Você já deve ter se deparado com um comentário desse tipo na sua TL. De um tempinho pra cá, a militância do PCB resolveu ressuscitar Ferreira Gullar, em especial o seu poema sobre o aniversário do partido.
1/14
As páginas do PCB, e em especial sua ala juvenil (UJC), foram ainda mais longe no esforço de reabilitação da figura do poeta, exaltando sua memória...
2/14
...apresentando-o como um verdadeiro militante valoroso da causa comunista, vinculando-o ao esforço da "construção do poder popular no rumo do socialismo". Muitos "militantes" formados por "agitação revolucionária" de YouTube e TikTok embarcaram na onda e copiaram a UJC.
3/14
A exaltação de Gullar demonstra desconhecimento histórico ou absoluta falta de comprometimento com o ideário socialista. Afinal, Gullar se filiou ao PCB nos anos 60, mas seguiu o mesmo caminho de ex-pecebistas infames como Olavo de Carvalho, Carlos Lacerda e Roberto Freire.
4/14
Tornou-se um anticomunista exaltado e sustentava que o socialismo havia fracassado. Atacava Cuba como uma ditadura horrenda e louvava a capacidade criativa do capitalismo, comparando os empresários aos intelectuais, artistas e poetas.
5/14
Em uma entrevista à Veja, disse que somente malucos ainda acreditavam no socialismo e asseverou que os governos socialistas só tinham servido para criar ditaduras e matar pessoas.
6/14
O anticomunismo exaltado de Ferreira Gullar e seus ataques à esquerda lhe granjearam amplo espaço na grande imprensa. Ganhou colunas da Folha de S. Paulo e em outros jornais para exercer o passatempo preferido de todo (ex-)pecebista: falar mal do Lula e do PT.
7/14
Ferreira Gullar tornou-se um dos mais incisivos articulistas do antipetismo. Em artigos recheados de demofobia e elitismo, atacou os pobres, chamando-os de vendidos, rotulou Lula como analfabeto e ignorante e insuflou a narrativa moralista da "corrupção desenfreada".
8/14
Em 2010, defendeu com afinco a candidatura de José Serra, a quem descreveu como "homem público, de todos conhecido por seu desempenho ao longo das décadas e por capacidade realizadora comprovada" e reduziu Dilma a uma "marionete de Lula".
9/14
Assim como o resto do PCB, Ferreira Gullar exaltou os protestos de junho de 2013, que definiu como "expressão espontânea de parte da classe média contra o lamentável quadro político do país", "os sucessivos escândalos e a sombra da impunidade".
10/14
Em 2014, apoiou com entusiasmo a candidatura de Aécio Neves, afirmando que "a saída do PT do poder seria uma revolução para o Brasil". "Alguém tem que substituir o PT, chega de PT", bradou.
11/14
As declarações de ódio hidrofóbico ao PT feitas pelo ex-comunista motivaram o reconhecimento de seu status de intelectual em organizações ligadas à "nova" direita, como o Instituto Liberal de São Paulo.
12/14
Também turbinaram o discurso anticomunista e antipetista, fartamente divulgado por páginas bolsonaristas antes, durante e após a eleição de 2018.
13/14
Ferreira Gullar morreu em 2016 e, ao que parece, deixou muitas saudades nos liberais, bolsonaristas, anticomunistas e na juventude do PCB.
14/14
Vocês ficam aí fazendo piada, vão acabar ofendendo a UJC que fez esse lindo trabalho gráfico pra homenagear o poeteiro.
Há 82 anos, em 16 de maio de 1943, as tropas alemãs esmagavam o Levante do Gueto de Varsóvia — a maior insurreição judaica contra as forças nazistas ocorrida durante a Segunda Guerra Mundial. Contamos essa história hoje, no @operamundi
Até o início do século 20, a Polônia abrigava a maior comunidade judaica da Europa. Comparado às outras nações do continente, o país tinha um histórico de relativa tolerância em relação aos judeus, o que estimulou a imigração das populações perseguidas no Leste Europeu.
2/25
Na capital, Varsóvia, a população judaica era estimada em mais de 400 mil pessoas — quase um terço dos habitantes da cidade.
