Impressiona a desfaçatez e a quantidade de informações falsas, argumentos deturpados e fatos históricos corrompidos nessa thread.
Sempre com honestidade e responsabilidade, cabe ao Museu elucidar e alertar quanto às desonestidades que nos dizem respeito.
Segue o fio!🧶
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O primeiro argumento insinua que Hitler teria sido preso e solto por "juízes nazistas" por razões ideológicas, na contramão das provas.
Hitler, no entanto, não foi preso e simplesmente solto. Ele foi considerado culpado por liderar o Putsch da Cervejaria e condenado em 1924.
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Os pressupostos ideológicos dos juízes influenciaram na determinação da pena - bem mais curta do que em atos de violência política cometidos por setores da esquerda – e na sua soltura antecipada, menos de um ano depois.
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Entendeu-se que Hitler tinha “motivações patrióticas”. Ele até pôde se defender sem restrições de tempo, perante um vasto público.
Mas, embora o judiciário alemão fosse conservador, não era composto até então por filiados ao partido nazista.
Sua condenação não foi anulada.
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O segundo argumento aponta que, após um judeu incendiar o parlamento alemão, o horror nazista teria tido início. Em razão de um sujeito isolado, Hitler teria perseguido todos os judeus.
Novamente, trata-se de uma informação equivocada.
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O antissemitismo estava presente no ideário nazista desde a fundação do partido, mais de 10 anos antes da ascensão ao poder.
Ele estava calcado nas teorias raciais do século XIX, no ultranacionalismo étnico e no preconceito histórico - e não em um acontecimento isolado.
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Além disso, Marinus van der Lubbe, quem provavelmente incendiou o parlamento, não era judeu.
Ele era holandês comunista (dos chamados comunistas de conselho - vertente que, aliás, não se alinhava ao partido comunista alemão).
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O incêndio foi usado para perseguir comunistas, socialistas, anarquistas, sociais-democratas e quaisquer opositores do regime, além de permitir decretos de emergência por parte do governo nazista sem passar pelo parlamento.
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Mesmo no caso da perseguição aos opositores políticos, de forma semelhante ao dos judeus, as intenções nazistas de eliminar o comunismo eram explicitadas já muito antes.
O incêndio do Reichstag serviu somente de pretexto.
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A thread também insinua, ao tentar equivaler aos atos recentes, que a perseguição dos nazistas aos judeus seria uma reação (mesmo que desproporcional) a algum ato concreto deles contra o Estado alemão - o que nunca ocorreu e, em alguma medida, culpabiliza as próprias vítimas.
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Quem atenta contra a democracia deve, de fato, ser julgado e punido.
Já judeus foram perseguidos sob o nazismo não por algo que fizeram, mas somente por existirem.
Está no ar o número 13 da Revista de Estudos Judaicos, do Instituto Histórico Israelita Mineiro (IHIM)!
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Em parceria com o Museu do Holocausto de Curitiba, a nova edição da Revista, tendo em vista o aspecto fundamental de conhecer e promover pesquisas realizadas sobre o Holocausto e a História Judaica no Brasil, apresenta trabalhos que promovem um panorama destes estudos no país.
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Entre os materiais, há o artigo "Um panorama das pesquisas sobre Shoah e Nazismo no Brasil: levantamento de teses e dissertações da base de dados da CAPES entre 2006 e 2018", de Michel Ehrlich, coordenador de História do nosso Museu; +
Matthias Sindelar é uma lenda do futebol austríaco. O atacante — apelidado de “Der Papierene” (o Homem de Papel) — foi protagonista de grandes feitos da seleção semifinalista da Copa de 1934 e campeã da Copa Intercontinental da Europa Central de 1936.
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O craque, no entanto, mostrou uma incomum coragem fora de campo.
Adolf Hitler, assim como a maioria dos ditadores, sabia do poder de mobilização do esporte e, por isso, desejava fazer da Alemanha uma potência em todas as modalidades.
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Em 12 de março de 1938, as tropas nazistas invadiram a Áustria, anexando o país à Alemanha. Assim, os jogadores da seleção austríaca deveriam disputar a Copa do Mundo com a camisa alemã.
De origem judia, Matthias se recusou a jogar com a suástica em seu peito.
Hoje, comemoram-se 73 anos que a Declaração Universal do Direitos Humanos foi redigida.
O documento, redigido em 10 de dezembro de 1948 por um comitê internacional de especialistas, estabelece uma série de direitos fundamentais aos quais deveriam ter acesso todos os seres humanos incondicionalmente, +
como, entre outros, o direito à vida, à igualdade perante a lei e o veto à tortura e à escravidão.
Na noite de 10 de novembro, a equipe masculina profissional do Clube Atlético Mineiro entrou em campo no estádio Mineirão para enfrentar o Cuiabá, em partida válida pelo Campeonato Brasileiro.
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Em cada um dos uniformes, foi estampada uma estrela amarela em lembrança à Noite dos Cristais, ocorrida em 9 de novembro de 1938, um marco na passagem da discriminação aos judeus para sua perseguição com violência física por parte da Alemanha nazista.
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Por isso, a data também marca o Dia Internacional contra o Fascismo e o Antissemitismo.
Em 2022, vários clubes brasileiros de futebol que disputam a Série A realizaram ações em memória desta data, por meio das redes sociais ou utilizando estrelas amarelas em suas camisas.
É com profundo pesar que o Museu do Holocausto de Curitiba comunica o falecimento do Sr. Jan Farsky Z"L, aos 103 anos, em São Paulo (SP).
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Jan (ou Johny Feuerstein) nasceu em Praga, na antiga Tchecoslováquia. Em 1942, aos 23 anos, foi mandado com a família para o gueto de Theresienstadt. Dois anos depois, foi enviado ao complexo de extermínio nazista de Auschwitz-Birkenau, onde seu pai foi assassinado.
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Vítima de trabalhos forçados e de uma marcha da morte, foi liberado pelas tropas soviéticas numa cidade tcheca.
Annie Leiser-Kleinhaus nasceu em 1936, em Antuérpia, Bélgica. Quando a ocupação alemã na Bélgica começou, em maio de 1940, ela tinha apenas quatro anos de idade. Após a invasão nazista, seu pai logo foi enviado para um campo de trabalhos forçados, e Annie precisou fugir.
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Após uma tentativa de escapar para a Suíça, fugiram a pé pelos campos e florestas enquanto eram perseguidas. “Até hoje isso me dá pesadelos”, lamentou. Em seguida, todos foram enviados para um campo de trânsito e viveram em condições horríveis.
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No entanto, sua mãe providenciou para que ela fosse transferida para um orfanato católico em Nice, França.
Então, ela foi separada de sua família e enviada para lá como medida de precaução. Felizmente, sua mãe escapou do campo e depois fugiu para o sul da França.