Peter Lynch definiu, sem seu livro One up on Wall Street, seis categorias de empresas listadas em bolsa. Classificar as empresas em uma dessas categorias já é um terço da tese de investimento. Vamos ver um pouco cada uma delas:
𝗖𝗿𝗲𝘀𝗰𝗶𝗺𝗲𝗻𝘁𝗼 𝗹𝗲𝗻𝘁𝗼 (ou preguiçosas): Empresas grandes que não têm muito para onde crescer em seus mercados, os lucros crescem numa medida próxima ao crescimento do PIB; distribuem a totalidade dos lucros como dividendos; valorizam-se pouco, porque crescem pouco.
Servem para quem quer renda. Os maiores expoentes dessa categoria são os setores de energia elétrica e saneamento básico.
𝐑𝐨𝐛𝐮𝐬𝐭𝐚𝐬: contém empresas já gigantescas, mas que ainda conseguem um crescimento acima das de crescimento lento. Geralmente são empresas de bens de consumo não muito afetadas pelos altos e baixos da economia.
Crescimento rápido: Empresas menores e médias que realizam crescimento de 20% a 25% ao ano. É uma fase especial até que ela cresça e se torne uma robusta ou de crescimento lento por falta de espaço no mercado para continuar no mesmo ritmo. O maior expoente hoje é #PRIO3.
𝗖í𝗰𝗹𝗶𝗰𝗮𝘀: Empresas que sofrem muito com o desempenho da economia, geralmente produzem bens e serviços que são os que as pessoas primeiro cortam em momentos de crise. Os maiores expoentes dessa categoria são as empresas de transporte aéreo, #GOLL4 e #AZUL4.
𝐑𝐞𝐜𝐮𝐩𝐞𝐫𝐚çã𝐨: o mergulho no ciclo de baixa pode ter sido profundo demais a ponto de a saúde da empresa ficar em perigo; ou fizeram alguma besteira que abalou a continuidade do negócio. O maior expoente hoje é #OIBR3, e uma que provavelmente não vai se recuperar é #SLED4.
Essas categorias já são, per se, teses de investimento, você pode acreditar na recuperação da #OIBR3, no crescimento de #PRIO3, na volta das viagens em #GOLL4. (Não sou analista de investimentos, portanto não estou recomendando posições. Quero aqui só aprimorar meu entendimento.)
Faltou a sexta categoria, que podemos chamá-la de Palco de Ativos em tradução literal de Asset Play. Trata-se de empresas que têm um conjunto de ativos subavaliados pelo mercado os quais se espera que seus valores sejam percebidos e se reflitam na valorização das ações.
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Dei uma olhada rápida no balanço da #OIBR3 para ver o impacto no valor da empresa das vendas da Oi Móvel e da InfraCo. Comecemos pelo valor patrimonial por ação facilmente calculado em R$0,1609.
(Antes de continuar, não sou analista e não estou recomendando posicionamento.)
Já é sabido que a Oi Móvel foi vendida em sua totalidade por R$16,5 bilhões, e uma participação de 57,9% da InfraCo foi vendida por R$12,9 bilhões. O total da InfraCo então vale R$22,3 bilhões. Vem a pergunta: o quanto isso reflete no valor por ação?
Para enxergarmos os impactos dessas vendas, vamos recorrer à contabilidade, que seria fazer uma avaliação mínima do negócio. Até onde consegui apurar, o valor contábil da Oi Móvel é de R$1,07 bilhão, e o da InfraCo, de R$9,30 bilhões.