A invasão da Polônia pela Alemanha nazista em setembro de 1939 trouxe enorme apreensão para a comunidade judaica. O medo era plenamente justificado.
15 de maio é o Dia da Nakba, data em que se rememora o processo de limpeza étnica instaurado na Palestina após a criação de Israel — e que resultou na expulsão de 800 mil palestinos e inúmeros massacres. Contamos essa história hoje no @operamundi
A identidade palestina foi moldada ao longo de milhares de anos e reflete a multiculturalidade da região do Levante. Os palestinos descendem de povos que habitavam o Crescente Fértil desde a Idade do Bronze — incluindo os cananeus, que já viviam nessa área há 4.000 anos.
2/32
Ao longo dos séculos, o povo palestino sofreu influência das ondas migratórias e das mudanças políticas no Levante. Inúmeras culturas semitas, nômades e indo-europeias também se estabeleceram na região e vários impérios dominaram a Palestina — dos egípcios aos romanos.
Há 40 anos, a polícia dos EUA bombardeava o bairro afro-americano de Cobbs Creek, na Filadélfia, visando destruir a sede do movimento negro MOVE. A ação resultou na morte de 11 pessoas, incluindo 5 crianças. Contamos essa história no @operamundi
O MOVE é um movimento negro de inspiração anarcoprimitivista, fundado na Filadélfia em 1972 por John Africa (Vincent Leaphart). O grupo combina ideário revolucionário (inspirado nos Panteras Negras e no movimento Black Power), ativismo ambiental e defesa dos animais.
2/24
O MOVE defende um estilo de vida comunitário, critica o capitalismo e a revolução tecnológica e prega a ideia de "regresso à natureza". A exemplo do fundador, os membros do grupo adotam o sobrenome "Africa", em alusão às raízes ancestrais.
Há 105 anos, em 09/05/1920, nascia a revolucionária cubana Celia Sánchez. Estrategista e coordenadora logística da guerrilha, ela exerceu papel fundamental na viabilização da Revolução Cubana. Contamos sua história hoje, no @operamundi
Celia nasceu em Media Luna, uma cidade na província de Oriente, em uma família de classe média alta. Era filha de Acacia Manduley e do médico Manuel Sánchez. A mãe de Celia faleceu quando ela ainda era pequena, deixando 8 filhos.
2/25
A visão de mundo de Celia foi bastante influenciada por seu pai. Liberal humanista e admirador das ideias de José Martí, Manuel costumava atender gratuitamente os pacientes pobres nos grotões de Cuba e criticava energicamente as injustiças sociais no país.
A União Soviética foi o país que mais contribuiu para a derrota do nazismo. Nenhuma outra nação lutou em tantas frentes e venceu tantas batalhas. E o esforço do Ocidente para apagar esse grandioso legado é descomunal. Leia mais no @operamundi
“Sem os Estados Unidos, a libertação nunca teria acontecido”, disse Donald Trump nesta quarta-feira, na véspera do Dia da Vitória — data em que se celebra a rendição incondicional da Alemanha nazista e o fim da Segunda Guerra Mundial na Europa.
2/27
A frase de Trump é apenas a adição mais recente a um extenso catálogo de declarações revisionistas que buscam, ao mesmo tempo, apagar o papel da União Soviética na luta contra o regime nazista e exagerar a contribuição dos Estados Unidos e de seus aliados no Ocidente.
Há 133 anos, nascia Josip Broz Tito, um dos maiores líderes socialistas do século XX. Marechal Tito comandou a luta contra o regime nazista nos Balcãs e liderou o governo revolucionário da Iugoslávia. Contamos sua história hoje no @operamundi
Josip Tito nasceu em 7 de maio de 1892 em Kumrovec, na Croácia, à época parte do Império Austro-Húngaro. Envolveu-se ainda jovem com o movimento operário, filiando-se ao sindicato dos metalúrgicos e ao Partido Social-Democrata da Croácia.
2/25
Em 1913, ingressou no Exército Austro-Húngaro, onde galgou rápida ascensão. Após a eclosão da Primeira Guerra, combateu as tropas da Rússia na Frente Oriental. Ferido em combate, foi capturado pelos russos e enviado para um campo de trabalhos forçados nos Montes Urais.