Publicado na @NEJM o artigo do Paxlovid, medicamento desenvolvido pela Pfizer e já aprovado pelo @US_FDA orientado para o tratamento de COVID-19 leve a moderada em adultos e crianças (+12 anos) com risco de progressão pra doença grave
Vem de fio 🧶👇
O Paxlovid combina duas moléculas:
🔹Nirmatrelvir (anti-viral com ação inibitória sobre uma enzima necessária para a replicação viral)
🔹Ritonavir (que desacelera a eliminação do nirmatrelvir para ajudá-lo a permanecer mais no corpo)
E nesse fio, temos a aprovação pelo @US_FDA comentada. Nesse fio tu encontra as indicações do uso, quando não deve ser indicado, para qual perfil de paciente é indicado entre outros tópicos.
O estudo de fase 2-3, duplo-cego, randomizado e controlado por placebo avaliou a eficácia, carga viral e segurança associada ao uso do Paxlovid entre adultos sintomáticos não hospitalizados com Covid-19 que estavam em alto risco de progressão para doença grave.
Os pacientes elegíveis deveriam ter pelo menos 18 anos, infecção por SARS-CoV-2 confirmada e início dos sintomas não mais de 5 dias antes da randomização do estudo, com pelo menos um sinal/sintoma de Covid-19 no dia da randomização e uma comorbidade associada ao risco da doença
Entre 16/07/21-09/12/21, um total de 2.246 pacientes foram inscritos em 343 locais em todo o mundo. Desses, 1120 receberam o Paxlovid e 1126 receberam placebo (fig. acima).
Abaixo, vemos algumas características clínicas e demográficas dos participantes:
Os pacientes que receberam o Paxlovid fizeram um tratamento por 5 dias, recebendo a medicação de 12/12h (um total de 10 doses). A análise de eficácia foi realizada considerando os pacientes que receberam a medicação dentro de 3 dias após o início dos sintomas
EFICÁCIA:
🔹5 (de 697) tiveram sintomas relacionados ao Covid-19 hospitalização ou morte no dia 28, comparado com 44 (de 682) no grupo placebo
Redução de risco relativo de 88,9% na hospitalização ou morte por qualquer causa relacionada à Covid-19
Ainda, 9 mortes foram relatadas no grupo placebo e nenhuma no grupo Paxlovid.
A próxima análise foi para pacientes que iniciaram o tratamento 5 dias após o início dos sintomas
EFICÁCIA:
🔹8 (de 1039) tiveram sintomas relacionados ao Covid-19 hospitalização ou morte no dia 28, comparado com 66 (de 1046) no grupo placebo
Redução de risco relativo de 87,8%
Analisando subgrupos, vemos resultados consistentes independentemente de idade, sexo, raça, IMC, status sorológico inicial, carga viral, condições coexistentes ou número de condições coexistentes na linha de base
(grande desvio na categoria Idade)
CARGA VIRAL:
🔹Paxlovid reduziu a carga viral no dia 5, quando o tratamento foi iniciado dentro de 3 dias após o início dos sintomas, uma diminuição na carga viral por um fator de 10 em relação ao placebo
SEGURANÇA:
🔹A incidência de eventos adversos que surgiram durante o período de tratamento foi semelhante nos dois grupos
🔹Qualquer evento adverso: 22,6% no grupo Paxlovid x 23,9% no placebo; eventos adversos graves, 1,6% x 6,6%, respectivamente
Resuminho:
Eficácia contra hospitalização por Covid-19 ou morte por qualquer causa no dia 28 entre adultos não hospitalizados com alto risco de progressão para doença grave
🔹Iniciando em 3 a medicação dias após início dos sintomas: 88,9%
🔹Iniciando em 5 dias: 87,8%
🔹Um total de 0 mortes ocorreu no grupo que recebeu Paxlovid e 13 mortes ocorreram no grupo placebo
🔹O artigo destaca a importância do cuidado quanto a administração do Paxlovid com outros fármacos em concomitância
🔹Estudo com participantes de várias localidades
🔹É importante ressaltar que este estudo foi restrito a pessoas não vacinadas, embora um estudo separado e em andamento com o Paxlovid inclua pessoas vacinadas de alto risco clinicaltrials.gov/show/NCT050115…
Em 50 anos, a vida selvagem monitorada na Terra reduziu em média em 73% e se tu acha que isso não tem a ver contigo ou com tua saúde, eu tenho outra notícia ruim...
