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Mar 11, 2022 20 tweets 11 min read Read on X
A pauta da desnazificação da Ucrânia não é nova. Há anos a Rússia vinha denunciando a fascistização do país e as violações de direitos humanos cometidas por neonazistas ucranianos. Em maio de 2014, a Exame já havia publicado matéria a respeito.
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exame.com/mundo/russia-c…
Em um relatório elaborado em 2014, o governo russo já apontava que neonazistas ucranianos eram os responsáveis pelos assassinatos de manifestantes de Kiev que serviram de justificativa para a derrubada de Viktor Yanukovitch. Também denunciou a influência externa no processo.
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O ex-presidente ucraniano referendou as acusações sobre a ascensão de um regime neonazista em Kiev. Nessa matéria publicada pelo El Pais em março de 2014, Yanukovitch asseverava que a Ucrânia estava sendo governada por "um grupo de neonazistas".
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brasil.elpais.com/brasil/2014/03…
A ascensão do neonazismo no Leste Europeu ocorreu em paralelo com as revoluções coloridas fomentadas pelo Ocidente desde o fim dos anos 80. A Ucrânia foi um dos principais focos dessas ações, que atingiram o ápice durante o Euromaidan.
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jacobin.com.br/2022/01/a-cia-…
O financiamento de grupos paramilitares neonazistas e o fomento ao ultranacionalismo no Leste Europeu tinha como principal objetivo desestabilizar e fragmentar a esfera de influência da Rússia, ajudando a isolar o país.
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brasildefato.com.br/2021/05/13/com…
Esse processo levou ao fortalecimento de organizações neonazistas dentro da própria Rússia, que reagiu aumentando a repressão a esses grupos. Em 2010, neonazistas do Lobo Branco foram condenados a 23 anos de prisão. Em 2011, membros da NSO foram condenados à prisão perpétua.
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Na Ucrânia, o gabinete neofascista que chegou ao poder após o golpe de 2014 fez o oposto: integrou as organizações paramilitares neonazistas ao governo, instituiu uma política de glorificação do nazismo e iniciou a repressão contra minorias étnicas.
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peoplesworld.org/article/ukrain…
As forças de repressão ucranianas atacaram civis da região de Donbass com armas proibidas, como bombas incendiárias de fósforo branco e minas terrestres. Estimativas da ONU apontam que a repressão ucraniana deixou mais de 13 mil mortos entre 2014 e 2018.
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Em maio de 2015, Serguei Ivanov, chefe da administração presidencial do governo russo, voltou a alertar sobre a ascensão do neonazismo na Europa, sobretudo na Ucrânia, e criticou a passividade e complacência dos governos regionais.
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radiohc.cu/pt/noticias/in…
Não obstante, o processo de nazificação da Ucrânia apenas se aprofundou. Partidos de esquerda foram banidos, militantes foram assassinados e até mesmo acampamentos que ensinavam crianças a cantar músicas sobre matar todos os russos foram criados.
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noticias.r7.com/internacional/…
O governo ucraniano intensificou o massacre da minoria russa em Donbass, utilizando para tanto seus grupos paramilitares neonazistas, financiados e armados pelo governo dos Estados Unidos, como aponta esse artigo de abril de 2015 do Diário da Liberdade.
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diarioliberdade.org/mundo/antifasc…
Na ONU, como ocorre desde 2005, a Rússia propôs adoção de uma resolução internacional condenando a "glorificação do nazismo, do neonazismo e formas contemporâneas de racismo, discriminação racial e atos de intolerância correlatos".
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prensalatina.com.br/2021/12/17/onu…
Ucrânia e Estados Unidos foram os únicos dois países que votaram contra a resolução proposta pela Rússia. Países europeus aliados dos Estados Unidos e membros da OTAN se abstiveram.
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revistaforum.com.br/global/2022/2/…
Em maio de 2017, durante as celebrações do aniversário da rendição da Alemanha nazista, Putin voltou a fazer um apelo em prol da cooperação das nações europeias para barrar o avanço do neonazismo.
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exame.com/mundo/putin-pe…
O apelo de Putin foi em vão. A Ucrânia seguiu fortalecendo suas milícias neonazistas e a repressão contra Donbass e ainda se converteu no epicentro internacional de treinamento de terroristas e milícias armadas de extrema-direita.
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revistaopera.com.br/2018/11/13/fbi…
Nos EUA, supremacistas ligados a neonazistas ucranianos organizaram a marcha "Unite the Right", em Charlottesville, que deixou 3 mortos. O site neonazista The Daily Stormer, principal promotor do evento, foi banido da Rússia. Segue funcionando nos EUA.
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exame.com/tecnologia/sit…
Além de banir sites neonazistas que seguem operando no Ocidente, a Rússia intensificou a colaboração internacional para ajudar a identificar neonazistas e grupos supremacistas. A cooperação ensejou a prisão de neonazistas até mesmo no Brasil.
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brasildefato.com.br/2021/12/17/apo…
A Rússia também pressionou o governo ucraniano a tomar ações mais efetivas para barrar o crescimento do neonazismo e da russofobia no país. Não conseguiu sequer uma declaração de condenação aos ataques neonazistas contra o seu Centro Cultural em Kiev.
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Putin voltou a fazer alertas sobre o crescimento do neonazismo na Ucrânia no 76º aniversário da vitória da URSS sobre a Alemanha nazista, conclamando, novamente, a união dos países europeus para barrar o avanço do fascismo. Foi novamente ignorado.
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lavozdegalicia.es/noticia/intern…
Em 2021, a Rússia anunciou a prisão de 106 milicianos neonazistas ligados a organizações paramilitares ucranianas. A mídia ocidental, entretanto, tratou a operação como autoritarismo e tratou os criminosos neonazistas como presos políticos.
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dn.pt/internacional/…

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Feb 2
O bairro do Bixiga, em São Paulo, abriga uma casa centenária com fama de mal assombrada. Trata-se da residência de Sebastiana de Melo Freire, a Dona Yayá. Uma mulher muito rica, com uma história trágica — e que viveu até a sua morte como prisioneira da própria casa...

