Veículos pertencentes ao jornal Folha de S. Paulo são incendiados por opositores da ditadura militar brasileira em 1971. O ato foi uma reação à colaboração de Octávio Frias de Oliveira, proprietário da Folha de S. Paulo, com os órgãos de repressão do regime militar.
1/23
Conforme apurado pela Comissão Nacional da Verdade (CNV), Octávio Frias de Oliveira foi um dos financiadores da Operação Bandeirantes (Oban) - aparelho de repressão do regime militar, responsável por capturar, torturar e assassinar os opositores da ditadura.
2/23
O relatório da CNV também aponta que veículos pertencentes à Folha de S. Paulo eram utilizados para transportar opositores do regime militar até as dependências da Oban ou do Departamento de Ordem Política e Social (DOPS), onde eram então torturados e assassinados.
3/23
Octávio Frias de Oliveira era amigo pessoal do delegado Sérgio Fleury, apontado junto com o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra como comandante das operações de repressão, tortura, execução e ocultamento de cadáveres de militantes contra a ditadura.
4/23
O dono do Grupo Folha foi acusado de entregar funcionários aos órgãos repressores, empregar policiais infiltrados na redação dos seus jornais e contratar nomes ligados ao regime visando assegurar uma linha editorial subserviente aos interesses da ditadura.
5/23
Publicado em 2014 por um colegiado de especialistas, após 3 anos de investigações, o relatório da Comissão da Verdade confirmou o que já havia sido apontado por um ex-agente da ditadura - o delegado Cláudio Guerra, autor do livro "Memórias de uma Guerra Suja".
6/23
Ex-funcionário do Serviço Nacional de Informações (SNI), Cláudio Guerra afirmou em seu livro que viu inúmeras vezes o dono da Folha visitando as dependências do DOPS. O agente também confirmou que o publisher era amigo pessoal do torturador Sérgio Fleury.
7/23
Também endossou as informações que haviam sido reveladas pela pesquisadora Beatriz Kushnir no livro "Cães de Guarda" e os depoimentos de militantes de esquerda torturados pelo regime, como Alípio Freire e Ivan Seixas,...
8/23
...que afirmam ter visto em diversas oportunidades os carros da Folha sendo usados por agentes da repressão. As afinidades entre Frias e o oficialato transpareciam na bajulação editorial da Folha, que exaltava entusiasticamente a ditadura militar...
9/23
...ao mesmo tempo em que celebrava a repressão e criminalizava a oposição ao regime, negando a existência de presos políticos e rotulando os opositores da ditadura como "assaltantes de bancos, sequestradores, ladrões, incendiários e assassinos".
10/23
O apoio servil da Folha ao regime militar foi fartamente recompensado. Apadrinhada pela ditadura, a empresa passou a receber diversos incentivos financeiros e uma enxurrada de verbas governamentais em publicidade.
11/23
Os investimentos permitiram a expansão e a renovação tecnológica do conglomerado. No fim da década de 60, a Folha já era um dos jornais de maior circulação paga do Brasil. Nos anos 70, o jornal não poupava elogios aos ditadores.
12/23
Um um editorial de 1974, por exemplo, afirmava que o general Ernesto Geisel estava "construindo uma grande nação, próspera e coesa, generosa e justa”. Ainda mais constrangedoras eram as matérias enaltecendo a condução do Ministério da Fazenda por Delfim Neto...
13/23
...durante o período do "milagre brasileiro", bem como as tentativas de relativizar o fechamento do congresso em 1977. Nos anos 80, a pressão pela redemocratização, a deterioração dos indicadores e o fracasso do projeto econômico apontavam para a inviabilização do regime.
14/23
A Folha resolveu se adiantar à queda do regime, desvencilhando-se de sua imagem de apoiadora da ditadura e encampando a bandeira das Diretas Já. Também buscava simular a imagem de defensora da democracia ampliando o espaço concedido às lideranças progressistas.
15/23
A Folha propunha a unidade das classes dominantes em torno de um novo projeto, igualmente calcado no liberalismo econômico, na defesa do modelo agroexportador e na submissão da agenda nacional ao capital estrangeiro, mas sob a aparência da institucionalidade democrática.
16/23
Malgrado a nova fachada, a natureza antidemocrática da empresa continuou a transparecer em momentos-chave, como ocorreu quando o jornal se opôs ao fim do bipartidarismo, insistindo em um modelo político onde o poder fosse alternado entre a ARENA e MDB.
17/23
A Folha também criticou fortemente a Constituição de 1988, por considerar que os novos direitos assegurados pela Carta Magna conduziriam o país "ao atraso econômico, por defender a autarquização e o estatismo".
18/23
A Folha de S. Paulo detém há décadas o título de jornal de maior circulação do Brasil. O Grupo Folha é administrado pelo herdeiro de Octávio Frias de Oliveira, o bilionário Luiz Frias.
19/23
Além da Folha, o grupo é dono do UOL, quatro editoras e gráficas e a empresa PagSeguro. O faturamento anual do conglomerado é de 2,7 bilhões de reais. Luiz Frias é um dos homens mais ricos do país, com uma fortuna estimada em 3 bilhões de dólares (15 bilhões de reais).
20/23
Vez ou outra, a Folha continua revelando sua face reacionária, oculta sob o véu do discurso institucional de defesa da "imparcialidade", da "pluralidade" e do "apartidarismo" - como se viu no caso do editorial em que o jornal chamou o regime militar de "ditabranda"...
