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Análise internacional OSINT. Mundo árabe e islámico. A paciência é revolucionária; a determinaçom também. `★ˎ

Feb 19, 2022, 13 tweets

O #gás natural liquidificado (#GNL) procedente dos EUA custa, em meia, 40% mais do que o gás canalizado russo. A isso, adicione-se o custo da ré-gasificaçom. Imaginemos agora que piora a situaçom diplomática de pré-guerra em que a #NATO tanto insiste. O que poderia passar? Fio 👇

Umha opçom é a UE impor mais umha série de sançons económicas à Rússia, entre elas à exportaçom de gás, que é umha commodity essencial para as arcas russas (sem o gás, a recuperaçom meteórica desde o inferno da década de 1990 nom se teria produzido nunca).

Outra opçom seria que o governo russo cortasse parcial ou totalmente as suas exportaçons à Europa, fazendo valer o nível de dependência energética que a UE tem do seu gás. Em ambos os casos, quem ganha? Exato: o provedor más caro. Ou seja: os Estados Unidos. Por que?

Porque a UE nom sobrevive sem gás, e consegui-lo é difícil. Para o estado espanhol ou a Itália existe a opçom da Mauritánia: 2 gasodutos diretos e outro que Marrocos mantém cortado em meio à crise silenciada do Saara Ocidental. Mas o gás do Magrebe só nom dá.

Por que? Porque as infraestruturas estám planificadas para o nível de consumo atual e porque a França (com forte investimento nuclear) se tem negado históricamente a alargar as suas ligaçons com as infraestruturas ibéricas e italianas.

O gás que chega à UE via Balcans tampouco é um subministro fiável, graças ao trabalho do imperialismo inflamando a situaçom em Oriente Meio durante mais de umha década. E a que a maioria das infraestruturas previstas som isso: previstas.

Afinal, se a incómoda Rússia satisfai hoje 40% das necessidades totais da UE é por falta de alternativas. Se a soluçom a um eventual corte nom pode chegar por um gasoduto, a única alternativa é o GNL. E aí é onde a magia se produz e os bolsos dos EUA se enchem de dinheiro.

Após as crises ucranianas de 2006, 2009 e 2014, a UE tem lançado alguns planos para reduzir a sua dependência. Mas os resultados, por enquanto, som discretos. A Bruegel (um think tank ligado a Bruxelas) estima que UE poderia administrar um corte de gás russo até ao verao, mas...

...seria em troca de aumentar drásticamente as importaçons de GNL (entre elas, as procedentes dos EUA) e realizar alguns cortes de subministro nas indústrias. Só um dado: as reservas de gás na europa estavam, no final de janeiro, em 42%. No mesmo período de 2020 estavam em 56%.

A principal vítima dumha guerra à costa do #Donbass seria, sem dúvida, a sua populaçom e a doutras regions da #Ucránia. Mas a da UE também poderia enfrentar dificuldades sérias. Nom admira o silêncio hesitante da França e a Alemanha, nem que sejam os EUA quem mais preme por ela.

🔴 Actualizaçom ao fio sobre energia que se pode ver acima ☝️ | Na sequência do reconhecimento russo das repúblicas populares do #Donbass, o chanceler Scholz anuncia que a Alemanha nom abrirá o gasoduto #NordStream2 que permitiria o gás russo entrar na #UE via Báltico.

Nom se explicita de onde é que a UE (ou, no caso, a Alemanha 🇩🇪) vai tirar o gás que necessita para aquecer as casas e para a sua indústria. No entanto, #Líbia assegura estar já ao 100% da sua capacidade de produçom e portanto nom poderá enviar mais gás à Europa. E nom só Líbia.

Hoje terminou a cimeira do GECF em #Qatar (11 países exportadores de gás + observadores) e a mensagem é clara: subministrarem à UE o que agora subministra a #Rússia é impossível.

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