O presidente do Irã, Hassan Rouhani, está neste sábado visitando a Turquia, um membro da OTAN e um histórico aliado do maior inimigo de seu país, os Estados Unidos. Os turcos, por sua vez, se afastam cada vez mais de Washington. (1/n) Foto: @IrnaEnglish 
As causas do afastamento: o apoio maciço dos americanos aos curdos que lutam contra os EI na fronteira turca com a Síria. O povo curdo, o maior sem Estado do mundo, corresponde a aprox. 20% da população da Turquia e reivindica a criação e o reconhecimento de seu território. (2/n)
O gov. central de Astana sempre reprimiu movimentos separatistas curdos, em especial o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), que resistiu. Um conflito que dura 4 décadas e já matou mais de 40 mil pessoas.
Em 2016, Erdogan sofreu uma tentativa de golpe que fracassou. A tensão política aumentou e, desde então, o pres. turco vem subvertendo o Estado democrático em seu país, com eleições duvidosas e endurecimento da repressão contra a pop. civil, principalmente os curdos.
A Guerra da Síria também é relevante para entender o cenário: os curdos, também presentes na Síria e no Iraque, onde possuem maior autonomia, com a escalada do conflito e os ataques do E.I., se viram na frente de combate. Os EUA apoiam curdos e sírios rebeldes.
A Turquia, por sua vez, se viu ameaçada pelo Estado Islâmico, mas também pelo fortalecimento militar dos grupos curdos em seu territórios, com os quais já travava um conflito. A solução de Erdogan foi atacar o PKK (partido curdo) e os jihadistas do E.I.
Em agosto deste ano, a Lira turca sofreu forte depreciação de 25% em um mês. As razões da crise cambial foram as sanções impostas pelos EUA ao país, após os turcos se negarem a libertar o pastor americano Andrew Brunson, preso há dois anos acusado de terrorismo e espionagem.
O tarifaço de D. Trump sobre o aço e o alumínio também contribuiu para o aumento da crise. Astana acusa os EUA de apoiar os "terroristas curdos". Essa realpolitik ganhou outro capítulo este mês: Erdogan foi à Caracas estreitar os laços com o pres. venezuelano Nicolás Maduro.
Anúncios de fim de ano: quarta-feira, 19, @realDonaldTrump anunciou que vai retirar as tropas americanas da Síria; ontem, Erdogan fez um pronunciamento no qual prometeu uma dura ofensiva contra os "terroristas curdos" em alguns meses.
ft.com/content/a190ed…
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A decisão, segundo o @washingtonpost, se deu após um telefonema entre Trump e Erdogan, quando o líder turco conveceu o pres. americano de que os curdos da Síria são terroristas ligados aos separatistas curdos na Turquia.
washingtonpost.com/world/2018/12/…
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Com apenas um tweet, seguindo o conselho de Erdogan, Donald Trump suscitou uma possível escalada da violência turca contra os curdos. Enfim, a thread acaba mais confusa do que começou. Perdão.
O último, juro. Por Twitter, o premier israelense Beijamin Netanyahu chama Erdogan de "ditador antissemita". E denuncia também os ataques da Turquia aos curdos. Israel é o maior aliado dos EUA no Oriente Médio.
