Um guia rápido sobre prevenção no sexo entre lésbicas e/ou pessoas com vulva, na modalidade ‘tesourinha’.
Leia e compartilhe.
Hoje vamos falar sobre a ‘tesoura’ ou carinhosamente ‘tesourinha’, prática muito comum entre mulheres cis lésbicas e demais pessoas com vagina.
A ‘tesourinha’ envolve esfregar sua vulva contra outra vulva, em qualquer posição ou em qualquer ritmo que seja bom para vocês duas (ou dois - homens trans).
Ela é particularmente prazeirosa para pessoas que apreciam estimulação clitoriana.
Mas não está isenta de riscos. Na verdade, a tesourinha é o ato sexual ‘menos seguro’ entre pessoas com vulva porque envolve o contato direto pele com pele, mucosa com mucosa e bastante transmissão de fluido.
Simplificando, as infecções sexualmente transmissíveis que se espalham que por contato pele a pele (como herpes e HPV) e por fluidos vaginais (como clamídia, gonorreia e HPV) podem ser transmitidas assim.
Também pode haver um risco aumentado de vaginose bacteriana (alteração da microbiota vaginal, levando a corrimento) ou infecção por fungos, principalmente candidíase, após a tesourinha.
Um fato interessante é que cada vagina possui um grupo específico de bactérias que vivem lá harmoniosamente, protegendo e cuidando da região.
Quando duas mulheres lésbicas começam a se relacionar, é muito comum que o contato entre essas microbiotas diferentes criem um desequilíbrio e elas desenvolvam algum grau de corrimento vagina, geralmente benigno e passageiro , causado por bactérias do gênero Gardnerella.
Com o tempo as bactérias de cada vagina vão ‘fazendo amizade’ e passam a ficar inclusive até muito parecidas! Lindo, né? 🥰
Há risco para HIV? Como já disse, sangue é um fluido altamente infectante e se estiverem no período menstrual e com carga viral elevada, há sim, mas baixo
Também há risco para hepatite C.
E como se proteger das IST’s afinal?
⁃Utilizar lubrificante à base d’água ou silicone. Isso diminui atritos e fissuras que são portas de entrada para várias IST’s.
⁃Preservativo vaginal ou uso de dental dem em formato retangular, com bastante lubrificante.
⁃Vacinar-se contra HPV o quanto antes (a vacina é mais eficaz antes do início da vida sexual).
⁃Quem pode se vacinar via SUS: Adolescentes com vagina de 9 a 14 anos e pessoas com vagina imunodeprimidas
(como, por exemplo, vivendo com HIV) de 9 a 45 anos.
⁃Evitar contato sexual desprotegido no período menstrual.
⁃Para herpes: evitar contato sexual quando houver lesões ativas ou no pródromo (quando já existe uma queimação ou prurido indicando que elas vão aparecer).
⁃Dry Sex (Sexo a Seco, ou de roupas): parece estranho, mas pode ser gostoso sim. Experiência própria. Experimente uma legging.
- PrEP não costuma ser indicada nessa tipo de relação pois a transmissão de HIV é raríssima (um caso documentado apenas).
Afinal como funciona a PrEP sob demanda (ou 2+1+1) para prevenir o HIV?
É segura pra todo mundo?
Qual a eficácia?
Verdade que não tem no SUS?
Leia esse fio curto e compartilhe.
A PrEP sob demanda é indicada para homens gays cis que apresentam exposições sexuais mais infrequentes e com certo planejamento, com eficácia em torno de 97% e menos chance de efeitos colaterais.
A pessoa duas pílulas entre 2 a 24 h antes do encontro sexual, uma pílula 24 h após a primeira tomada e uma 48 h depois a primeira tomada. Pode manter um por dia enquanto estiver transando e, quando parar, manter por dois dias.
Nunca vi vírus ou bactéria saindo pra perguntar ‘você é gay? Hétero? Bi?’ antes de infectar alguém.
IST’s não te escolhem por orientação sexual.
Achar que ‘monkeypox’, ‘HIV’, ‘sífilis’ são problemas só do outro, te dão uma falsa sensação de segurança.
E é aí que acontece com vc.
Obs: ainda não se bateu o martelo de que varíola pelo monkeypox seja exatamente uma IST (infecção sexualmente transmissível) apesar do vírus ter sido detectado em esperma, secreções anais e vaginais.
Qualquer contato íntimo pele com pele pode transmitir, inclusive sexo.
O início da epidemia de HIV teve concentração dos casos em alguns grupos vulneráveis, mas isso foi mudando através do tempo.
Como o tempo foi havendo ‘heterossexualização’ da transmissão, aumentando também entre mulheres e idosos.
O melhor amigo do sexo anal é o gel lubrificante. E do vaginal também, por que não?
Ele atua sim na prevenção de HIV e IST’s.
Vulva e reto lubrificados machucam menos, sangram menos e criam menos porta de entrada para vírus e bactérias. Entenda:
A vagina possui uma lubrificação natural que ajuda durante o ato sexual, mas que varia de acordo com o período do ciclo menstrual (aumenta durante a ovulação) e a fase da vida da pessoa (exemplo, diminui no climatério, popularmente chamado de menopausa).
Já o ânus, não possui esse tipo de lubrificação natural. Portanto, além de calma, paciência e jeito (se doer está errado) o uso de lubrificantes, de preferência à base d'água, é essencial.
Mas sabiam que tão importante quanto usar camisinha ou PrEP, é ter o cartão de vacinas atualizado?
Segue algumas vacinas importantes para todo mundo que transa, principalmente nós LGBT+.
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1) Hepatite B: a hepatite B tem uma taxa de transmissão sexual muito alta, até 100x mais fácil que o HIV. Geralmente nós recebemos as três doses + reforço na infância, mas após completar um ciclo, é ideal (principalmente pessoas com HIV, doenças imunes e
profissionais de saúde) que façamos um exame de anti-Hbs para avaliar se houve soroconversão (se a vacina pegou!). 10% não imuniza de cara. Está disponível em qualquer UBS. Importante se imunizar contra a hepatite B pois
Casos de Covid aumentando.
Subvariante Ômicron BQ.1 circulando no país.
Você já tomou a sua 4a dose?
Pessoa com HIV, já tomou a 5a dose?
Muita gente tá relaxando e esquecendo dos reforços.
Isso não deve acontecer.
Com reabertura e sem máscara, o mínimo é todo mundo se vacinar!
Ei, você com alguma alteração da imunidade. Já tomou a quinta dose contra Covid-19?
Temos uma nota técnica FEDERAL que permite isso.
Pessoas acima de 18 anos com imunossupressão (alteração da imunidade) podem receber mais uma dose da vacina contra a Covid-19, segundo nota técnica do ministério da saúde.
Para receber você pode levar um encaminhamento do seu médico, um documento que comprove
A dor funciona como um aviso, de que algo não está indo tão bem. Entenda o que pode estar acontecendo e saiba se prevenir.
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Além de ser um sexo que requer ‘treinamento’ e ‘paciência’, o sexo anal saudável EXIGE lubrificação abundante. O reto não tem lubrificação natural como a vagina.
No início da penetração é normal que haja um desconforto, uma sensação iminente de evacuação (vontade de fazer cocô) e alguma dor leve até o esfíncter relaxar (uma espécie de válvula que te impede de ter incontinência fecal).