No dia em que Mandela completa 100 anos, vamos trazer a tona um dos seus maiores inimigos e motivação da sua luta para mudar seu país, o Apartheid. Uma atrocidade que acabou a menos de 40 anos. Thread perfeita para a turma do “não existe racismo”.
Protestantes odeiam assumir, mas tudo começou com a ultraconservadora Igreja Reformada Holandesa (NGK) que conta com mais de 40% dos brancos no país. Em 1857 devido as tensões raciais, o grupo concordou que as celebrações deveriam ser divididas por raça.
Adiante, em 1881 foi criada a Nederduitse Gereformeerde Sendingkerk, ou Igreja RH da Missão para pessoas pretas. Durante esses anos muitos teólogos começaram a procurar na sua bíblia justificativas para a segregação, foi o começo da teologia do #apartheid
Uma das bases dessa teologia era a Torre de Babel, história presente no Gênesis onde Deus achou arrogante a tentativa de chegar aos céus e confundiu os homens com línguas diferentes. Para a NGK isso justificaria que negros e brancos deveriam ficar separado para não haver confusão
Todos sabemos o quanto a sinergia entre política e religião pode ser devastadora. Mas foi oficialmente em 1947 que o Partido Nacional Sul-Africano venceu as eleições. Consolidando em 1948, consolidou o Apartheid com leis que limitavam os direitos da população negra
Foram mais de 300 leis que beneficiavam os brancos, correspondendo apenas a 20% da população do país. Na prática os negros foram aprisionados dentro do seu território por uma minoria.
Algumas dessas leis proibiam casamentos mistos e até relações sexuais entre pessoas de raças diferentes.Vários locais públicos foram segregados, praias, ônibus, hospitais, escolas se tornaram privilégios brancos e muitas placas foram instaladas para lembrar a população.
A Lei de Educação Bantu de 1953 criou um sistema de educação distinto, q visava preparar os negros para trabalhos braçais pelo resto de suas vida. Na década de 80 a coisa ficou mais violenta com censura e o governo condenando a oposição à morte (tipo a ditadura brasileira)
Essa trite foto é do infame atentado em Soweto, estudantes protestavam contra diretrizes educacionais colonizadoras e foram recebidos de forma violenta pela polícia, o garoto da foto não resistiu. resumofotografico.com/2016/06/a-foto…
Mandela já estava na cadeia desde 1963, com pena de prisão perpétua. Foi libertado em 1990, quando (por pressões internacionais e das guerras civis) o Apartheid foi declarado um fracasso e o Congresso Nacional Africano (partido) pode retomar suas atividades.
Mandela morreu em 2013, mas sua memória será celebrada para sempre por todos os povos que buscam liberdade. Mais informações nesse documentário
• • •
Missing some Tweet in this thread? You can try to
force a refresh
Como funciona o roubo que a Inteligência Artificial faz com a literatura?
Depois das últimas discussões na rede fui investigar, acredito que seja impossível barrar o avanço das IAs, por isso precisamos aprender a proteger nossos direitos de criadores e privcidade contra esse sistema.
O mercado literário internacional já começou a travar uma guerra contra empresas do tipo Meta e Open AI e o brasileiro tem uma grande oportunidade, isso porque a maior parte da literatura nacional ainda não aparecer nos dados que foram utilizados pra treinar os algoritimos.
Os algoritimos de IA como Chatgpt, Copylot e Gemini precisam ser alimentados por dados, tabelas cheias de textos para quando forem solicitados eles usarem frases prontas, misturando e criando segundo os desejod sos usuários. Uma investigação recente trouxe à tona 3 conjuntos de dados, chamados Books1, Books2 e Books3
O Books1 não é nada problemático, ele tem cerca de 70 mil livros extraídos de um projeto que distribui ebooks livres de direitos autorais. O projeto Gutemberg
Obras em domínio público podem ser utilizadas livremente por IAs? (ta aí uma boa discussão)
Agora o Books2 revela um grande problema na falta de regulamentação. Ninguém sabe o que existe nele, ambos foram utilizados pela Open Ai para o chatgpt, o books2 pode conter milhares de obras piratas as empresas já enfrentam processos internacionais para revelar a origem do seu conteúdo. Como envolve dinheiro, logo editoras gigantes e empresários do entretenimento estão entrando na briga.gutenberg.org
Bora entender qual a relação da extrema-direita com o vídeo que viralizou da Aymée e o pânico que criam em torno do Marajó para enriquecer (mais ainda) uma franquia evangélica.
