1/As manifestações deste Dia da Independência são o Rubicão da campanha Bolsonaro. Se o presidente conseguir, como se espera, atrair centenas de milhares de eleitores às ruas, poderá dar a demonstração de força que não conseguiu nas pesquisas até agora.
2/Se a mobilização for um fracasso (o que parece improvável) ou radicalize ainda mais o discurso bolsonaristas (o que é bem possível) o efeito pode ser aumentar ainda mais a rejeição ao presidente.
3/É uma aposta de risco. No Sete de Setembro do ano passado, militantes bolsonaristas por pouco não invadiram a sede do STF. Isolado e temendo um impeachment, Bolsonaro recuou e repartiu seu poder com o presidente da Câmara, Arthur Lira, e o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira
4/A diferença é que agora, o mandato está perto do fim. As pesquisas Ipec, Genial/Quaest, PoderData, Datafolha e Ipespe mostraram que mesmo depois de 20 milhões de famílias receberem o Auxílio Brasil, os números de Bolsonaro nas pesquisas não melhoraram.
5/Ele segue entre 32%/ 36%, atrás de Lula C/ 42% a 44%. O presidente perde em todas as simulações de 2. turno e sua rejeição passa dos 50%. É fato que a aprovação ao governo melhora gradualmente, mas a lentidão é desanimadora para a campanha. Faltam apenas 27 dias p/ 2/10.
6/No cenário otimista para o governo, o feriado do Sete de Setembro será a oportunidade para demostrar uma força popular maior que a captada pelas pesquisas. Isso daria aos bolsonaristas um impulso fundamental na reta final da campanha
7/Mas se o ímpeto golpista do Dia da Independência for ainda maior que de 2021, isso pode gerar uma reação do eleitoral a favor de Lula da Silva para encerrar a eleição no primeiro turno.
8/Seria ironicamentea versão com sinais trocados do #EleNão, o movimento que levou dezenas de milhares de pessoas às ruas às vésperas do 1.o turno de 2018, e que _ graças à percepção passada pela guerrilha bolsonaristas nas redes sociais_ acabou ajudando Bolsonaro nas pesquisas.
1/Respondendo a uma bateria de perguntas da Genial/Quaest, evangélicos e católicos, homens e mulheres e mesmo eleitores de Bolsonaro concordam que as a liberação das armas criou mais riscos de morte e gerou mais insegurança+
2/Oito de cada de dez brasileiros dizem se sentir mais inseguros sabendo que o vizinho tem arma em casa, 75% acham que pessoas armadas podem se envolver mais facilmente em tiroteios e sete de cada dez acreditam que a liberação das armas aumentou o risco para os jovens+
2/Entre os que recebem algum tipo de benefício federal, Bolsonaro oscilou de 27% para 29%, dentro da margem de erro. Nesse segmento, Lula tem 52%, mesmo índice da pesquisa de duas semanas atrás
3/Pesquisas qualitativas encomendadas por bancos de investimentos com famílias que recebem o Auxílio mostram que o principal obstáculo de Bolsonaro entre esses eleitores é o fato de que o benefício já foi suspenso antes
1/O debate presidencial foi ruim para Lula e pior para Bolsonaro. Depois um desempenho acima da média no JN, Lula queria não parecer agressivo nem entrar em conflito. O que conseguiu foi parecer não ter respostas para uma pergunta previsível sobre corrupção nos governos do PT.
2/Ironicamente, Lula foi salvo por Bolsonaro. Citado em pergunta sobre a queda no índice de vacinação, Bolsonaro atacou a jornalista Vera Magalhães e a senadora Simone Tebet. Bolsonaro que foi ao debate só para chamar Lula de "ex-presidiário", tropeçou na língua e na misoginia
3/Na pesquisa Ipec, Bolsonaro tem 32% nos voto gerais, mas apenas 27% entre as mulheres. Com Lula ocorre o inverso. A resistência feminina a Bolsonaro ultrapassa região, idade e religião. Em todos os segmentos, os votos femininos a Bolsonaro são menores que os dos homens
1/As pesquisas eleitorais desta semana vão medir o impacto do Jornal Nacional, do início da propaganda no rádio e TV e o o primeiro debate na Band. Amanhã (29), sai o IPEC no Jornal Nacional.
2/Na 3.a, sai IPEC para os governos de SP, MG, RJ, DF e PE. Na 4.a, Genial/Quaest, XP/Ipespe, PoderData/Poder360 divulgam presidenciais. Na 5.a, o Jornal Nacional divulga o Datafolha, mais gov de SP, MG e RJ
3/Além da exposição dos candidatos na TV, essas são as primeiras sondagens depois que todas as 20 milhões de famílias inscritas no Auxílio Brasil receberam a primeira parcela de R$ 600 _ a maior aposta da campanha Bolsonaro para melhorar seus índices entre os mais pobres+
1/João Doria já foi. Sérgio Moro também. Assim como Eduardo Leite, Abraham Weintraub, o general Santos Cruz, a turma do MBL e Joyce Hasselmann. Todos eles e outros milhões de brasileiros foram bolsonaristas em 2018 e quatro anos depois desistiram.
2/Os mais conhecidos foram empurrados para fora pelo próprio Bolsonaro, orgulhoso de mostrar que quem detinha o poder era ele e não quem se elegeu na sua cola. Só que faltando 41 dias p/ 2/10, Bolsonaro pode até forçar um 2. turno, mas não ganha se não recuperar os arrependidos
3/Em dezembro, segundo o Datafolha, apenas metade dos eleitores que votaram em Bolsonaro em 2018 repetiriam o voto. Agora são 63%. Parece um feito, mas não é. Mostra apenas como ele se isolou ao longo do governo e tenta recuperar o tempo faltando semanas para o fim da campanha.