21/23
...ou quando publicou em 1ª página uma ficha policial falsa de Dilma Rousseff. E assim como fez nos anos 80, continua simulando espírito cívico, encampando iniciativas vazias ("use amarelo pela democracia")...
22/23
...enquanto publica editoriais insinuando a necessidade de união das forças políticas em torno da candidatura do protofascista Sérgio Moro, vendido como a solução para a corrosão dos pilares institucionais do sistema que ele mesmo atacou.
23/23
• • •
Missing some Tweet in this thread? You can try to
force a refresh
Há 82 anos, em 16 de maio de 1943, as tropas alemãs esmagavam o Levante do Gueto de Varsóvia — a maior insurreição judaica contra as forças nazistas ocorrida durante a Segunda Guerra Mundial. Contamos essa história hoje, no @operamundi
Até o início do século 20, a Polônia abrigava a maior comunidade judaica da Europa. Comparado às outras nações do continente, o país tinha um histórico de relativa tolerância em relação aos judeus, o que estimulou a imigração das populações perseguidas no Leste Europeu.
2/25
Na capital, Varsóvia, a população judaica era estimada em mais de 400 mil pessoas — quase um terço dos habitantes da cidade.
A invasão da Polônia pela Alemanha nazista em setembro de 1939 trouxe enorme apreensão para a comunidade judaica. O medo era plenamente justificado.
15 de maio é o Dia da Nakba, data em que se rememora o processo de limpeza étnica instaurado na Palestina após a criação de Israel — e que resultou na expulsão de 800 mil palestinos e inúmeros massacres. Contamos essa história hoje no @operamundi
A identidade palestina foi moldada ao longo de milhares de anos e reflete a multiculturalidade da região do Levante. Os palestinos descendem de povos que habitavam o Crescente Fértil desde a Idade do Bronze — incluindo os cananeus, que já viviam nessa área há 4.000 anos.
2/32
Ao longo dos séculos, o povo palestino sofreu influência das ondas migratórias e das mudanças políticas no Levante. Inúmeras culturas semitas, nômades e indo-europeias também se estabeleceram na região e vários impérios dominaram a Palestina — dos egípcios aos romanos.
Há 40 anos, a polícia dos EUA bombardeava o bairro afro-americano de Cobbs Creek, na Filadélfia, visando destruir a sede do movimento negro MOVE. A ação resultou na morte de 11 pessoas, incluindo 5 crianças. Contamos essa história no @operamundi
O MOVE é um movimento negro de inspiração anarcoprimitivista, fundado na Filadélfia em 1972 por John Africa (Vincent Leaphart). O grupo combina ideário revolucionário (inspirado nos Panteras Negras e no movimento Black Power), ativismo ambiental e defesa dos animais.
2/24
O MOVE defende um estilo de vida comunitário, critica o capitalismo e a revolução tecnológica e prega a ideia de "regresso à natureza". A exemplo do fundador, os membros do grupo adotam o sobrenome "Africa", em alusão às raízes ancestrais.
Há 105 anos, em 09/05/1920, nascia a revolucionária cubana Celia Sánchez. Estrategista e coordenadora logística da guerrilha, ela exerceu papel fundamental na viabilização da Revolução Cubana. Contamos sua história hoje, no @operamundi
Celia nasceu em Media Luna, uma cidade na província de Oriente, em uma família de classe média alta. Era filha de Acacia Manduley e do médico Manuel Sánchez. A mãe de Celia faleceu quando ela ainda era pequena, deixando 8 filhos.
2/25
A visão de mundo de Celia foi bastante influenciada por seu pai. Liberal humanista e admirador das ideias de José Martí, Manuel costumava atender gratuitamente os pacientes pobres nos grotões de Cuba e criticava energicamente as injustiças sociais no país.
A União Soviética foi o país que mais contribuiu para a derrota do nazismo. Nenhuma outra nação lutou em tantas frentes e venceu tantas batalhas. E o esforço do Ocidente para apagar esse grandioso legado é descomunal. Leia mais no @operamundi
“Sem os Estados Unidos, a libertação nunca teria acontecido”, disse Donald Trump nesta quarta-feira, na véspera do Dia da Vitória — data em que se celebra a rendição incondicional da Alemanha nazista e o fim da Segunda Guerra Mundial na Europa.
2/27
A frase de Trump é apenas a adição mais recente a um extenso catálogo de declarações revisionistas que buscam, ao mesmo tempo, apagar o papel da União Soviética na luta contra o regime nazista e exagerar a contribuição dos Estados Unidos e de seus aliados no Ocidente.
Há 133 anos, nascia Josip Broz Tito, um dos maiores líderes socialistas do século XX. Marechal Tito comandou a luta contra o regime nazista nos Balcãs e liderou o governo revolucionário da Iugoslávia. Contamos sua história hoje no @operamundi
Josip Tito nasceu em 7 de maio de 1892 em Kumrovec, na Croácia, à época parte do Império Austro-Húngaro. Envolveu-se ainda jovem com o movimento operário, filiando-se ao sindicato dos metalúrgicos e ao Partido Social-Democrata da Croácia.
2/25
Em 1913, ingressou no Exército Austro-Húngaro, onde galgou rápida ascensão. Após a eclosão da Primeira Guerra, combateu as tropas da Rússia na Frente Oriental. Ferido em combate, foi capturado pelos russos e enviado para um campo de trabalhos forçados nos Montes Urais.