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Aug 7 17 tweets 6 min read Twitter logo Read on Twitter
A sombra de um homem com uma bengala gravada na entrada do Banco Sumitomo, em Hiroshima. O calor extremo imprimiu sobre o solo as sombras das vítimas que estavam no epicentro da explosão da bomba atômica, lançada pelos Estados Unidos sobre a cidade há 78 anos.

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O ataque contra Hiroshima ocorreu às 8h15 da manhã de 6 de agosto de 1945, quando uma bombardeiro da Força Aérea dos EUA lançou sobre a cidade o "Little Boy" — uma bomba de urânio com 3,2 metros de comprimento e peso superior a 4 toneladas.

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A detonação ocorreu a cerca de 600 metros acima do solo, sobre o Hospital Shima, na região central da cidade. A bomba criou uma explosão equivalente a 16 quilotons de TNT. Um enorme clarão tomou os céus e uma devastadora onda de calor se alastrou pela área urbana.

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O raio de destruição total chegou a 1,6 quilômetro. Dentro desse perímetro, todos os edifícios foram instantaneamente pulverizados. A devastação, entretanto, foi muito além. A onda de calor gerou incêndios generalizados, destruindo uma área superior a 11 km quadrados.

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O número exato de vítimas não pode ser determinado com precisão. Estima-se que entre 70 e 80 mil pessoas morreram logo após a explosão — 1/4 da população da cidade. Nas semanas seguintes, os efeitos agudos do ataque fizeram o número de vítimas chegar a quase 170 mil mortos.

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A temperatura no epicentro da explosão atingiu 7.000ºC, incinerando as pessoas ao redor. A luz incandescente da explosão nuclear, entretanto, gravou nas superfícies sólidas da cidade as sombras das vítimas, deixando um lúgubre registro de seus momentos finais.

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O calor e a luz gerados pela explosão foram tão intensos que branquearam as superfícies atingidas. As pessoas e objetos que estavam nesses locais, entretanto, absorveram a energia e bloquearam a luz, projetando áreas de sombra que mantiveram a cor original das superfícies.

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Qualquer corpo que estivesse no caminho da explosão impedia o branqueamento da área sobre a qual projetava sua sombra, deixando assim a sua silhueta gravada no concreto — fossem bicicletas, escadas ou seres humanos.

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É o caso da pessoa de bengala que foi surpreendida pela explosão enquanto subia os degraus na fachada do Banco Sumitomo, no centro de Hiroshima.

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A poucos metros dessa sombra, outro registro de uma pessoa que estava sentada em uma elevação da calçada também ficou gravado no solo. Esse fragmento foi destacado da calçada e encontra-se preservado até hoje no Memorial da Paz de Hiroshima.

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Em outro local, junto à ponte de Yorozuyo-Bashi, os registros mostram pedestres tentando fugir da explosão. Algumas manchas sugeriam atos de coragem e altruísmo, com sombras que parecem tentar proteger outras.

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Três dias após o bombardeio de Hiroshima, em 9 de agosto de 1945, os Estados Unidos realizaram um segundo ataque nuclear ao Japão. O alvo dessa vez foi a cidade de Nagasaki.

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Apelidada de "Fat Man", a bomba atômica era dotada de um núcleo de plutônio. Pesava 4,5 toneladas e tinha poder explosivo equivalente a 21 quilotons de TNT. Por volta das 11h da manhã, o dispositivo foi lançado sobre a cidade por um bombardeiro B-29.

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Assim como em Hiroshima, a explosão causou uma destruição massiva, matando dezenas de milhares de pessoas instantaneamente e deixando milhares de feridos e desabrigados. Estima-se que cerca de 80 mil pessoas morreram em função do bombardeio de Nagasaki.

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O mesmo fenômeno das "sombras atômicas" de Hiroshima foi registrado na cidade. Entre as mais conhecidas, está a sombra de um homem ao lado de uma escada, impressa em uma parede a três quilômetros do epicentro da explosão.

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A maioria dos registros das "sombras atômicas" foram apagados durante a reconstrução de Hiroshima e Nagasaki. Os efeitos dos bombardeios nucleares, entretanto, até hoje afetam milhares de pessoas, que sofreram sequelas e desenvolveram doenças graves em função da radiação.

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Calcula-se que os bombardeios atômicos realizados pelos Estados Unidos no Japão tenham matado em torno de 250.000 pessoas. Os ataques permanecem até hoje como as únicas ocorrências do emprego de armas nucleares em guerras, contra alvos civis.

