Não dá para deixar passar boa notícia sobre vacinas, né? Dados do Chile🇨🇱 de CoronaVac em crianças:
🔹Segura, sem eventos adversos mais sérios reportados
🔹Resposta de anticorpos (capazes de neutralizar Delta e Omicron) E de células (mantida para essas variantes!)
+ detalhes🧶👇
O artigo trata de uma estudo de fase 3 (randomizado e controlado por placebo) da segurança e proteção induzida por 2 doses (intervalo de 28 dias) da CoronaVac em pessoas de 3-17 anos de idade. O estudo foi realizado no Chile🇨🇱
963 indivíduos foram divididos em grupos de acordo com a faixa etária, para as análises:
🔹3-5 anos (crianças)
🔹6-11 anos (crianças)
🔹12-17 anos (adolescentes)
Para o estudo, as faixas de 3-11 anos foram combinadas para as análises.
SEGURANÇA: dor no local da injeção foi reportado nos grupos 3-11 anos e 12-17 anos, nos primeiros momentos após a aplicação. Dor de cabeça foi o evento sistêmico mais comum. Os eventos foram em geral leves, de rápida resolução e nenhum evento grave foi observado.
ANTICORPOS: observa-se que a vacina induziu uma resposta de anticorpos contra a região RBD-S1 da Spike, que aumentou após a 2ª dose (esq). Também foi observada atividade neutralizante após a 2ª dose.
CÉLULAS: aumento significativo de células T CD4 após 4 semanas da 2ª dose, com presença de células de memória, para uma diversidade de antígenos (partes do vírus) em adolescentes. Em crianças, vemos essas respostas para os antígenos S e N.
Ainda, as duas doses estimularam a liberação de moléculas (citocinas) relacionadas com resposta anti-viral, relevantes para orientar a resposta imunológica e ressaltando a relevâncie - e presença - das células nessa proteção.
VARIANTES: apesar de a gente ver uma queda importante na neutralização de anticorpos principalmente para a #Omicron, o impacto sobre a resposta celular foi pouco, e foi equivalente para ambas as faixas etárias (crianças e adolescentes)
Na discussão do artigo, os autores comentam que a resposta de anticorpos para crianças e adolescentes foi inclusive maior do que a que se observou em adultos. Ainda, indicativos da presença de memória celular também foram vistos, com valores ligeiramente maiores em adolescentes
O artigo discute que uma dose de reforço da CoronaVac aumentou a neutralização contra a Delta e Gama, e os pesquisadores sugerem que é possível que uma dose de reforço possa ser importante para esse público (precisa de estudo), considerando as VOCs atuais medrxiv.org/content/10.110…
Resumindo:
🔹Os dados indicam que a vacinação com a CoronaVac é segura em crianças e adolescentes
🔹Ainda, é capaz de induz respostas humorais e celulares capazes de reconhecer as variantes #Delta e #Omicron.
O estudo tem algumas limitações:
🔹A análise ocorreu muito próxima da vacinação, e sabemos que essa resposta pode ir melhorando com o tempo
🔹Os ensaios com as variantes foram com pseudovírus, então é importante que mais estudos confirmem os achados
É uma questão de tempo até um surto maior ocorrer.
O @CDCgov confirmou, essa semana, 4 casos humanos de gripe aviária (H5N1) no Colorado🇺🇸, com a possibilidade de um 5º caso que ainda será confirmado, após exposição a aves infectadas em granja 🔻
Segundo o @CDCgov "todos os trabalhadores que testaram positivo relataram doença leve. Os trabalhadores relataram conjuntivite e lacrimejamento, além de sintomas mais típicos da gripe, como febre, calafrios, tosse e dor de garganta/coriza"
Porém, H5N1 é um vírus perigoso...
Primeiro, a partir dos dados que temos dos últimos anos, sua letalidade é alta.