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Sebastiana de Melo Freire, mais conhecida como Dona Yayá, nasceu em Mogi das Cruzes, em 1887. Ela pertencia a uma das famílias mais aristocráticas do interior paulista. Seu pai, Manuel de Almeida Melo Freire, era dono de fazendas e um político muito influente.

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Manuel ocupou por três vezes o cargo de deputado na Assembleia Provincial de São Paulo e foi senador do Congresso Legislativo paulista.
Apesar da origem privilegiada, a vida de Yayá foi marcada desde a infância por uma série de tragédias e vicissitudes.

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Jan 23
Há 49 anos, falecia o ator e cantor Paul Robeson. Comunista, ele travou uma luta incansável contra a segregação racial nos EUA — e se tornou um dos artistas mais perseguidos pelo governo norte-americano. Contamos sua história hoje no @operamundi

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operamundi.uol.com.br/pensar-a-histo…
Paul Robeson nasceu em Princeton, Nova Jersey, filho do reverendo William Robeson, um ex-escravo que lutou na Guerra de Secessão, e da professora Maria Louisa Bustill, descendente de uma proeminente família Quaker, ativa na campanha abolicionista.

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Estudante aplicado, Robeson recebeu uma bolsa de estudos do Rutgers College, tornando-se um dos primeiros negros a ingressar na instituição. Dedicou-se paralelamente à carreira esportiva, distinguindo-se como jogador de futebol americano.

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Jan 23
Que Hitler era um pintor frustrado, todos sabem. Mas você sabe onde foram parar as obras que ele pintou? Ou o que aconteceu com todas aquelas obras glorificando o nazismo produzidas pelos artistas do 3º Reich?
A grande maioria está preservada nesse local nos Estados Unidos

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O Centro de História Militar do Exército dos Estados Unidos, localizado em Fort Belvoir, na Virgínia, possui a maior coleção de arte nazista do mundo. São milhares de itens, cuidadosamente conservados na reserva técnica da instituição.

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A coleção abarca pinturas, esculturas, gravuras, desenhos, cartazes e livros produzidos por artistas vinculados ao regime nazista, tais como Hubert Lanzinger, Hermann Otto Hoyer, Emil Scheibe e Wilhelm Sauter.

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Jan 17
Há 64 anos, Patrice Lumumba, líder do movimento de independência da República Democrática do Congo, era assassinado em uma conspiração golpista apoiada pelos governos dos EUA, Reino Unido e Bélgica. Contamos essa história hoje no @operamundi

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operamundi.uol.com.br/pensar-a-histo…
Patrice Lumumba nasceu em 02/07/1925, na aldeia de Onalua, no Congo Belga, em uma família de camponeses. Após concluir o ensino básico em escolas cristãs da região, mudou-se para Kindu, onde trabalhou em uma empresa de mineração.

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Posteriormente, estabeleceu-se em Stanleyville, onde trabalhou nos correios. Dedicou-se paralelamente ao estudo das ciências sociais, tornando-se um intelectual autodidata e desenvolvendo uma visão crítica sobre a opressão colonial a que a Bélgica submetia o seu país.

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Read 26 tweets
Jan 16
O Brasil tornou-se guardião de mais um tesouro da humanidade. Manuscritos e documentos históricos do abolicionista Luiz Gama foram listados como Patrimônio da Humanidade pela Unesco — a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura.

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O conjunto tombado irá integrar o programa "Memória do Mundo", criado pela Unesco em 1992. A iniciativa visa garantir a conservação e a difusão dos documentos mais relevantes para a história da humanidade.

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Advogado, escritor e jornalista, Luiz Gama é o Patrono da Abolição da Escravatura no Brasil. Ele foi responsável por libertar mais de 500 escravizados através de ações na justiça. Seu nome está gravado no Livro de Aço dos Heróis Nacionais desde 2018.

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Jan 15
Há 106 anos, os revolucionários Rosa Luxemburgo e Karl Liebknecht, líderes do Levante Espartaquista, eram assassinados por grupos paramilitares a serviço do governo social-democrata alemão. Contamos essa história hoje no @operamundi

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operamundi.uol.com.br/pensar-a-histo…
Derrotada ao término da Primeira Guerra Mundial, a Alemanha mergulhou em um período de profundas transformações políticas. O imperador Guilherme II foi forçado a abdicar do trono após uma série de sublevações militares, que conduziram à abolição da monarquia.

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Apoiador da revolta do oficialato, o Partido Social-Democrata (SPD) obteve a chefia do governo provisório, entregue a Friedrich Ebert, líder da ala moderada. Ebert logo frustraria os setores da esquerda que viam na turbulência a chance de iniciar uma revolução socialista.

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