Raio-que-o-parta: Um estilo arquitetônico criado no Pará produziu fachadas de azulejos coloridos e quebrados. Um reflexo de como a população reagia aos elementos do modernismo no Brasil:
Vocês devem conhecer a influência do modernismo na arquitetura do Brasil através de alguns murais de azulejos e cacos. Athos Bulcão e Portinari foram luz para esse momento, criando um padrão de cores e texturas que foi bastante explorado na arquitetura do período.
Esse período do modernismo atingiu o Pará com algumas modificações, o principal é o uso da platibanda (aquela mureta que esconde o telhado). Sem ter a condição financeira de contratar arquiteto a população observava e reproduzia do seu próprio jeitinho aquela arte.
Já falei aqui sobre como isso foi explorado em São Paulo, por exemplo, através do piso de caquinho vermelho. Essa é uma expressão bem parecida, mas aplicada principalmente nas fachadas:
Um ponto importante é que, com muitos desses azulejos sendo produzidos fora do Norte do país, era comum que muitos chegassem quebrados já. O que fazer quando a vida te entrega um azulejo quebrado? Se constrói um belo mosaico. E por serem cacos eram com valores mais baratos.
A história da origem do nome se dá quando um arquiteto, tentando menosprezar uma fachada, era de um estilo raio que o parta. Mas além do raio é possível encontrar registros de setas, animais, estrelas e elementos diversos. É como se a fachada fosse a expressão do seu morador.
"Mas Lusca o que isso tem de importante?" É a expressão artística do nosso povo, demonstrada em uma diversidade imensa de cores e padrões. Vocês percebem o quão sem vida seriam esses projetos sem o raio que o parte expresso neles?
Apesar de incrível, por não ter sido tombado e catalogado como patrimônio cultural, ele corre risco de desaparecer. Um grupo de arquitetas tem se reunido lá no insta para tentar alertar a população sobre a importância desse estilo, vale conferir! instagram.com/rederaioqueopa…
E atenção, estou sempre aqui postando sobre novidades de arquitetura, se curtirem sejam bem vindos! Se você preferir eu estou lá no instagram também! E qualquer dúvida, sugestão ou crítica minha DM está aberta. instagram.com/luscafusca150/
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Torres de Bolonha: Em pleno séc. XII a cidade de Bolonha possuía mais de 180 torres de até 100m de altura. Mas o que fez elas desaparecerem da paisagem?
Por volta de 1200 Bolonha era uma das 10 maiores cidades da Europa. Assim como hoje em dia, cidades grandes possuem pessoas ricas, pessoas ricas gostam de ousar. Inicialmente essas torres foram designadas para demonstrar status perante outras famílias da região.
Além de demonstrar status, essas torres possuíam usos ofensivos e defensivos. O período era de conflitos entre donos de posses e a igreja católica e essas torres funcionavam como depósito das riquezas, além de funcionarem bem para arqueiros e derramar óleo fervente. Chique né?
Casa do Tiquinho: Com uma residência de apenas 4m² seu Francisco habitava em um espaço sem banheiro ou cozinha. A arquiteta Ester Carro recolheu doações e com apenas 10 mil conseguiu reformar em uma moradia digna:
Seu Francisco da Silva adquiriu o imóvel 10 anos atrás em Jardim Colombo, uma favela de São Paulo. Na época ele adquiriu o imóvel por 2 mil reais, porém sendo apenas um cômodo sem acesso a água, esgoto ou gás. Sendo assim sem cozinha ou banheiro.
Ester trabalha como arquiteta social na região através do projeto fazendinhando. Lá eles reformam residências da comunidade gratuitamente através de doações, além de capacitar moradores e promover práticas de aprendizado.
Arquitetura Gótica: Criado para surpreender e chocar o século X , esse estilo até hoje nos deixa sem fôlego. Vou detalhar aqui como se produziam esses edifícios e os melhores exemplos do estilo.
Por mais que nos dias atuais a gente tenha a cultura de relacionar gótico a cores escuras e noite, o estilo surgiu como o oposto disso. Sendo quase em sua totalidade uma arte católica, o gótico surge como uma necessidade de trazer luz para as catedrais da época.
É importante saber que antes do gótico a Europa tinha apenas igrejas românicas. Apesar de serem magníficas obras, eram escuras por dentro, com pouca entrada de luz natural. Com o avanço da arquitetura já era possível trabalhar com suportes estruturais menores.
The Seed: Por fora cru e por dentro vivo, esse escritório foi elaborado para promover pausas de conexão com a natureza. Do piso de terra até as árvores internas, tudo é pensado para um trabalho confortável e relaxante.
Em um terreno de apenas 100m² no Vietnã, os arquitetos da MA Architects desenvolveram sua sede. Cansados de alugar espaços e pular de um prédio para outro, decidiram sonhar em um escritório dos sonhos e depois de alguns anos resolveram colocar em prática.
O nome The Seed veio da percepção do escritório de que, vento, luz natural, verde, chuva e madeira são os elementos necessários para florescer um bom trabalho. Há espaço para descanso, trocas de conversas e o melhor de tudo: poder botar os pés descalços na terra.
Arquitetura Africana: Com milhares de expressões artísticas diferentes, o continente Africano esconde tesouros da arquitetura. Vou trazer aqui alguns exemplos da complexidade dos povos originários.
Antes de tudo é importante entender que a arquitetura africana não é apenas um estilo único. Para se ter noção são mais de 490 etnias e mais de 35 mil anos de história arquitetônica registrada. Vale lembrar que dentro desse tema há muitos desdobramentos.
Unindo todas elas, o uso da geometria é bastante explorado dentro das diversas culturas. Os povos originários costumavam construir suas casas em uma distribuição lógica, seja por círculos ou quadrados. Observem como essespadrões são explorados nos elementos construtivos.