Marcelo F C Gomes Profile picture
Pesquisador em Saúde Pública do PROCC/Fiocruz. Research areas: epi. models, population dynamics, and epi. surveillance. Gaúcho e Colorado! Perfil pessoal.

Apr 7, 2021, 26 tweets

Boletim #InfoGripe da semana 2021 13 disparado, e as notícias são bastante animadoras (embora não signifiquem "liberou geral, erere, abre a gaita gaiteiro que hoje a poeira levanta e o bolicho vem abaixo!").
+

Te atina, vivente: precisamos não apenas desafogar as unidades de saúde, mas também diminuir o número de casos a nível assobio de quem levou uma bota na região ali entra a coxa esquerda e a direita: mais baixo que voo de galinha gorda. Sem isso, é manter a situação tensa. +

"Mas che, hoje mesmo o noticiário está bombando com recorde de mortes, UTIs ainda lotadas e o escambau, e tu me vem com esse canto da sereia? Quer enganar quem, loco???"
Pozolha, che, alguns pontos importantes:
1o: relê os dois pitacos acima. +

Início de queda, por *data de 1os sintomas* em dado de *hospitalizados*, não significa que já está uma maravilha. a) Pode sofrer influência da falta de leitos disponíveis, limitando o registro de novos casos na quantidade em que realmente estão ocorrendo; b) mesmo q seja real, +

b) mesmo que seja real, necessitamos *no mínimo dos mínimos* 2 semanas de queda nos novos casos para *começar* a liberar leito. Para UTI esse tempo é maior ainda. Isso é consequência da evolução natural da doença. Para os óbitos, é *no mínimo* 3 semanas para essa queda aparecer.+

Por fim, *de novo*: mesmo q esteja caindo (os dados realmente sugerem que está, sim), reparem como na maioria das curvas essa queda sequer chegou a valores abaixo do pico de nov/2020!!!!!
Ou seja, é uma melhora para um quadro *pior* d q o pico de novembro. Segura o facho!!! +

Isso mostra que:
(a) *Sim*, medidas restritivas funcionam.
(b) Medidas restritivas, depois que a coisa já desandou, ***demoram*** pra retomar a valores minimamente aceitáveis.
(c) Leito é paliativo. Além de não alterar o fato de q 30% dos hospitalizados vão morrer, *não dá tempo*

Mas buenas, simbora.
Regiões que ainda apresentam sinal de crescimento na tendência de longo prazo:
↗️ UFs: apenas MA e RJ
↗️Capitais: apenas Rio, São Luís, e Vitória
↗️Macros: apenas 8 UFs com alguma macro com sinal de crescimento.
Todas as macros dos estados do Sul com ↘️

Lupa nas UFs DF, ES, MA, e RJ, q ñ apresentam queda no longo prazo.
MA e ES talvez começando a interromper a queda. RJ e DF com indícios de possível início de reversão, já.

As capitais Rio, São Luís, e Vitória seguem a mesma lógica do dado agregado para o estado.

Macrorregiões de saúde (1/n):
Maranhão. Situação ainda incerta, sugerindo formação de um platô após o período de crescimento, 2/3 mantendo sinal ↗️ na tendência de longo prazo.

Macros (2/n)
Paraíba:
Campina Grande ↗️ ainda, e Sertão/Alto Sertão ainda no vai-não-vai.

Macros (3/n)
Pernambuco: Agreste ainda apontando crescimento, e Sertão com sinal de formação de platô, ainda sem inversão para queda. Metropolitana na incógnita de sempre...

Macros (4/n).
Na Bahia, embora nenhuma macro continue apresentando sinal de crescimento, vemos que Sudoeste (Vitória da Conquista), Sul (Ilhéus), e Extremo Sul (Teixeira Freitas) a coisa ainda não é muito clara...

Macros (5/n).
Minas Gerais.
Jequitinhonha e Leste ainda com sinal de crescimento na tendência de longo prazo. Talvez ensaiando início de reversão?

Macros (6/n)
Espírito Santo.
Apenas a Metropolitana ainda com sinal claríssimo de manutenção do crescimento. Porém a Sul ainda não apresenta sinal claro de já ter inciado processo de queda.

Macros (7/n)
Rio de Janeiro. Apenas a Macro II, que inclui a região metropolitana, porém com sugestão de possível início do processo de redução no número de novos casos. A ver o boletim da próxima semana se o sinal da tendência de curto prazo se confirma.

Macros (8/n)
São Paulo.
Apenas no sul do estado e na RRAS3 ainda há sinal de crescimento na tendência de longo prazo, mas também com possibilidade de interrupção na próxima semana.

Macros (9/9)
Região Sul com todas as macros com sinal de queda na tendência de longo prazo. Porém, notem que no RS temos duas macros (Norte e Missioneira) cujo sinal de curto prazo sugere a possibilidade de interrupção da queda ainda em patamar *acima* dos picos de 2020.

Antes de fechar: alerta para outros vírus respiratórios que voltaram a dar as caras! VSR e Rinovírus estão na área (Influenza, necas). Em fevereiro e março, VSR manteve cerca de ~200 casos/semana. Isso sabendo que nem todas as UFs estão conseguindo testar. +

Mas reparem na mediana da idade dos casos de SRAG e IC 90% em 2021, e para casos confirmados:
- #SRAG: 60 anos [8-86]
- SRAG por #COVID19: 60 [30-86]
- SRAG por VSR: 0 [0-7]
- SRAG por Rinovírus: 8 [0-85]

Análise do atraso entre internação (data em que o serviço de saúde "vê o caso") e digitação (data em que o sistema de informação recebe o registro).
Essa figura tu encontras no resumo bit.ly/mave-infogripe… e agora também em bit.ly/infogripe-opor…

Boletins: bit.ly/mave-infogripe
UFs: bit.ly/infogripe-esta…
Macros: bit.ly/infogripe-macs…
Capitais: bit.ly/infogripe-capi…
Novo site temporário: http://157.86.198.43/
Site padrão: info.gripe.fiocruz.br

#InfoGripe é #cienciaBR, é #SUS, é #servidorpublico, é serviço de estado.

Esse fio do @schrarstzhaupt é uma ótima leitura complementar a essa atualização do #InfoGripe. Essa queda precisa ser sustentada. Pra isso, precisamos mobilidade e exposição reduzida por tempo suficiente p alvançar uma situação confortável (q nnca tivemos)

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