Ferrari Spazzaneve: A VERDADEIRA Ferrari 312B3, por Mauro Forghieri. Esse carro seria uma das mudanças mais radicais da "geração Ferrari 312" e que era pra ser justamente a 312B3 original. Segue o 🧵! #F1#Formula1#Ferrari
O ano era 1972, onde a Ferrari vivia uma série de problemas ao longo daquele ano: Ickx reclamava bastante do equilíbrio do B2 em 71 e no início desse ano.
Principalmente pelo fato do calcanhar de Aquiles do carro ser o fracasso da combinação entre a revolucionária suspensão traseira com os pneus Firestone, que deixava o carro com diversas vibrações, tornando-o quase impossível de guiar, dizendo que o carro era pior que o anterior.
O papel da equipe ficou a ser resignada à coadjuvante da Lotus e Tyrrell, somada à seca de títulos. O próprio Enzo, já com 74 anos, tinha diabetes e vivia na base de analgésicos, chegando até a criar um vício em corticosteroides.
Além disso, Forghieri pensava em tirar um período "sabático" para, segundo ele, "refrescar a mente e vir com novas ideias". Para contornar a situação e satisfazer os caprichos do seu projetista-chefe, o Comendador conseguiu uma determinada quantia de orçamento da parceira FIAT.
Um dos desafios era fazer um carro que fosse competitivo, já que uma certa equipe estava apostando todas as suas fichas em chassis que gerassem uma quantidade grande de downforce, com chassis esguios.
E também longos e com linhas harmônicas que direcionavam o fluxo de ar para incidir na asa traseira. O principal expoente nessa época não poderia ser outro, se não a Lotus 72, campeã com Rindt em 70 e com Fittipaldi em 72 com sua versão D.
— Nós não éramos mais inteligentes que eles, contudo tínhamos mais sorte porque também estávamos trabalhando com o nosso carro para corridas de longa duração [a 312PB].
Graças a esse carro começamos a entender o que significava ter uma grande superfície plana próxima ao asfalto. — Forghieri, sobre as rivais e o conceito inicial do Spazzaneve.
E isso ficou claro nos testes no túnel de vento da Universidade de Stuttgart, onde a 312PB tinha mais downforce que a 312B2. Contudo, Forghieri percebeu que, com uma superfície plana e larga, acabaria gerando uma maior aerodinâmica e aderência mecânica.
Onde uma porcentagem desse lastro poderia ser colocada no aumento da distância entre-eixos do carro, em vez dele ser concentrado justamente na traseira (uma das grandes reclamações de Ickx com o carro decorre daqui).
Isso permitia o Forghieri reduzir o tamanho da asa traseira, dando mais velocidade em reta ao carro. Desse pensamento surgiu a 312B3 inicial, a conhecida Spazzaneve. Os boatos sobre o carro já surgiram pouco antes do Grande Prêmio da África do Sul de 72, em Kyalami.
Afinal, Ickx e Regazzoni deixaram escapar à imprensa de que estavam testando um novo e revolucionário conceito de asa dianteira de largura completa do carro em Vallelunga.
Onde o nariz basicamente parecia uma espátula, com dois dutos de ar NACA gigantes na frente e um menor no meio deles, dando um conceito bastante agressivo ao carro. O carro possuía uma distância entre-eixos de 2380 milímetros, com pequenas saliências aerodinâmicas.
Segundo Forghieri, ele se dedicou de "corpo e alma" na criação desse carro.
— A Spazzaneve era um carro muito importante para mim [e para a Ferrari]. Mas o seu conceito foi criado justamente para ser um carro experimental.
Foi uma base para eu estudar certos conceitos aerodinâmicos, e esse projeto representou uma grande mudança em minha mente. — afirmara Forghieri. O carro era um projeto bem secreto da escuderia de Maranello, e Forghieri fez questão que o projeto continuasse assim.
— Ele construiu esse carro e depois foi testar com Arturo Merzario, Jacky Ickx e Clay Regazzoni. Eles foram a todos os lugares – começaram em Fiorano, para Modena, foram para Misano, foram para Monza. Eles fizeram muitos testes. — Franco Meiners, atual proprietário do carro.
Contudo, no dia 28 de agosto de 1972, tudo mudou. A Spazzaneve foi revelada à imprensa italiana, deixando os tifósi em pólvora, sendo que a próxima corrida seria justamente em Monza, criando expectativas para a estreia do carro no Grande Prêmio da Itália.