Há MUITO o que ser feito nos próximos 5 anos para enfrentar as crises climática e de biodiversidade 🔻🧵
O relatório do World Wide Fund for Nature (WWF) se baseia no Índice Planeta Vivo (IPV), fornecido pela SZL (Sociedade Zoológica de Londres) e que inclui quase 35.000 tendências populacionais de 5.495 espécies monitoradas entre 1970-2020. wwflpr.awsassets.panda.org/downloads/rela…
Segundo os dados, o maior declínio foi visto nos ecossistemas de água doce (-85%), seguido pelos terrestres (-69%) e pelos marinhos (-56%). As quedas mais acentuadas aconteceram aqui na América Latina e no Caribe (95%), seguido pela África (-76%) e Ásia-Pacífico (-60%)
Estamos vendo há dias reportagens sobre as queimadas no Brasil, ou observando fenômenos como "sol vermelho" no sul, "céu cinza" na região metropolitana de SP...
Mas temos que falar dos riscos à saúde que a exposição à fumaça das queimadas traz - o fio 🔻
A exposição à fumaça das queimadas traz inúmeros riscos para a saúde humana e animal. Entre os sintomas dessa exposição, a Secretaria de Saúde do Ceará fez um post compilando alguns deles. Reparem que não são só sintomas respiratórios
Além dos efeitos diretos à saúde, a exposição a fumaça também pode indiretamente contribuir para agravo de doenças cardiovasculares e respiratórias (ex.: asma, bronquite, doença pulmonar obstrutiva crônica ou Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) amazonia.fiocruz.br/?p=47815
Mpox nunca deixou de circular, e até o momento, o vírus detectado no país não é o clado Ib, responsável pelo surto da Rep. Dem. do Congo e países vizinhos e outras regiões, como Suécia, Paquistão.
e por isso é tão importante estar atento aos sintomas e testar. Abaixo, algumas imagens de sinais de alerta e sintomas da doença. Ampliar a testagem e vigilância genômica para identificar clados em circulação é fundamental neste momento. Se tiver sintomas, procure assistência
Mpox é uma doença que pode se transmitir pelo contato sexual e vimos que redes de transmissão dentro desse aspecto tiveram uma participação importante em novos casos na emergência de 2022.
Mas o vírus também se transmite por contato próximo e prolongado
Atualizações sobre #Mpox e dúvidas que surgiram nesse post:
- Há casos no Brasil, mas segundo o @minsaude são causados pelo vírus do clado II (o que circulou na emergência de 2022). Ainda não há casos registrados do clado Ib no país
Mas... (mais no mini fio)🔻
Isso não significa que o vírus do clado Ib não esteja circulando no país, de forma subnotificada. Por isso é importante cuidar os sinais suspeitos: pessoa de qualquer idade que apresente, de modo repentino, lesões nas mucosas/pele, em qualquer parte do corpo
Se tu tiver qualquer um desses sinais suspeitos, ou os sintomas abaixo, procure atendimento médico para realizar exames específicos, e buscar um diagnóstico. Evite compartilhar talheres, objetos, e evite contato próximo, direto e prolongado se suspeito ou diagnosticado
O mundo enfrenta uma ameaça conhecida e negligenciada e que hoje, foi declarada como Emergência de Saúde Pública de Interesse Internacional: #mpox
Nesse fio, falo de sintomas, transmissão, vacinas e por que temos uma 2ª emergência declarada num período de 2 anos 🔻
Mpox é a doença causada por monkeypox virus (MPXV), que pertence ao mesmo gênero que a varíola humana. Ficou conhecido como varíola dos macacos/símia, mas o nome foi mudado para não gerar um entendimento errado que apenas macacos podem transmitir a doença
A transmissão desse vírus se dá pelo contato com animais infectados/reservatórios do vírus, como roedores, por exemplo. Há também a transmissão entre humanos, pelo contato direto, próximo e prolongado (e isso engloba partículas expelidas no ar)
Existe um vírus que se espalha fácil, traz risco tanto durante a infecção (e especialmente com comorbidades, ex: asma), quanto traz risco para sequelas em diferentes tecidos, por tempo indeterminado
O que vimos abaixo é a coroação da banalização da COVID-19.
Se tu achou absurdo um atleta competir nessas condições, te digo que a situação no mundo é muito complicada também.
Não estamos testando adequadamente, não estamos vacinando suficientemente (e não falo só o fato da vacinação não ser universal - o que é uma preocupação)
Não estamos encarando a COVID-19 como ela é: uma pandemia.
Se a situação acima causa revolta e preocupação com a situação do atleta, ela é um produto da banalização de uma doença séria, que segue entre nós e que fingir o contrário não fará ela sumir.