Guilherme Cruz Profile picture
Analista de Equity, CNPI @varosbr Editor Diário de Omaha guilherme.cruz@varos.com.br

May 10, 2022, 22 tweets

Esqueça o papo de que empresas tech BR são e-commerce, fintechs ou – pasmem! – empresas de cashback.

Quando uma empresa é tech de verdade, ela nem usa essa palavra.

Nesse🧶, vou te mostrar cias BR que desenvolvem tecnologia a nível global sem deixar nada a desejar às gringas:

Primeiro, vamos desvendar de onde veio esse mito.

Na verdade, o que se convencionou chamar de tech, não só no Brasil, mas também no mundo, são na maioria das vezes empresas de software.

Isso foi muito influenciado, claro, pelas FAAMGs.

Mas dentro do segmento tech...

Há um subdomínio, o de deep tech, que está relacionado a empresas que trabalham com problemas de engenharia, ou seja, mais ligadas ao hardware.

Dentro deste conceito, não há exagero nenhum em afirmar que o Brasil possui exemplos muito bons.

Vamos começar com uma dupla:

No ano passado, a #RAPT4 e a #FRAS3 descobriram um novo método para obtenção de nanopartículas de nióbio em larga escala - uma inovação inédita no mercado mundial.

Pra trabalhar com a nanotecnologia, as duas criaram uma nova empresa: a Nione.

Ainda em 2021, ela apresentou seu primeiro produto: uma pré-mistura que serve como base para aplicação em revestimentos protetivos.

A adição dela ao revestimento traz ganhos em resistência à corrosão, durabilidade e secagem ultrarrápida, melhorando o processo de aplicação.

O primeiro uso dele foi, em parceria com a Unidade de Tintas da #WEGE3, nos discos de freio da Fremax, empresa também do Grupo Randon.

Em testes, o incremento da resistência contra a ação de agentes corrosivos, demonstrou, em alguns casos, ter ganhos superiores a 400%.

Mas, a inovação na Fras-le não para por aí.

Também em 2021, ela apresentou uma linha de produtos em materiais compósitos.

Essa tecnologia é uma alternativa aos itens originalmente fabricados em aço e resulta em produtos com melhor desempenho e redução de peso de até 65%.

O primeiro projeto da unidade foi a fabricação de suportes de para-lamas para semirreboques.

Além da redução de peso, os produtos em materiais compósitos facilitam o processo de montagem com design simplificado, não requerem pintura e não sofrem efeitos corrosivos.

A ideia é expandir com a concepção de novos produtos e comercializando a tecnologia com outros fabricantes do mercado de autos.

O apelo em redução de peso atrai interesse do mercado todo, já que diminui o consumo de combustível e, consequentemente, reduz emissões de poluentes.

A Randon também tem soluções tech nesse sentido.

Uma delas é a Hybrid R, semirreboque com sistema de tração auxiliar elétrica.

Ele conta com um sistema de recuperação de energia gerada durante a frenagem ou durante descidas, capacitando a carreta a ajudar o caminhão...

a subir aclives de forma mais eficaz e segura.

Dependendo da aplicação, condição de carregamento e da estrada, a economia de combustível pode chegar até a 25%, propiciando, também, menor desgaste dos componentes, além da menor emissão de resíduos.

Se você acompanha a Fórmula-1, deve lembrar que essa tecnologia se parece com o KERS que os carros da modalidade usavam (hoje substituído pelo ERS). Pois foi de lá mesmo que veio a inspiração pro projeto.

O conjunto semirreboque possui um algoritmo que avalia suas condições de operação, aliviando o esforço do cavalo-mecânico.

Ao frear e desacelerar, o motor atua como um gerador recuperando a energia cinética e armazenando-a em baterias que alimentarão o motor elétrico do eixo.

O motor elétrico do semirreboque da Randon é da WEG, nossa próxima empresa.

Ela não deve ser novidade pra ninguém na fabricação de tecnologia nacional.

A WEG faz:
- powertrains para caminhões e ônibus elétricos da VW
- sistemas de armazenamento de energia
- estações de recarga

Isso só dentro dos produtos de mobilidade elétrica, claro.

Porque ela é, na prática, a porta de entrada pras fábricas que queiram se adaptar à Indústria 4.0, oferecendo sensores, telemedição, automação, visão computacional e tudo o mais que você viu no nosso relatório!

Saindo dos motores elétricos, e indo para a combustão, temos a #TUPY3.

Em 2022, a empresa irá anunciar resultados de pesquisa de dois novos tipos de motores:

- Um motor movido a hidrogênio, destinado ao transporte de cargas;

- Um novo conceito de bloco de motor de ferro fundido que emite de 40% a 70% menos CO₂ em seu processo de fabricação e é cerca de 5% mais leve que o de alumínio.

Isso é um feito e tanto, considerando que a densidade do ferro em relação ao alumínio é quase três vezes maior.

Com a aquisição da MWM, a Tupy avança também em várias iniciativas para geração de energia, novos motores e soluções para a descarbonização.

E mais, a Tupy, em parcerias com a USP e a Embrapii, e com o Senai e a BMW, está pesquisando e desenvolvimento tecnologia pra reciclagem de baterias de veículos elétricos usando a hidrometalurgia.

TL;DR:
- As deep techs BR
- Fras-le e Randon atuam com nanotech para revestimentos
- Produtos de materiais compósitos reduzem até 65% do peso de peças
- Semirreboque elétrico economiza até 25% de combustível
- WEG, mobilidade elétrica e Indústria 4.0
- Tupy e o futuro do motor

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