Devido a isso, o carro passou a ser alvo de chacotas na mão dos cartunistas da época, dada a extravagância do design do bólido. A equipe estava fragmentada e a simples troca de um motor (Tipo 001) do carro durava incríveis oito horas.
Além disso, para a imprensa Ickx detonava publicamente o carro, preferindo a antecessora, que abandonou o seu conceito de suspensão por um modelo mais convencional em 72. E isso foi um golpe duro para Forghieri.
Afinal, os pilotos não conseguiram encontrar o equilíbrio que queriam, com Ickx apenas conseguindo ir tão rápido quanto o antecessor do novo carro, o B2. No final, apesar de ter ido com o intuito de ser utilizado no Grande Prêmio da Itália em Monza, o carro nunca correu.
Mas o projetista italiano estava tranquilo. Porque, segundo ele, o conceito do carro não era pensando em Monza, mas sim em pistas como Zolder e Nivelles.
— No túnel de vento, tivemos muito mais downforce com a Spazzaneve do que o B2. Pois apesar da Spazzaneve ser menor, tínhamos também quatro vezes à mais de área da carroceria.
E sei que claramente esses resultados se mostraram diferentes na pista e sabia que tínhamos muito a aprender. Contudo, eu estava olhando bem à frente. — Forghieri, sobre o B2 e a Spazzaneve.
Inclusive, a Spazzaneve foi uma que introduziu os retrovisores nas posições bem nas laterais, algo que seria utilizado pela Ferrari mais de 3 décadas depois, com a 248F1 em 2006.
Muitos dentro da Ferrari acharam o seu conceito errôneo. Além disso a própria Firestone criticou bastante o carro, por sua carroceria de metal no formato space frame ser revestida de uma carcaça de alumínio completamente unida.
Esse conceito já existia parcialmente no B2 e a própria fabricante de pneus já criticava esse modelo de construção. Diante de tamanhas críticas, um dos engenheiros colocados dentro da equipe à mando da própria FIAT [Sandro Colombo], telefonou para a TC Prototypes.
Empresa essa de John Thompson, por recomendação da Firestone, para melhores ideias sobre construção do chassi. E assim, nessa bagunça toda envolvendo o trabalho de quatro projetistas em Earls Barton, na Inglaterra, se construiu a 312B3 "britânica".
Assim, Forghieri teve seu projeto imensamente prejudicado por muita politicagem envolvida.
— As pessoas disseram que eu estava discutindo com Colombo acerca desse chassi monocoque, contudo não estava em posição de fazer isso.
Inclusive disseram que eu não gostava de monocoques, o que era mentira! E de qualquer maneira, o Spazzaneve foi um carro mais rígido que o B3 britânico. — Forghieri, sobre o caso. Como se sabe, o B3 "britânico" de John Thompson estreou em Montjuïc e foi um fracasso retumbante.
Foi um carro lento, de pouca resistência, ao ponto da Ferrari deixar de correr duas etapas naquele ano, sendo elas Zandvoort e Nürburgring. Para descontentamento total do belga Jacky Ickx, já a pista do "Inferno Verde" era a sua pista predileta.
A situação só mudou quando Forghieri retornou como diretor técnico na Áustria, onde o carro foi guiado por Arturo Merzario, e colocou seus conceitos do Spazzaneve no mal fadado carro, mas aí já era tarde e o modelo era incurável.
Com a introdução de Lauda à equipe em 74, o carro adotou a centralização do centro de gravidade do carro e o corpo largo da Spazzaneve, e modificou a distância entre-eixos do carro, tendo 2500 milímetros na 312B3-74.
Resultado? Clay Regazzoni quase venceu aquele campeonato, tendo 52 pontos, três a menos que o campeão, o brasileiro Emerson Fittipaldi. A Ferrari também seria vice-campeã de construtores, com 65 pontos, contra 73 pontos da McLaren, a campeã.
Existem ao todo oito chassis fabricados do 312B3 "convencional" (são eles: 010, 011, 012, 014, 015, 016 e 020).
A Spazzaneve foi um conceito revolucionário que faria a Ferrari construir o seu melhor carro até a era Schumacher, que era a 312T. Um carro que envelheceu bem ao longo dos anos, tanto que envelheceu até demais, ficando muito ultrapassado no seu final de vida, com a T5, em 1980.
Só existe um chassi da Ferrari 312B3 "Spazzaneve" fabricado, que é o chassi 009, pertencente a Franco Meiners desde 2010.