Segundo, o H5N1 é capaz de infectar o encéfalo🧠 e parece fazer isso com mais frequência que outros influenza
Gripe aviária: novos dados apontam que o vírus H5N1 responsável pelo surto em bovinos nos EUA apresenta adaptações capazes de facilitar a infecção e transmissão em mamíferos.
Já passou da hora de reconhecermos o crescente risco pra saúde pública dessa doença - fio🔻
RESUMO DOS ACHADOS:
1⃣a cepa de H5N1 que infectou bovinos (🐄-H5N1) pode induzir doença grave após ingestão oral ou infecção respiratória;
2⃣em ambos os casos, pode levar à disseminação sistêmica do vírus para diferentes tecidos do corpo
3⃣🐄-H5N1 pode ser transmitido de roedoras lactantes para seus filhotes, mas não para animais adultos com os quais tenham contato direto
4⃣uma possível explicação: em furões, o ➡️🐄-H5N1 não foi capaz de se transmitir de forma eficiente pela via respiratória (gotículas)
Em 2024, o Brasil viu uma epidemia de dengue sem precedentes na sua história. As regiões das Américas concentraram a maioria dos casos, com destaque para o Brasil, com mais de 80% dos casos registrados
O que nos levou a isso? Fio do dia 🔻
O dado acima foi compartilhado pelo @ECDC_EU reforçando a grande ameaça à saúde pública que as arboviroses (vírus transmitidos por insetos) trazem, com riscos para grandes epidemias, impactos socioeconômicos e sobre o sistema de saúde
Até abril de 2024, a @WHO registrou mais de 7,6 milhões de casos suspeitos de dengue em todo o mundo, com mais de 3 mil óbitos. Aumento ocorreu especialmente na região das américas (90% dos casos notificados), com destaque para o Brasil (+80% dos casos)
Alegações tem sido feitas por conta de um artigo recente, mas além de o artigo não comprovar a existência do risco, ele também tem tantos fatores de confusão que me surpreende ter sido publicado
Então respira, e vem de fio 🔻
O artigo utilizou dados de mais de 558 mil indivíduos de Seul 🇰🇷, divididos em dois grupos: vacinados e não vacinados
A ideia era analisar se há associação com o comprometimento cognitivo leve, que pode ser visto anterior ao desenvolvimento de demências, como Alzheimer
Os pesquisadores então analisaram os registros entre 2020 e 2021. Importante notar: as campanhas de vacinação em Seul começaram em 2021.
Isso faz com que o número de pessoas com 2 doses seja pequeno, comparado ao tamanho inicial da amostra
Li e tenho algumas questões importantes:
- Mesmo pessoas fora de grupos prioritários e até mesmo que tiveram Covid-19 leve, podem desenvolver sequelas pós-Covid;
- Sequelas pós-Covid podem ser duradouras, reduzirem a qualidade de vida e trazer riscos à saúde;
Nessa parte de um fio recente, trago alguns dados recentes quanto as informações sobre sequelas pós-Covid. Não só há um risco de morte permanecendo elevado, como há uma perda significativa da saúde como um todo.
Portanto, me preocupa não termos ainda uma construção de políticas públicas para a Covid longa. Sabendo dos seus riscos, da prevalência estimada em outros países, poderíamos já estar ao menos com políticas instituídas para reduzir riscos de contaminação com vírus respiratórios
Se tu passar por manchetes sugerindo que a vacinação contra Covid-19 ajudou a aumentar o excesso de óbitos, saiba que não é o que o estudo original sugere: o excesso de mortes “permanece elevado” APESAR do uso de vacinas (e outras medidas). Sem essas medidas, seria ainda maior🔻
O artigo original está no link abaixo e conclui: "o excesso de mortalidade permaneceu elevado no mundo ocidental durante três anos consecutivos, apesar da implementação de medidas de contenção e das vacinas contra a COVID-19."
O artigo tem limitações importantes e deixa de lado a quantidade de mortes que foram evitadas graças a vacinação. Ainda, a circulação persistentemente alta do vírus, pelo enfraquecimento das medidas mitigatórias, pode estar por trás desse excesso.