É comum confundir verticalização com densidade. Como os prédios de hoje em dia são mais altos do que os de cem anos atrás, muitas pessoas pensam que as cidades estão cada vez mais densas.
Na verdade, as regiões centrais das metrópoles têm perdido densidade. Isso ocorre por vários motivos, entre eles:
Aumento da renda média. A sociedade de hoje é, em média, mais rica que a do passado. O padrão de vida das famílias melhorou, e elas passaram a demandar imóveis maiores. Ou seja, cada pessoa passou a ocupar uma quantidade maior de metros quadrados na cidade.
Migração para subúrbios e cidades da área metropolitana. A demanda por imóveis maiores nem sempre pode ser atendida nos bairros centrais. Por isso, nas últimas décadas houve um grande crescimento das regiões próximas aos grandes centros.
A cultura do transporte individual, baseado no automóvel, também colaborou para isso.
Restrições ao aproveitamento dos terrenos. A partir da década de 1970, muitas cidades ao redor do mundo aprovaram restrições à construção civil, como alturas máximas, recuos obrigatórios e limites para a área construída dos edifícios.
A intenção era preservar a qualidade de vida dos habitantes e conter o “caos urbano”. Mas as consequências foram ruins: as cidades se expandiram horizontalmente, avançaram sobre áreas de sensibilidade ambiental, e tornaram a mobilidade urbana bem mais complicada.
Para uma melhor compreensão do tema, sugerimos a leitura do documento “The Persistent Decline in Urban Densities”, de Shlomo Angel et al.
Preparamos uma grande surpresa para vocês! A partir desta segunda-feira, teremos colunistas regulares no Caos Planejado.
A nova seção de Colunistas do Caos Planejado terá como objetivo trazer textos de opinião de especialistas convidados, em um formato mais curto, com frequência regular e liberdade editorial dos colunistas.
O objetivo é fomentar o debate urbanístico em escala nacional, com um quadro de especialistas diversos cobrindo diferentes ângulos da cidade. Estamos inaugurando a seção com 15 nomes fantásticos que toparam estrear este projeto, que planejamos expandir ao longo do tempo.
Aprendendo com os fracassos de 6 projetos de transporte, segue o fio🧵:
1. Minhocão – São Paulo:
A Via Elevada Presidente João Goulart, mais conhecida como Minhocão, foi inaugurada em 1971. Além de não resolver o problema dos engarrafamentos, o viaduto isolou os bairros Campos Elísios e Santa Ifigênia, acelerando o seu processo de degradação.
Hoje há um movimento para desativar o Minhocão, demolindo-o ou transformando-o em um parque.
A maioria da população brasileira não possui acesso ao mercado imobiliário formal, segue o fio 🧵:
As cidades brasileiras são excludentes:
A Urbit é uma empresa de inteligência, e parte do nosso trabalho é analisar preços imobiliários, gerando informações para empresas atuantes no mercado. Avaliamos formas de verificar a acessibilidade dos brasileiros ao mercado imobiliário.
Quem aí é fã de @FriendsTV ??
"Mas Caos, que diabos Friends tem a ver com o urbanismo de Nova York?”
Segue o fio 🧶
Friends é uma série americana
que rodou de 1994 a 2004 e que
se passava em Nova York, mais
especificamente no Greenwich
Village. Nessa foto, vemos o
Washington Square Park, praça
mais emblemática do Village e
que frequentemente aparecia
na série.
Mas é importante lembrar que os
anos 80 e 90 marcaram uma onda do período de declínio e criminalidade em centros urbanos, que estavam desacreditados nos EUA.
5 projetos que aproveitam pequenos espaços urbanos. Segue o fio🧶
📷 Ema Blom.
O Caffe del Popolo, é uma cafeteria em Córdoba, na Argentina. O projeto faz um excelente uso do vão entre dois prédios, e ainda inclui um banheiro e um depósito nos andares superiores.
📷 Ema Blom.
O Vietnã é famoso por seus edifícios altos e estreitos, conhecidos como casas-tubo. A LVS House, dos arquitetos AD9, com certeza é uma das mais bonitas.
📷 Quang Tran.
A escolha de um ponto comercial é determinante para o sucesso de uma operação de varejo. Segue o fio 🧵
Há softwares de inteligência geográfica que indicam a população, renda média, faixa etária e potencial de consumo de cada região ou quadra. Mas ainda cabe ao ser humano realizar a escolha final do imóvel.
O varejo precisa estar onde há circulação de pessoas. Um dos critérios é o adensamento populacional, que pode ser medido pelas ferramentas de geomarketing. Mas nem toda região adensada gera movimento nas ruas. É preciso ir até o local e observar se há vida pulsante nas calçadas.