Renan Quinalha Profile picture
Doutor pela USP | Professor de Direito da Universidade Federal de São Paulo | Advogado e ativista de direitos humanos 📚⚖️🌈
Apr 22, 2021 12 tweets 3 min read
Pode ser votado hoje na ALESP, em regime de urgência, projeto de lei com grande impacto na vida de LGBTs em São Paulo (e que pode inspirar propostas pelo país). Se aprovado, o PL 504/2020 pode nos alinhar ao padrão de LGBTfobia institucionalizada que vigora na Rússia. Explico🧶 São apenas 3 artigos. O principal é este: "é vedado em todo o território do Estado de São Paulo, a publicidade, por intermédio de qualquer veículo de comunicação e mídia que contenha alusão a preferências sexuais e movimentos sobre diversidade sexual relacionado a crianças" +
May 26, 2020 7 tweets 2 min read
Fio sobre fala do Ciro: “Quando se refugiam em agendas identitárias dão o queixo para bater.Não é que não sejam justas, as mulheres, negros, jovens e LGBT são perseguidos e têm que se ser protegidos,mas a soma desses interesses identitários não representam o interesse nacional”👇 Primeiro, ninguém se “refugia” ao levantar bandeiras justas (assim reconhecidas por ele) e urgentes da cidadania de segmentos vulneráveis. Ao contrário, exige coragem lutar por igualdade e demorou para progressistas entenderem que essas agendas não são acessórias ou secundárias👇
Jul 29, 2019 9 tweets 3 min read
THREAD SOBRE FERNANDO SANTA CRUZ
Era sábado de Carnaval, 23 de fevereiro de 1974. Fernando Santa Cruz estava no Rio de Janeiro. Saindo da casa de seus pais, disse que encontraria Eduardo Collier e, se não voltasse até 18h, certamente teria sido preso. Fernando nunca mais voltou Nesse mesmo dia, Fernando e Eduardo, que eram amigos de infância, foram detidos por agentes do DOI-CODI/RJ e desapareceram. O apartamento do Eduardo foi invadido por agentes que apreenderam livros “de conteúdo ideológico” sem que admitissem se identificar ao porteiro do edifício
May 24, 2019 9 tweets 2 min read
Por que a criminalização da LGBTfobia é a pior solução para a violência e mesmo assim a defendo? Dialogo aqui com críticas legítimas, vindas de setores progressistas, que apontam os limites da criminalização sob um sistema penal é seletivo, classista e racializado. Segue o FIO👇 Primeiro, estávamos há poucos meses desmentindo “kit gay” e “mamadeira de piroca”, um nível indigente do debate público, que levou à vitória do Bolsonaro. É um avanço que agora estejamos discutindo prós e contra da criminalização, uma demanda histórica da comunidade LGBT
Apr 11, 2019 10 tweets 2 min read
Sobre a condenação de @DaniloGentili, a contrapartida da liberdade de expressão é a responsabilidade pelo que se diz, sobretudo em relação a terceiros. Censura seria impedi-lo de falar ou filtrar o conteúdo da fala dele, o que nunca ocorreu. Ele falou exatamente o que quis (1) É preciso entender que as liberdades de expressão (artística e humorística inclusive) são essenciais em uma democracia. Na ditadura, tivemos censura prévia de cinema, televisão, jornais, livros que eram proibidos de circular por autoridades do Executivo, sem processo e defesa (2)
Mar 31, 2019 19 tweets 8 min read
Muitas LGBTs votaram no Bolsonaro. Além de ser LGBTfóbico, ele celebra o #GolpeDe64 e defende uma ditadura hétero-militar que perseguiu LGBTs. Sigam o fio baseado em minhas pesquisas pra ver como era ser LGBT na ditadura e pensarem melhor se é isso que queremos pra hoje 🌈 O #GolpeDe64 foi justificado ideologicamente em defesa da família tradicional, dos valores religiosos e de uma moral conservadora. Basta lembrar as Marchas da Família com Deus pela Liberdade entre março e junho de 64. O discurso anticonsumista se aliou ao sentimento reacionário
Feb 12, 2019 5 tweets 2 min read
THREAD 🏳️‍🌈
Amanhã, quarta, @STF_oficial julga duas ações (MI 4733 e ADO 26) relativas à criminalização da LGBTfobia. O Brasil se destaca como o país que mais mata LGBTs: em 2017, foi um a cada 19 horas; em 2018, um a cada 20 horas. Vários países já punem esses crimes + imagem Como não há um tipo penal específico e a maior parte das delegacias não capitulam como homo-transfobia os crimes de ódio, não temos dados oficiais. Esses dados alarmantes são do Grupo Gay da Bahia, uma ONG que faz esse monitoramento e o número real é certamente maior. E só cresce