Curiosamente, Carlos Alberto não citou o trecho inteiro do Capítulo 1. O capítulo 1 se chama: Os fundamentos da política econômica liberal". E este trecho é o finalzinho do subcapítulo, "As Razões do fascismo", em Mises EXPLICA (não DEFENDE) as razões do sucesso do Fascismo.

https://twitter.com/cajr1569/status/1629470325292318724

Na página 35, por ex., Mises, ao explicar o sucesso fascista em relação ao bolchevismo russo, deixa claro o seguinte: "muitas pessoas aprovam os métodos fascistas, muito embora seu programa econômico seja totalmente ANTILIBERAL e a política econômica totalmente intervencionista".

Governos não concorrem com imprensa. Um representa o poder nos limites da justiça; o outro, a livre comunicação de ideias e convicções numa sociedade pluralista. Daí surge o aparente dilema entre soberania política e liberdade civil. Em si, governos não são livres; a imprensa tem de ser. Considero que a principal virtude política de um governo se traduza na capacidade de resistir à tentação do poder e ter sabedoria de se movimentar dentro dos limites institucionais.

MUITA GENTE me pede listas de livros para ler nas férias. Começarei para quem deseja estudar Filosofia. Todas as categorias aqui serão introdutórias e em português. 1) Lógica; 2) História da Filosofia; 3) Teoria do Conhecimento

Em breve faço mais: 1) INTRODUÇÃO À LÓGICA E TEORIA DA ARGUMENTAÇÃO

Cezar A. Mortari: amzn.to/3y1nWaz
Harry J. Gensler: amzn.to/2UOzVdp
Irving M. Copi: amzn.to/3A7LooA
Douglas N. Walton: amzn.to/35VvcZE
Marcus Sacrini: amzn.to/3gZnrZ6

LÁZARO:

2007: Duplo homicídio em Barra do Mendes (BA). Confessou o crime e foi preso, fugindo 10 dias depois.

2009: Roubo seguido de estupro. Invadiu uma chácara em Ceilândia, prendeu os moradores no banheiro e sequestrou uma jovem de 19 anos, estuprando-a na sequência.

https://twitter.com/coimbrasousa/status/1409503720027602952

2016: 5 anos depois, após progredir para o regime semiaberto e por bom comportamento, foi liberado na Páscoa e não retornou, sendo considerado foragido.

2018: Preso novamente, fugiu da Unidade Prisional de Águas Lindas (GO) em junho.

Não faz sentido a expressão "a ciência falou". A ciência não é uma entidade. É, antes, comunidade de diálogo crítico permanentemente aberto à revisão. Por isso algumas das mais importantes decisões numa pandemia precisam buscar respaldo na ciência, embora não se reduzam a ela. A expressão "o mercado reagiu" também não faz sentido pelas mesmas razões de não existir uma entidade abstrata deliberando a respeito dos rumos da economia. Há pessoas, uma porção de gente decidindo, que dispõe de algum capital, interessadas em gerenciar e ampliar seus recursos.

Bolsonaro e bolsonaristas deverão ser responsabilizados por escolhas deliberadas que fizeram no combate à pandemia. A conta chega. Agora, também é preciso resistir à tentação do sentimentalismo tóxico de que eles representam O MAL ABSOLUTO. Justiça não pode ser sede de vingança. A histeria do "eu avisei" corrói tanto quanto é corrosivo o próprio bolsonarismo. Trata-se daquela arrogância fatal de achar que vê a história "sub specie aeternitatis". Não, não vê. Escolhas políticas são muito mais mundanas, contingentes e sujeitas ao erro. Política é trágica.

O problema do Lula não é, diferentemente do Bolsonaro, a incapacidade de liderar. Lula, para os seus, foi grande líder político carismático. Bolsonaro é carismático, mas não é líder. Preencheu um vácuo de liderança; é a resposta irracional, autoritária e messiânica a esse vácuo. O problema do Lula, além da corrupção, foi institucionalizar a política como oposição entre amigo-inimigo, e com amplo apoio da elite intelectual. Para o PT, o inimigo é a classe média. Lula polarizou politicamente o país. Transformou o ódio à classe média em compromisso moral.

Acabei de ler a entrevista de Felipe Neto (desculpa, gente, insistir nome dele), veja que coisa mais verdadeira ele diz a respeito de si mesmo: "No final de tudo, eu sou um palhaço do YouTube". Felipe Neto é uma espécie de Tiririca levado a sério por uma parte da imprensa. De todas as besteiras que Felipe escreveu, esta aqui merece um pouco de atenção. Perguntaram a respeito do uso eficiente que a direita faz da internet. Felipe assume o pressuposto da pergunta e responde: "Porque a direita se alimenta dos nossos instintos mais primitivos".

Na boa, cada um que vote em quem quiser. Voto não é pacto de sangue e não deve estar submetido à pressão de uma consciência moral coletiva. Dia de eleição não é o fim da democracia, é apenas parte de um processo que só existe para proteger o cidadão da arbitrariedade do poder. Vi umas pessoas dizendo "vote consciente" e oferecendo um cardápio do que seria o bom voto. Isso não é votar consciente, isso é votar por pressão de uma consciência coletiva. Votar consciente é votar em quem você quiser e não se achar mais democrático que os outros por isso.

