anos 80, a pressão pela redemocratização, a deterioração dos indicadores e o fracasso do projeto econômico apontavam para a inviabilização do regime.
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A Folha resolveu se adiantar à queda do regime, desvencilhando-se de sua imagem de apoiadora da ditadura e encampando a bandeira das Diretas Já. Também buscava simular a imagem de defensora da democracia ampliando o espaço concedido às lideranças progressistas.
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A Folha propunha a unidade das classes dominantes em torno de um novo projeto, igualmente calcado no liberalismo econômico, na defesa do modelo agroexportador e na submissão da agenda nacional ao capital estrangeiro, mas sob a aparência da institucionalidade democrática.
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Malgrado a nova fachada, a natureza antidemocrática da empresa continuou a transparecer em momentos-chave, como ocorreu quando o jornal se opôs ao fim do bipartidarismo, insistindo em um modelo político onde o poder fosse alternado entre a ARENA e MDB.
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A Folha também criticou fortemente a Constituição de 1988, por considerar que os novos direitos assegurados pela Carta Magna conduziriam o país "ao atraso econômico, por defender a autarquização e o estatismo".
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A Folha de S. Paulo detém há décadas o título de jornal de maior circulação do Brasil. O Grupo Folha é administrado pelo herdeiro de Octávio Frias de Oliveira, o bilionário Luiz Frias.
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Além da Folha, o grupo é dono do UOL, quatro editoras e gráficas e a empresa PagSeguro. O faturamento anual do conglomerado é de 2,7 bilhões de reais. Luiz Frias é um dos homens mais ricos do país, com uma fortuna estimada em 3 bilhões de dólares (15 bilhões de reais).
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Vez ou outra, a Folha continua revelando sua face reacionária, oculta sob o véu do discurso institucional de defesa da "imparcialidade", da "pluralidade" e do "apartidarismo" - como se viu no caso do editorial em que o jornal chamou o regime militar de "ditabranda"...
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...ou quando publicou em 1ª página uma ficha policial falsa de Dilma Rousseff. E assim como fez nos anos 80, continua simulando espírito cívico, encampando iniciativas vazias ("use amarelo pela democracia")...
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...enquanto publica editoriais insinuando a necessidade de união das forças políticas em torno da candidatura do protofascista Sérgio Moro, vendido como a solução para a corrosão dos pilares institucionais do sistema que ele mesmo atacou.
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Há 66 anos, o general Lott esmagava a Revolta de Aragarças, levante golpista contra o governo de Juscelino Kubitschek. A revolta foi conduzida por militares que já tinham tentado um golpe 3 anos antes, mas receberam anistia. Leia no @operamundi
Candidato à presidência pelo PSD na eleição de 1955, Juscelino Kubitschek (JK) se apresentou ao eleitorado como herdeiro político de Getúlio Vargas, prometendo trazer ao Brasil “50 anos de desenvolvimento em 5 anos de mandato”.
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JK conseguiu herdar os votos de Vargas e foi eleito presidente. O mesmo ocorreu com João Goulart, ex-Ministro do Trabalho de Vargas, que foi eleito como vice em votação separada.
Mas, ao mesmo tempo, JK e Goulart também herdaram a fúria do antigetulismo.
O Ministério Público de Milão anunciou abertura de uma investigação formal contra cidadãos italianos suspeitos de terem participado de "safáris humanos" durante a Guerra da Bósnia. Os turistas europeus pagavam até R$ 600 mil para matar civis por diversão.
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O caso ocorreu durante o Cerco de Sarajevo, episódio dramático da Guerra da Bósnia, que se estendeu de 1992 a 1996. Considerado um dos mais violentos cercos militares do século 20, a ofensiva contra a capital bósnia deixou cerca de 12.000 mortos e 60.000 feridos.
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Conforme a denúncia, o serviço era ofertado pelo exército sérvio-bósnio, chefiado por Radovan Karadzic, preso desde 2008. O Tribunal Penal Internacional para a ex-Iugoslávia o condenou a 40 anos de prisão por genocídio e crimes contra a humanidade.
Está avançando na Assembleia Legislativa de São Paulo o PL 49/2025, oriundo da base de apoio do governador Tarcísio de Freitas, que prevê a extinção da FURP — a Fundação para o Remédio Popular, laboratório público que que produz medicamentos de baixo custo para o SUS.
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O governo Tarcísio alega que os resultados financeiros negativos da fundação justificariam o seu fim. O projeto de lei prevê a autorização para vender os edifícios, terrenos e ativos da FURP nas cidades de Guarulhos e Américo Brasiliense.
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As instalações da FURP — sobretudo a unidade de Guarulhos — são há muito tempo cobiçadas pelo mercado imobiliário. O terreno de Guarulhos tem 192.000 m² e está estrategicamente localizado próximo à Via Dutra e à futura estação do Metrô.
Há 2 anos, a Palestina perdia uma de suas maiores artistas. A pintora Heba Zagout foi assassinada por um bombardeio aéreo israelense que destruiu sua casa em Gaza. 2 de seus 4 filhos pequenos também foram mortos no ataque. Leia mais no @operamundi
Heba Zagout nasceu em 14/02/1984 no campo de refugiados de Al-Bureij, na Faixa de Gaza. Ela descendia de uma milhares de famílias expulsas de suas terras durante a “Nakba” — a operação de limpeza étnica conduzida pelas milícias sionistas após a criação do Estado de Israel.
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A família de Heba era proveniente da cidade palestina de Isdud — um povoado milenar, registrado nos textos bíblicos como uma das 5 cidades-estados da Filisteia. Conforme o próprio plano de partilha da ONU, Isdud deveria pertencer aos domínios do Estado Palestino.
Há 20 anos, Lula lançava programa de renovação da frota de petroleiros. O PROMEF fomentou a recuperação da indústria naval do Brasil, que se tornou uma das maiores do mundo e superou a dos EUA — mas foi destruído pela Lava Jato. Leia no @operamundi
A política de desenvolvimento da indústria naval teve início em 1956, com o Plano de Metas de Juscelino Kubitschek. O governo criou o Fundo de Marinha Mercante e investiu no parque naval como parte da política de industrialização e de substituição de importações.
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João Goulart ajudou a consolidar o projeto, visando diminuir as despesas com afretamento de embarcações estrangeiras. Os investimentos na indústria naval eram tão estratégicos que foram mantidos pelos militares após o golpe de 1964.
Há 172 anos, nascia José do Patrocínio. Ele se consagrou como um dos grandes jornalistas do século 19 e foi um dos principais comandantes da luta contra o regime escravocrata, recebendo a alcunha de "Tigre da Abolição". Leia mais no @operamundi
José do Patrocínio nasceu em 09/10/1853 em Campos dos Goytacazes. Era filho do vigário João Carlos Monteiro e de Justina do Espírito Santo, uma jovem escravizada. Seu pai, embora fosse padre, era conhecido pela vida desregrada, repleta de bebidas, jogos e aventuras sexuais.
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Era também um homem poderoso, proprietário de terras e deputado. Justina era uma das muitas pessoas escravizadas pelo padre. Foi entregue a ele como presente de uma fiel da paróquia.
O vigário não reconheceu Patrocínio como filho, mas permitiu que crescesse como liberto.