“Todos os grandes fatos e personagens da história são encenados duas vezes: a primeira como tragédia, a segunda como farsa”
Quem disso isso foi Karl Marx, pra xingar a política francesa, basicamente.
Eu gosto dessa frase, mas eu prefiro a primeira sobre rimas
Aqui, a gente vive em ciclos de mercado, com momentos ora de alta, ora de baixa.
Alguns desses momentos e suas consequências costumam se repetir, como a bolha da SSC, no século 18, e a bolha das NFTs em 2021 e suas macacadas.
Em ambas, os investidores e especuladores, se apaixonaram pelas promessas sobre ganhos infinitos, o que inflou os preços das ações da SSC e das NFTs.
O motivo desse aumento era o mesmo: alguém estava disposto a pagar mais pelos papéis da moda.
Deu no que deu né?
Curiosamente, sempre que a gente tem uma crise, acontece um boom na bolsa antes.
No Brasil, tivemos dois momentos na história da bolsa que foram parecidos só que diferentes: O frenesi de IPOs de 2007 e de 2021.
(IPO é a estreia de uma empresa na bolsa)
Em 2007, 64 empresas estrearam na bolsa, movimentando R$ 55,6 bi.
Em 2021, foram 45 calouras, movimentando mais de R$ 65 bi, batendo o recorde em grana, mas não em quantidade de empresas.
É incomum mais de 20 empresas abrirem capital na bolsa no mesmo ano. Então, tem coisa aí!
Em 2007, o Brasil vivia aquele momento de esperança com o pré-sal, as visitas do Papa, os jogos do Pan, a sede da copa… Enfim, bons tempos...
Em 2021, tbm era de esperança: as vacinas contra a covid chegando, a volta à vida normal, taxa selic de 2%...
Muito risco pra tomar
Em ambos os casos, os anos seguintes foram de mercados bem estressados:
Crise do subprime em 2008, ameaçando os sistemas financeiros globais.
A invasão russa e as crises nas cadeias de suprimento em 2022.
Esses momentos testam as empresas na bolsa, sobretudo a qualidade.
Vamos ser sinceros?
Dificilmente em um rol de 64 e 45 empresas que vendem suas fatias na bolsa do Brasil, todas serão de extrema qualidade…
Como 2022 ainda tá rolando, vou te contar alguns momentos interessantes das empresas 2007 e por onde elas andam.
1 - AS MAIORES
Dentre todas as ofertas, a maior de todas movimentou R$ 6,6 bi! Essa marca foi da BOVESPA em seu follow-on
Contando só debutantes, a BM&F é quem ganha, pois movimentou cerca de R$ 5,9 bi.
Curiosamente, ambas se fundiram no ano seguinte e viraram uma bolsa só
2- A MELHOR
De acordo a Infomoney em 2008, a GVT foi considerada o melhor IPO de 2007.
A empresa de telecom surgiu no 2000, chegou na bolsa em 2007, saiu dela em 2010 e deixou de existir em 2016, após ser totalmente incorporada pela Telefonica (que chamamos de Vivo)
3- CONSTRUTORAS
A crise de 2008 foi causada por conta de uma bolha no mercado imobiliário lá nos EUA.
No Brasil, o mercado imobiliário teve uma retomada interessante por conta de novos créditos e lançamentos.
Isso se refletiu na bolsa
Pra você ter ideia, 19 empresas do setor abriram capital em 2007, captando de cerca de R$ 13,8 bi
Algumas dessas empresas estão na bolsa até hoje como a Helbor (HBOR3), Tenda (TEND3), Trisul (TRIS3), MRV (MRVE3), JHSF (JHSF3) e a EZTec (EZTC3).
4- AGRO
É impossível uma thread minha sem falar de agro, né?
Mtas ações top do setor chegaram na bolsa em 2007.
Destaque para São Martinho (SMTO3), JBS Friboi (JBSS3), Fertilizantes Heringer (FHER3), SLC Agrícola (SLCE3), Marfrig (MRFG3) e Minerva (BEEF3)
Juntas, foram 4,3 bi
5- ??
O 5º momento, vou fazer aquele lance de sempre: tá lá no canal da Edufinance!
Vão lá dar uma conferida pq o vídeo tá bem legal e mais completinho que essa thread
Como dá pra ver, existem empresas que hoje são campeãs e outras que nem existem mais.
Não estou dizendo que todas as empresas que abrem capital são ruins, mas precisamos de atenção ao que estamos comprando
Em período de euforia, como 2007 e 2021, muita gente acaba valorizando
E qdo Ícaro voou perto do sol, suas asas derreteram.
Pra você ter uma ideia, dos 73 IPOs entre 2020 e 2021, 57 estavam com um preço inferior ao da oferta inicial (isso registrado no dia 18/05/22, ok?).
Sendo que algumas ações estavam com quedas superiores a 80%!!!
É aquilo:
No bull market, todo mundo é gênio
No bear market, nem todo gênio faz desejo.
A gente dança a música todo dia, mas é bom prestar atenção na letra, pois uma hora ela vai rimar.
(tweet somente com frases reflexivas hahaha)
E é isso galera!
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Se puderem dar aquela view no vídeo do youtube, melhor ainda!
Bebam água, abs e bons negócios a todos!
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O negócio de um frigorífico é fácil de entender: eles compram os bois, abatem, processam a carne e a vendem.
Agora, pelo preço do boi ser comoditizado, operacionalizar isso é algo complexo.
Hoje, vou te ensinar sobre o CICLO BOVINO e como afeta a Minerva (BEEF3).
Segundo o poeta, “quem manda no boi é a vaca”.
Quando se tem um rebanho, existem bois e vacas.
Pra aumentar o plantel, um produtor pode comprar mais bezerros e novilhas (bois e vacas filhotes) pra engorda ou pode usar as fêmeas para procriação de novos animais (mais barato).
Conforme os bezerros vão crescendo, eles podem ser vendidos para outros produtores focados em engorda ou a engorda pode continuar por ali mesmo.
O prazo padrão para abate no Brasil é de 3,5 anos (ou 42 meses), quando o boi está pesando pelo menos 30 arrobas.
Tem uma empresa na bolsa que surge como uma das grandes esperanças para o mercado de fertilizantes (que sofre com a guerra da Rússia) e defensivos (agrotóxicos)
Hoje vou te apresentar a VITTIA (VITT3) como você nunca viu!
Vamos de primeira thread do ano?
A VITT3 surgiu em 1971 na gloriosa região de Alta Mogiana (excelente café). Ela tinha outro nome: Biosoja.
A Biosoja queria ser uma indústria de inoculantes (já explico) para a soja, já que o mercado estava bem aquecido na época por ali.
Mas ela começou revendendo de 3º msm
Era tudo pacato, até q nos anos 90, os filhos do presidente (e responsável pelo foco em tecnologia), Plínio Romanini, entraram na empresa.
É bom citar isso pois eles trouxeram um olhar diferente pro negócio.