Farei algumas observações sobre Gazeta do Povo e Sleeping Giants. Embora a discussão tenha se iniciado com a decisão do jornal em manter Constantino (falso problema), ela não se fundamenta aí. O ponto-chave foi o assédio moral (vou chamar assim mesmo) do SG a Madeleine Lacsko. Antes, quero falar do Constantino: o que ele disse foi moralmente grave por envolver e expor a própria filha em assunto que depende de análise objetiva. Ele não defende estuprador ou a "culpabilização" da vítima. Ele se expressa mal por duas razões: i) quer agradar bolsonaristas;

Lênin foi um dos mais perversos. Sua vanguarda revolucionária realizou a tragédia de um povo (Orlando Figes). O próprio Lênin escreveu: "Ditadura implica e significa um Estado de Guerra em fogo brando, um Estado de medidas militares de luta contra os inimigos do poder proletário" Como escreveu o historiador Robert Gellately em seu "Lênin, Stálin e Hitler" (Record, 2010): "Seus sonhos milenares para os povos do Império Russo iriam conduzir a uma estrada de sofrimento e miséria maior do que qualquer coisa nos piores pesadelos da população."

Um amigo me perguntou se é possível negar a existência de algo. Ele diz que formulou isso numa discussão com um ateu, pois o ônus da prova de que Deus não existe é do ateu.

Bom, eu penso basicamente o seguinte: toda discussão respeito da "existência de Deus" é ruim e viciada. Filosoficamente falando, e isso é um dos tópicos mais complicados, Deus não é um ente/coisa que existe como os demais. O termo "existência" é problemático. Então, não faz mesmo sentido discutir existência de Deus no mesmo nível da existência de pedras, batatas, vírus ou planetas.

Cristo não é um Deus com superpoderes habitando entre os humanos a fim de protegê-los de suas tolices. Não é um herói de histórias em quadrinhos disposto a salvar o mundo dos piores vilões. Nada disso. Ao contrário: Jesus é Deus derrotado. Disse Bento XVI: “Precisamente na situação de impotência exterior, Ele revela-Se como o verdadeiro Filho de Deus”. Deus se fez homem a fim de experimentar a condição humana em plenitude. Não é o Deus distante. É Deus cujo rosto está diante de nós, um rosto para os desgraçados.

ABRAHAM WEINTRAUB tem uma ideia fixa e burra acerca do que significa Antropologia e Filosofia. Uma ideia fixa e burra da vocação cultural de uma universidade. Ele construiu essa ideia a partir de uma experiência (contingente) moldada com conceitos estúpidos sobre as humanidades. Sua ideia fixa a respeito da Antropologia e da Filosofia é baseada no mais baixo nível de um liberal ralé, de formação humanística precária e ignorante. Ele não sabe nada das atividades do espírito. Chamarei a fonte dessa ideia de “liberal ralé ressentido”. É isso o que ele é.

Você pode ter muitas razões psíquicas pra não gostar de jornalistas fazendo perguntas para o teu político de estimação. Teu político de estimação representa os valores que você estima; enquanto que o jornalista, muitas vezes, está ali para questionar os resultados dessas crenças. Na democracia representativa (ainda uma das melhores formas políticas de se organizar sociedades pluralistas), alguns jornalistas não representam as crenças do teu político de estimação. Por isso, é exigido do político, não importa qual, certa dose de sobriedade e transparência.

Fio - qual "povo"?

Ontem escrevi sobre a ambiguidade do termo “povo”. Procurei mostrar dois sentidos possíveis e antagônicos: “coexistência dos vários” e “unidade orgânica”. Hoje, gostaria de destrinchar ainda mais o sentido do termo a partir de dēmos, ethnos, laos e umma. Dēmos remonta aos gregos: uma associação de homens adultos e livres. Aqueles que detêm o poder de tomar decisões a respeito dos rumos da cidade (polis). Análogo ao nosso “condomínio" constituído por “vários” membros. A comunidade política seria uma grande reunião de condomínio.

[FIO: as noções de "povo" e os riscos da democracia].

O sociólogo Michael Mann escreveu importante livro pra demonstrar “a face sombria da democracia” (The Dark Side of Demcracy): na ideia de “soberania coletiva” está a noção de autodeterminação de um “todo orgânico”, o "povo". O "todo orgânico" se desenvolve à custa da vida do “outro” que ao se diferenciar do todo pode se tornar inimigo da soberania popular. O fundamento dessa noção é uma difusa e otimista crença na ideia de "vontade geral do povo", que não significa "soma das partes", mas unidade.

[FIO pra quem defende o aborto]

Eu desejo ter a oportunidade de mostrar que estão objetivamente errados. Não é exigir muito de quem se dispõe ao debate público abertura crítica. Não é guerra no sentido clássico de “continuar a política por outros meios”. #AbortionIsAWomansRight Penso que quem defende o aborto ignora (ou diverge de pressupostos) temas fundamentais de antropologia e filosofia moral para falar do estatuto do embrião como pessoa.  Suas agendas expressam mais em erros do que no desejo mórbido de destruir o embrião pelo prazer de destruí-lo.

[ATENÇÃO] É um erro o @MBLestudantil apoiar qualquer lei que dê direitos a alunos filmarem aulas. Esse direito não faz o menor sentido na medida em que ele não preserva, mas tende a demolir a relação professor-aluno, que deve ser fundamentalmente baseada na relação de lealdade. Se o @MBLestudantil quer fazer algo de bom no sentido de combater "doutrinação ideológica de esquerda", esse NÃO PODE SER O CAMINHO, pois trata-se de um atalho, que apela para o poder do Estado em sua forma jurídica. A relação professor-aluno não DEVE SER MEDIADA com essa ameaça.