Gonorreia resistente não tem a ver com ‘promiscuidade’.
Tem a ver com mau uso de antibióticos e falta de exames de rastreio pra quem precisa.
Inclusive ela passa mesmo em sexo sem penetração, como sarro e até no sexo oral.
Culpe a falta de políticas de saúde sexual, não o sexo.
Fiz um post muito completo sobre gonorreia dias atrás, mas as notícias de ‘super gonorreia’ me fizeram retomar o assunto.
A infecção por gonorreia é uma das IST’s mais comuns, que causa corrimento no pênis, inflamações no ânus e no útero.
E ela passa facinho: só de ficar roçando o pênis no ânus ou vagina e até chupando. E sabemos que a minoria das pessoas usa preservativo nessas horas.
A bactéria tem uma facilidade pra mutar e trocar genes de resistência, por isso fica facilmente resistentes aos antibióticos.
O que aconteceu foi a primeira vez que identificaram uma cepa resistente à cinco classes de antibiótico, lá nos EUA, mas ela respondeu sim à ceftriaxona, que é o tratamento atual recomendado.
Organizações mundiais monitoram o surgimento dessas cepas para não piorar a situação, como o SenseGono, no Brasil.
Muitas pessoas podem ter gonorreia no ânus, na garganta ou na vagina sem saber, e quando usam antibióticos sem precisar ou de forma errada,
favorecem o surgimento de bactérias resistentes.
Daí a importância de fazer rastreio e eliminar a bactéria de quem precisa.
Também tem muito profissional tratando a infecção de forma errada até hoje, com antibiótico e posologia erradas.
Apenas uma vacina (a Meningo B) mostrou uma proteção cruzada parcial para gonorreia de (33 a 40%) para gonorreia, dando a esperança de uma vacina mais específica. Tenho usado no consultório.
Enfim, culpar quem transa é simples, mas o problema é muito maior.
Enquanto não avançarmos nas políticas de rastreio de IST’s, no uso racional de antibióticos e nas pesquisas de vacinas, a gonorreia vai nos atormentar cada vez mais.
Então procurem fazer a melhor prevenção possível, só usem
antibiótico se necessário e pressionem as autoridades.
Ajude uma pessoa que sofre com herpes genital de repetição.
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A infecção pelo HSV-2 (herpes simples do tipo 2) tem se tornado cada vez mais frequente na população mundial e seu fardo afeta a autoestima e a qualidade de vida de muitas pessoas.
Enquanto a infecção pelo HSV-1 (mais comum orolabial) cursa com menos chance de recorrência, o tipo 2 (mais anogenital) pode apresentar recidivas principalmente nos primeiros anos após a infecção.
Quando eu entro numa casa e vejo que tem isso eu fico TÃO feliz
Saúde anal importa 🤌🏽🥹
O atrito do papel higiênico favorece dermatites, sangramentos e fissuras, portanto a limpeza com água corrente (banho, ducha, bidê) é mais indicado.
Introduzir a ducha na portinha do ânus pra chuca não é o mais recomendado principalmente se você mora com outras pessoas (você deve lavar com água e sabão antes) e também não há tanto controle do volume de água introduzido.
O melhor é utilizar equipamentos próprios individuais.
Um guia rápido sobre prevenção no sexo entre lésbicas e/ou pessoas com vulva, na modalidade ‘tesourinha’.
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Hoje vamos falar sobre a ‘tesoura’ ou carinhosamente ‘tesourinha’, prática muito comum entre mulheres cis lésbicas e demais pessoas com vagina.
A ‘tesourinha’ envolve esfregar sua vulva contra outra vulva, em qualquer posição ou em qualquer ritmo que seja bom para vocês duas (ou dois - homens trans).
Ela é particularmente prazeirosa para pessoas que apreciam estimulação clitoriana.
Afinal como funciona a PrEP sob demanda (ou 2+1+1) para prevenir o HIV?
É segura pra todo mundo?
Qual a eficácia?
Verdade que não tem no SUS?
Leia esse fio curto e compartilhe.
A PrEP sob demanda é indicada para homens gays cis que apresentam exposições sexuais mais infrequentes e com certo planejamento, com eficácia em torno de 97% e menos chance de efeitos colaterais.
A pessoa duas pílulas entre 2 a 24 h antes do encontro sexual, uma pílula 24 h após a primeira tomada e uma 48 h depois a primeira tomada. Pode manter um por dia enquanto estiver transando e, quando parar, manter por dois dias.
Nunca vi vírus ou bactéria saindo pra perguntar ‘você é gay? Hétero? Bi?’ antes de infectar alguém.
IST’s não te escolhem por orientação sexual.
Achar que ‘monkeypox’, ‘HIV’, ‘sífilis’ são problemas só do outro, te dão uma falsa sensação de segurança.
E é aí que acontece com vc.
Obs: ainda não se bateu o martelo de que varíola pelo monkeypox seja exatamente uma IST (infecção sexualmente transmissível) apesar do vírus ter sido detectado em esperma, secreções anais e vaginais.
Qualquer contato íntimo pele com pele pode transmitir, inclusive sexo.
O início da epidemia de HIV teve concentração dos casos em alguns grupos vulneráveis, mas isso foi mudando através do tempo.
Como o tempo foi havendo ‘heterossexualização’ da transmissão, aumentando também entre mulheres e idosos.
O melhor amigo do sexo anal é o gel lubrificante. E do vaginal também, por que não?
Ele atua sim na prevenção de HIV e IST’s.
Vulva e reto lubrificados machucam menos, sangram menos e criam menos porta de entrada para vírus e bactérias. Entenda:
A vagina possui uma lubrificação natural que ajuda durante o ato sexual, mas que varia de acordo com o período do ciclo menstrual (aumenta durante a ovulação) e a fase da vida da pessoa (exemplo, diminui no climatério, popularmente chamado de menopausa).
Já o ânus, não possui esse tipo de lubrificação natural. Portanto, além de calma, paciência e jeito (se doer está errado) o uso de lubrificantes, de preferência à base d'água, é essencial.