Isso saiu na @Nature no mês passado, mas só vi hoje, e ainda assim eu acho que vale a pena reportar: há uma crise na ciência, e ela afeta a saúde mental dos cientistas. A principal causa, segundo o artigo? A cultura tóxica da carreira. Segue o #cordel aí.
O título do texto é "Há uma crise de saúde mental na ciência - a cultura de pesquisa tóxica é a culpada". O texto informa que pesquisadores relatam altas taxas de ansiedade e depressão, chamando a atenção para a necessidade de mudança antes que seja tarde demais.
Estudantes de pós-graduação e pesquisadores enfrentam diversos desafios, desde baixos salários até assédio e discriminação. Alguns estudos recentes mostram que essas pressões têm impacto direto na saúde mental dos cientistas.
Não surpreendentemente, essas questões afetam especialmente grupos sub-representados, incluindo mulheres, indivíduos não-binários, pessoas que não são brancas e estudantes de baixa renda. No entanto, também afeta pesquisadores seniores e cientistas de diferentes países.
Problemas com a saúde mental estão levando cientistas a abandonar a ciência, o que pode ter graves consequências para o futuro da pesquisa e da sociedade. Já há apelos para mudanças sistêmicas que possam melhorar a saúde mental dos pesquisadores.
Um estudo de 2018 revelou que 41% dos respondentes relataram ansiedade moderada a grave e 39% tinham depressão moderada a grave. Esses níveis são seis vezes maiores do que na população geral. Frequentemente havia uma associação com desequilíbrio entre o trabalho e a vida pessoal.
Mulheres, pessoas trans e não-binárias são mais propensas enfrentar problemas de saúde mental. O assédio sexual na ciência, que afeta desproporcionalmente as mulheres, também é um fator contribuinte significativo - a ciência também é machista.
Em 2020, um estudo descobriu que 43% dos cientistas haviam sofrido bullying ou assédio, e 61% tinham testemunhado. Dos entrevistados, 70% se sentiam estressados em um dia normal de trabalho, e 34% procuraram ajuda profissional para cuidar da saúde mental. nature.com/articles/d4158…
Muitos cientistas veem seu trabalho como uma 'vocação', não apenas um emprego. Esse tipo de atitutde pode levar a uma relação abusiva, onde a paixão pelo trabalho pode contribuir para o esgotamento e outros problemas de saúde mental.
A crise de saúde mental na ciência é alarmante e exige ação imediata. Precisamos de mudanças sistêmicas para combater a cultura de pesquisa tóxica e criar um ambiente de trabalho mais seguro e inclusivo para todos. A paixão pela ciência não deve custar nossa saúde mental.
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Sobre a tragédia evitável do advogado criminalista que morreu pelo disparo de sua própria arma causado por um aparelho de ressonância magnética, me pergunto: por quê?
Consta que Leandro Mathias de Novaes recebeu e assinou o termo de que informava sobre os riscos do magnetismo.👇🏼
Consta também que ele retirou a munição extra que levava(um pente com trinta balas – e eu também me pergunto pra que ele portava tudo isso de munição) e entregou para a equipe responsável.
Mas, por alguma razão, Leandro decidiu não retirar e entregar sua pistola carregada. 👇🏼
Ao se aproximar do aparelho para falar com sua mãe, que era quem fazia o procedimento, a arma, que estava oculta, foi atraída pelo campo magnético da máquina e bateu no aparelho, onde ficou aderida, mas não sem antes disparar e ferir o advogado, que faleceu 19 dias depois. 👇🏼
Sou um cético fascinado com os fenômenos aéreos não identificados (FANI), o 'rebranding' dos OVNI. Não sei o que são, mas acho que já tá na hora de se estudar o fenômeno a sério. No #cordel, o resumo deste artigo da Scientific American sobre o tema. scientificamerican.com/article/scient…
O artigo discute o aumento recente de interesse governamental nos EUA em estudar fenômenos aéreos não identificados (FANIs, antes chamados de OVNIs). A Agência de Inteligência Nacional dos EUA lançou um relatório não classificado sobre FANIs para o Congresso em 12 de janeiro.
Futuros relatórios serão apresentados anualmente. Além disso, a NASA criou uma equipe de estudo de 16 membros para melhorar o entendimento científico sobre os FANIs. Há também uma ampla variedade de esforços privados de pesquisa.
Já foi aprovado prescrever MDMA e psilocibina na Austrália!
Essa novidade pegou desprevenida a comunidade psicodélica mundial. A Austrália será o primeiro lugar do mundo em que a prescrição terapêutica destes dois psicodélicos será legal.
Em uma decisão inovadora e fora do radar para os estudiosos, a Therapeutic Goods Administration (TGA), o equivalente australiano da ANVISA, autorizará a prescrição do psicodélicos psilocibina e do entactógeno MDMA para fins terapêuticos, por psiquiatras. tga.gov.au/news/media-rel…
A partir de 1º de julho de 2023, medicamentos que contêm as duas substâncias poderão ser prescritos por psiquiatras autorizados. As prescrições terão que sere direcionadas especificamente para o tratamento de dois transtornos mentais.
A galera tá dizendo por aí que a convocação do Daniel Alves pelo Tite promoveu mais comoção no Brasil do que a prisão dele na Espanha por estupro. Não é verdade, pelo menos se tomarmos por base as buscas no Google. Se quiser conferir no link, é esse aqui: trends.google.com/trends/explore…
O primeiro pico é em 7 de novembro, quando ele foi convocado, o pico mais alto é relativo à prisão. Os resultados não mudam muito se você usar a busca por 'Daniel Alves - jogador de Futebol'
CLARO que isso NÃO quer prova que o brasileiro não seja machista e que não haja passação de pano para estupro.
SIM, vivemos em um país machista e frequentemente a vítima é culpabilizada. A cultura do estupro EXISTE.
O lindo texto “Eu precisava chorar outra vez”, da querida @gmadalosso traz uma importante discussão à baila: qual é a hora certa de parar de tomar o antidepressivo?
Não existe uma resposta certa, mas é importante saber que assim como os antidepressivo podem, se bem usados e no momento certo, salvar vidas, há também que se discutir sobre o momento certo de retirá-los. O texto da Giovana é bom por nem fetichizar nem estigmatizar os remédios.
Se o “campo de força emocional” que os antidepressivos promovem pode resgatar alguém das profundezas infernais da depressão, depois de muito tempo de uso (que deve ser, segundo a prática psiquiátrica, de no mínimo 6 meses a 1 ano sem sintomas) ele pode começar a cobrar seu preço.