Na foto é a cantora que "viralizou"com um pastor chamado Lucas Hayashi, líder da Zion Church, entre os trabalhos dessa igreja está exatamente o de coletar doações e fundos para "missões" de evangelização. A música da cantora reascendeu uma mobilização que favorece bastante essa igreja há anos, qual será o interesse econômico dessas missões no marajó?
A Zion Church é liderada por, Junia e Teófilo Hayashi dois pastores que transformaram suas igrejas em franquias milionárias que crescem muito nos últimos anos
Em 2022 estavam ganhando medalhas das mãos da Damares. Ambos participam do Fórum Evangélico Nacional de ação politica desde 2014. Na foto está o Téo, pastor famozinho do youtube que fundou esse movimento que ainda é base do bolsonarismo com a garotada.pleno.news/fe/junia-hayas…
Aliás é em outro evento dessa franquia evangélica, The Send um evento que mistura nacionalismo com cristianismo importado dos EUA, que o Jair teria se "convertido para Cristo".
Consegue imaginar que uma das palavras mais lindas dentro de algumas culturas africanas pode ter se originado do termo "Criado"? Essa thread é sobre o poder de construir novos significados
Em 1637, um missionário francês descreveu no Relation du voyage du Cap-Verd, uma figura destacada no Império Mali, era um tipo de conselheiro, mas uma casta de sábios, músicos e guardiões das tradições orais daquele povo. Ele não entendia exatamente, chamou de guiriot.
Portugueses usavam o termo criado, que significa “aquele que come, aprende e mora na casa do patrão”. Acontece que existiam palavras parecidas com a pronúncia entre alguns povos nativos e por final se consagrou que esses contadores de histórias ficaram conhecidos como Griots.
Quando os primeiros navegantes se depararam com pessoas negras nos séculos XVI eles as descreveram como "seres imundos e inferiores", muitas vezes relacionavam o mau cheiro à pele negra.
O mito racial que se consolidou nos séculos seguintes defendia uma total distinção das características físicas e mentais entre negros e brancos, mesmo no Brasil os intelectuais do início da República (até alguns abolicionistas) defendiam essa crença
"A Raça Megra no Brasil, por maiores que tenham sido seus incontestáveis serviços à nossa civilização... há de constituir sempre um dos fatores da nossa inferioridade como Povo" - Nina Rodrigues
As vezes me perguntam como eu consigo ter amigos de vários espectros políticos e a resposta está na realidade: minha família é assim, tem todo tipo de gente, de reacionário fã de milico à petista roxo.
Acho que essa dicotomia esquerda vs direita tem contornos mais definidos na internet e também nas capitais, porque no interior é tudo meio nublado e até mesmo candidatos da esquerda exibem um conservadorismo com pautas de "família tradicional" e armamentista 😐
É uma bagunça, que a gente tenta organizar distribuindo informação, conversando sobre assuntos que nem sempre conseguimos aqui nas redes sociais. Tenho um tio que é gado bolsonarista e esses dias tava concordando que a corrupção na polícia é um dos maiores problemas
Saí do painel da UFRJ inspirado por conhecer outras visões sobre #Afrofuturismo. Aliás é interessante perceber que a discussão partindo do pessoal da tecnologia pode ter contornos bem diferentes da arte, pois eles tentam materializar um imaginário afrofuturista em nossa realidade
Enquanto eu, como ficcionista, não me interesso em construir mundos possíveis, mas de fazer a jornada da exploração imaginativa, que pode até explicar uma essência científica, porém pretende extrapolar ela.
Hugo Gernsback, por exemplo, define o SCIFI como "Um romance cativante, entremeado de fatos científicos e uma visão profética"
Hugo dá nome a um dos principais prêmios do gênero, recebido pela mãe do Afrofuturismo, Octavia Butler com a obra Speech Sounds e Bloodchild