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Casos de 1994: Explicando a bagunça que foi a desclassificação de Michael Schumacher no Grande Prêmio da Inglaterra de 1994, em Silverstone. Segue o fio! 🧶#F1 #Formula1 #schumacher
Toda a polêmica já começa quando o alemão Michael Schumacher ultrapassa por duas vezes o piloto da Williams Damon Hill nas duas voltas de apresentação do Grande Prêmio, já que a primeira largada fora abortada pelo fato do carro do Coulthard ter ficado parado no grid.
Só que, a manobra feita pelo alemão na volta de apresentação não era permitida pelo regulamento. Como atesta o Artigo 118, parágrafo e. Segue ele abaixo na íntegra.
Telemetria completa da Williams FW14B, chassi número 11, utilizado por Nigel Mansell no Grande Prêmio da Inglaterra de 1992, na qual ele dominou completamente. Segue o rápido fio! #F1 #Formula1
Nesse papel verde tem todos os dados do carro, como cambagem, configuração dos amortecedores, suspensão, relação de transmissão utilizada em cada marcha e a carga aerodinâmica utilizada na asa dianteira e traseira, inclusive com o número de elementos utilizados.
Tem também pressão dos pneus, nível de altura em relação ao solo que a suspensão ativa deveria apresentar, e tudo mais. Inclusive, o motor Renault RS4 seria utilizado pela primeira vez em Silverstone, somente nos treinos, sendo apelidado de "trunfo" daquele fim de semana.
A história do carro-turbina da Brabham de 1978, a Brabham BT46B. Um carro de uma única corrida e uma única vitória.. Nos seus detalhes. Segue o fio! #F1 #Formula1
Tanto Murray como Bernie Ecclestone começaram na temporada de 1978 tendo grandes esperanças com o seu novo carro. Até porque, ambos sabiam que o novo Brabham BT46 era rápido, e que eles podiam contar com a competência de Niki Lauda e John Watson ao volante do bólido.
Contudo, essa esperança logo acabou com a introdução do carro-asa definitivo, a saber, a Lotus 79 de Colin Chapman, que maximizou o conceito do efeito-solo e massacrou a concorrência desde a sua introdução, no GP da Bélgica de 1978, realizado em Zolder.
Um dos principais motivos da Benetton B194 mudar a coloração das rodas BBS pretas para brancas no carro número 5 de Michael Schumacher foram justamente para deixar o carro mais belo nas transmissões de TV. A modificação viria no GP da Hungria. #F1 #Formula1
Contudo, no carro do segundo piloto, utilizado por Lehto, Verstappen e Herbert, foi mantida a coloração preta nas rodas BBS. Pois, na transmissão, o carro que mais ficava em evidência nas transmissões, obviamente, era o carro do alemão.
As rodas pretas também eram utilizadas em condições chuvosas, com ambos os pilotos. Como assim aconteceu no chuvoso GP do Japão de 1994. Assim como foi nas duas sessões de treinos do GP da Bélgica e na segunda sessão de treinos do GP da Austrália de 1994.
Escândalos de 1994. O escândalo do controle de tração utilizado pela Ferrari em no Grande Prêmio do Pacífico, realizado em Aida. Segue o fio. #F1 #Ferrari
A Fórmula 1 entrava na segunda etapa do campeonato de 1994, num dos circuitos mais travados da sua história. O circo da Fórmula 1 chegaria ao circuito de TI Aida. Esse circuito fica na província de Okayama, numa cidade chamada Mimasaka, uma cidade de apenas 28 mil habitantes.
Um traçado de 3,7 quilômetros travado e praticamente impossível de se ultrapassar, tendo como principal ponto de ultrapassagem a reta oposta, que termina na curva 5. Nesse Grande Prêmio, por ser novo no calendário, os pilotos tiveram um dia extra para se acostumarem com a pista.
Ferrari F2004. O carro do heptacampeonato de Michael Schumacher. Segue o fio. #F1 #Ferrari #Schumacher
O projeto, que tinha como codinome de projeto o número 655, representa uma evolução do já campeão F2003-GA. Contudo, muitos dos conceitos foram redesenhados para maximizar a eficiência do novo motor Tipo 053, concebido por Paolo Martinelli, e reduzir o alto desgaste dos pneus.
Sendo que esse fator era um problema crônico do F2003-GA. Para acabar com esse problema, a suspensão da F2004 foi redesenhada. Além disso, o carro possui um centro de gravidade mais baixo, enquanto a distribuição de peso foi melhorada em relação ao chassi e ao motor.