“Leo, você deveria apoiar o projeto da Deputada Erika Hilton do PSOL, que acaba com a escala 6x1 e implementa a escala 4x3…”
É verdade, como deputado seria mais fácil apoiar esse projeto.
Mas, como economista, eu sou obrigado a falar das consequências disso...🧵
Porque, veja, você pode escolher o que quiser, mas não pode evitar as consequências das suas escolhas.
Pois bem. Se reduzimos a escala de 6x1 para 4x3, isso resulta numa redução da força de trabalho de 33%.
Certo? Sim, issso é incontestável.
Agora, se a força de trabalho diminui em 33%, mas os salários são mantidos, o custo do trabalho aumenta para as empresas.
No curto prazo, isso pode parecer vantajoso para alguns, mas há consequências inevitáveis para todos.
Quem paga por isso?
Bem, quando o custo do trabalho aumenta, 3 coisas podem acontecer:
1. As empresas podem repassar o custo aumentando os preços. Nesse caso, todos os consumidores pagam a conta dessa inflação.
2. As empresas buscam alternativas como o trabalho informal para cortar custos. Nesse caso, quem paga são os trabalhadores estando na informalidade.
3. As empresas podem contratar menos e até substituir gente por máquina. Quem paga também são os trabalhadores com menos empregos.
“Ah, eu não acredito que isso aconteça...”
Ok! Não precisa acreditar em mim; basta olhar os dados.
As empresas que utilizam a escala 6x1 geralmente estão no setor de serviços, onde a informalidade é alta.
Só para ter uma ideia, na construção civil, 60% dos trabalhadores são informais;
No comércio, esse número é de 40%.
Veja o caso das empregadas domésticas.
Em 2013, o Governo Dilma aprovou a PEC das domésticas, que jurava que aumentaria os direitos das empregadas domésticas.
Passados 10 anos, a informalidade que era de 68% passou para 75% e não houve aumento do número de contratações.
E o pior, não houve aumento de renda. Como já esperado pelos céticos, não pelos populistas.
Agora vamos ver outra pesquisa.
Uma tese de um aluno do Phd em Economia olhou como a reforma portuguesa que reduziu as horas de 44 para 40 horas em 1996, na caneta, impactou o emprego, a produção e a produtividade das empresas.
O resultado?
Com o aumento do custo do trabalho, as empresas afetadas reduziram suas vendas e diminuíram as contratações.
Outra pesquisa olhou 25 países desenvolvidos.
E mostra que a redução de 1% nas horas de trabalho de forma artificial aumentou a automação em 1%.
Ainda assim, é natural que os trabalhadores queiram menos horas de trabalho.
E é exatamente por isso que eu defendo que todo trabalhador tenha o direito de negociar diretamente com seu empregador, recebendo um salário-mínimo por hora trabalhada.
Nos Estados Unidos é assim. O salário mínimo é de US$ 7,25 por hora trabalhada.
Todo mundo viu o vídeo do Nikolas sobre o Pix que bateu mais de 300 milhões de visualizações. É claro que você não leria um fio repetindo o que ele disse.
Por isso, vou contar o que ainda não te disseram e trazer a minha visão sobre o Pix usando estudos.
Idealizado em 2016, durante o governo Temer, o Pix foi lançado em 2020, na gestão de Roberto Campos Neto no Banco Central, durante o governo Bolsonaro.
Isso todo mundo sabe. O que muitos não sabem é que…
O Pix não foi o primeiro sistema de pagamento instantâneo no mundo. O pioneiro foi o M-Pesa, lançado no Quênia em 2007.
Depois, vieram sistemas como o Zelle, nos EUA, e o UPI da Índia, em 2016.
Lula e a ministra da Cultura Margareth Menezes assinaram um decreto obrigando a exibição de filmes brasileiros em salas de cinema a partir de 2025, a famosa “cota de tela”.
Será que vai dar certo?
Vamos a uma pesquisa que avaliou isso. Ou será que ciência não vale nesse caso?🧶
Desde 2001, cinemas brasileiros têm a obrigação de exibir filmes nacionais por um número mínimo de dias por ano. b
A medida valia por 20 anos. Daí em 2021, o Bolsonaro decidiu não regulamentar. Mas agora Lula voltou com essa medida valendo em 2025....
A ministra da Cultura, Margareth Menezes, comemorou como uma vitória, e disse:
"Nós conseguimos a regulamentação da cota de tela, que estava vencida. Isso significa que teremos mais cinema brasileiro nas telas de cinema e na televisão”.
Como as câmeras policiais afetaram a criminalidade e a violência policial?
Afinal, Tarcísio voltou atrás e agora apoia o uso das câmeras. Mas Ronaldo Caiado mantém sua posição contrária. E aí, quem está certo?
Vou utilizar um estudo da FGV que mostra esse impacto. Segue o🧵...
A evidência vem de uma pesquisa chamada “Avaliação do impacto do uso de câmeras corporais pela Polícia Militar de São Paulo”, realizado por pesquisadores da FGV e USP.
Uma delas é a @joanacmmonteiro, uma baita pesquisadora em Segurança Pública, vale seguir.
Primeiramente, vamos pensar quais poderiam ser os impactos das câmeras policiais. Há 2 hipóteses:
- A primeira hipótese é que as câmeras podem reduzir o uso excessivo da força.
Quando o policial e o cidadão sabem que estão sendo gravados, ambos tendem a se comportar melhor.