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Aug 7
Faleceu hoje a atriz Aracy Balabanian. Destacada por seu talento e versatilidade, Aracy atuou em obras notáveis no teatro e na televisão, abrangendo da comédia ao drama, e deu vida a alguns dos personagens mais carismáticos da teledramaturgia brasileira.

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Nascida em 22 de fevereiro de 1940, em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, Aracy era filha dos imigrantes armênios Esther e Rafael Balabanian. Seus pais vieram pro Brasil durante a Primeira Guerra Mundial, fugindo dos massacres étnicos perpetrados pelo Império Otomano.

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Aracy mudou-se pra São Paulo na adolescência, a fim de dar continuidade aos estudos. Na capital paulista, teve seu primeiro contato com o teatro, encantando-se ao assistir uma peça encenada pela atriz Maria Della Costa.

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Aug 5
"Deucalião e Pirra", tela pintada pelo italiano Giovanni Maria Bottalla em 1635. Conservada no Museu Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro, a obra evoca um episódio da mitologia grega: o repovoamento da Terra, após o dilúvio enviado por Zeus para exterminar a humanidade

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Na mitologia grega, Deucalião era filho de Clímene e do titã Prometeu, apoiador dos deuses olímpicos durante as batalhas da Titanomaquia. Deucalião era casado com sua prima, Pirra, filha de Pandora e de Epimeteu, o negligente irmão de Prometeu.

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Deucalião e Pirra formavam um casal virtuoso, conhecido pela bondade e devoção aos deuses. Ele era "o mais justo dos homens". Ela, "a mais virtuosa das mulheres". Mas se os deuses se agradavam do casal, o mesmo não poderia ser dito de outras criações de seus progenitores.

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Aug 4
Há 40 anos, em 4 de agosto de 1983, o revolucionário Thomas Sankara assumia a presidência de Burquina Fasso. Nos anos seguintes, Sankara conduziu uma das mais bem sucedidas experiências socialistas do continente africano, até ser assassinado em 1987.

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Thomas Sankara nasceu em Yako, antiga colônia francesa de Alto Volta, 3º dos 12 filhos de Marguerite e Sambo Sankara. Após cursar o primário em Gaoua, ingressou no liceu de Bobo-Diulasso. Os pais o pressionaram a seguir a carreira eclesiástica, mas ele optou pelo exército.

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Sankara ingressou aos 17 anos na Academia Militar de Kadiogo, em Ouagadougou. Sob a orientação de um tutor marxista, estudou tópicos como imperialismo, neocolonialismo, socialismo e a história dos movimentos independentistas africanos.

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Aug 3
Alguns mapas interessantes pra vocês:

1 - Posicionamento dos países acerca da resolução condenando a glorificação do nazismo, do neonazismo e de formas contemporâneas de racismo e de discriminação, submetida à Assembleia Geral da ONU em 12 de novembro de 2021: Image
2 - Países que assinaram ou se negaram a assinar a resolução da ONU ratificando o Tratado Internacional de Proteção às Crianças e aos Adolescentes. Image
3 - Países que assinaram ou se negaram a assinar a resolução da ONU reconhecendo os direitos individuais e coletivos dos povos indígenas. Image
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Aug 2
Uma multidão assiste a uma cerimônia de queima de livros em uma fogueira acesa na Praça da Ópera de Berlim, na Alemanha nazista. A ação fazia parte da "Bücherverbrennung", a campanha de queima de livros em praça pública que teve início há 90 anos, em meados de 1933.

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Apoiado por empresários e vastos setores da burguesia alemã, o Partido Nazista superou a estagnação dos anos iniciais e ascendeu rapidamente ao poder após 1929, obtendo resultados eleitorais mais expressivos a cada novo pleito.

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Nomeado chanceler em janeiro de 1933, Adolf Hitler articulou uma série de medidas para consolidar o domínio nazista sobre a Alemanha. O incêndio do Reichstag, falsamente atribuído aos comunistas, serviu como justificativa para que Hitler ampliasse seu poder.

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Jul 30
Madames francesas se divertem atirando esmolas para crianças no "Pagode das Senhoras", um templo budista de Hanói, no Vietnã.

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As mulheres são Blanche e Hélène, respectivamente esposa e filha de Paul Doumer, então Governador Geral da Indochina, responsável por administrar as possessões coloniais francesas no Sudeste Asiático — incluindo o Vietnã.

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Além de administrador colonial, Paul Domer foi por três vezes ministro da Fazenda. Em 1931, tornou-se presidente da França, mas foi assassinado antes de completar um ano no cargo.

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