Dei uma olhada rápida no balanço da #OIBR3 para ver o impacto no valor da empresa das vendas da Oi Móvel e da InfraCo. Comecemos pelo valor patrimonial por ação facilmente calculado em R$0,1609.
(Antes de continuar, não sou analista e não estou recomendando posicionamento.)
Já é sabido que a Oi Móvel foi vendida em sua totalidade por R$16,5 bilhões, e uma participação de 57,9% da InfraCo foi vendida por R$12,9 bilhões. O total da InfraCo então vale R$22,3 bilhões. Vem a pergunta: o quanto isso reflete no valor por ação?
Para enxergarmos os impactos dessas vendas, vamos recorrer à contabilidade, que seria fazer uma avaliação mínima do negócio. Até onde consegui apurar, o valor contábil da Oi Móvel é de R$1,07 bilhão, e o da InfraCo, de R$9,30 bilhões.
Agora vamos fazer uma reavaliação do valor contábil dessas empresas dentro da Oi usando como valor reavaliado o valor de venda de cada uma delas. Isso significa que devemos lançar no patrimônio líquido a diferença entre o valor de venda e o valor contábil.
Teríamos então um aumento no PL no montante de (16,5+22,3)-(1,07+9,30) = 28,4 bilhões. O PL final então seriam os atuais 1,06 bilhão mais a parte reavaliada, que resultaria em R$29,5 bilhões. Esse novo PL dá um VPA de R$4,47 por ação!
Agora, mais conclusões é com você. É importante olhar o quando as despesas financeira do alto endividamento estão drenando a riqueza da empresa e o quanto esse dreno vai diminuir com a amortização de dívidas pelo caixa gerado na venda dessas operações da Oi.
Não posso garantir que o valor contábil desses ativos vendidos é o valor aqui apurado. A Oi ainda está preparando esses ativos para venda. As informações contábeis foram retiradas das demonstrações do 3T21.
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Peter Lynch definiu, sem seu livro One up on Wall Street, seis categorias de empresas listadas em bolsa. Classificar as empresas em uma dessas categorias já é um terço da tese de investimento. Vamos ver um pouco cada uma delas:
𝗖𝗿𝗲𝘀𝗰𝗶𝗺𝗲𝗻𝘁𝗼 𝗹𝗲𝗻𝘁𝗼 (ou preguiçosas): Empresas grandes que não têm muito para onde crescer em seus mercados, os lucros crescem numa medida próxima ao crescimento do PIB; distribuem a totalidade dos lucros como dividendos; valorizam-se pouco, porque crescem pouco.
Servem para quem quer renda. Os maiores expoentes dessa categoria são os setores de energia elétrica e saneamento básico.