O Brasil anistiou todos os crimes acontecidos no período de sua ditadura. Nenhuma pessoa, física ou jurídica, de esquerda ou direita, jamais foi condenada neste país - nem o Estado. Hoje o Estado, dominado pela extrema-direita, comemora a prisão de Cesare Battisti.
Caso retorne ao Brasil e seja extraditado para a Itália, Battisti servirá como um trouféu internacional do gov. de extrema-direita do pres. Bolsonaro, o mesmo que, no Congresso Nacional, saudou o notório torturador da ditadura e terrorista de Estado, o cel. Brilhante Ustra.
Cesare Battisti foi condenado à prisão perpétua na Itália pelos assassinatos de quatro pessoas, realizados entre 1977 e 1979. Ele era membro da organização Proletários Armados Pelo Comunismo, na época dos crimes. Em 81, ele foge da prisão e se refugia na França.
No ano seguinte, foge para o México. Em 90, volta para a França do pres. François Mitterrand, que o concede asilo político. Em 2004, Battisti é preso em Paris e seu pedido de extradição é aceito pelo gov. francês. Ele foge para o Brasil, onde é preso em 2007.
Em 2009, Battisti recebe o status de refugiado político, no gov. do pres. Lula. Abre-se um impasse jurídico no STF e um debate no país sobre a extradição do italiano. O Supremo, por 5 a 4, decide que cabe ao presidente da República a juízo sobre a extradição. Lula nega.
Battisti passa a viver livremente no Brasil. Em 2017, ao tentar fugir para a Bolívia, o italiano é preso acusado de evasão de divisas, mas é solto logo após.
No final do ano passado, o ministro Luiz Fux decretou a prisão de Battisti, a pedido da PGR. Ressalva feita: a decisão da extradição caberia, como prevê a Constituição, ao pres. da República. Michel Temer autorizou a extradição. Battisti é considerado foragido pela justiça.
Battisti foi preso ontem (12), em Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia, pela polícia do país.
Outro impasse jurídico aberto: o Código Penal da Bolívia, cap. 2, art. 152º, diz que se o fugido for um condenado à morte ou prisão perpétua em seu país, este só será extraditado caso o Estado requerente se comprometa a comutar a sentença a uma pena não superior a 30 anos.
O gov. Bolsonaro, eleito com a promessa de combater a corrupção, editou hoje (24) um decreto que altera a Lei de Acesso à Informação, permitindo que funcionários comissionados DAS101.6 e superior possam tornar docs e dados públicos sigilosos por 25 anos. in.gov.br/materia/-/asse…
Agora, podem classificar docs como ultrassecretos (25 anos de sigilo), os dirigentes máximos de autarquias, fundações, empresas públicas e de economia mista. Assim, o pres. da Petrobras, por ex, pode barrar o acesso aos dados da empresa sem autorização do presidente.
Antes, no decreto de 2012, editado por Dilma Rousseff, somente os altos cargos, como presidente, vice, ministros, comandantes das F.A. e chefes diplomáticos. Além, a partir de hoje, os funcionários DAS 101.5, podem tornar secretos (15 anos de sigilo) quando autorizados.
O presidente do Irã, Hassan Rouhani, está neste sábado visitando a Turquia, um membro da OTAN e um histórico aliado do maior inimigo de seu país, os Estados Unidos. Os turcos, por sua vez, se afastam cada vez mais de Washington. (1/n) Foto: @IrnaEnglish
As causas do afastamento: o apoio maciço dos americanos aos curdos que lutam contra os EI na fronteira turca com a Síria. O povo curdo, o maior sem Estado do mundo, corresponde a aprox. 20% da população da Turquia e reivindica a criação e o reconhecimento de seu território. (2/n)
O gov. central de Astana sempre reprimiu movimentos separatistas curdos, em especial o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), que resistiu. Um conflito que dura 4 décadas e já matou mais de 40 mil pessoas.