Vai dar um nó na cabeça da galera que não compreende muito bem a extrema direita hoje, principalmente porque algumas grupos se "distanciam" em algum aspecto dos outros.
Existe um grupo fascista que tem em suas ideias algo nada novo: O Ecofascismo.
Eu sei que vocês poderão pensar:
"Ih, olha lá! A guria agora tá entrando nas teorias loucas do 4Chanceler!"
Não se trata disso: Existe uma extrema direita que não nega as mudanças climáticas, mas emprega como medida de combate um malthusianismo feroz.
Alguns grupos negacionistas inclusive estão jogando os "reacionários climáticos" na conta da esquerda. Isso saltou anteontem devido a entrevista do Roger Hallam, Um dos fundadores do movimento Extinction Rebellion, falando do Holocausto da 2° guerra de forma pejorativa.
O próprio grupo Extinction Rebellion, que se classifica como apartidário, é cheio de "problemas" desse estilo aí.
A @UrbanNathalia participou do podcast falando de racismo, xenofobia e outros problemas do grupo, também escreverá mais detalhes num artigo.
A própria @UrbanNathalia me lembrou do artigo de um dos fundadores do Extinction Rebellion pra lá de problemático.
O autor é Rupert Read, prof universitário e membro do Green Party.
No artigo ele culpa a "imigração em larga escala como causa de das Alterações Climáticas."
Rupert Read escreveu dois artigos sobre imigração (que lembro), mas o de 2014 foi simplesmente vil: 👇
Eu não vou bater martelo afirmando que são Ecofascistas, mas muitas retóricas deles (holocausto, crise migratória) são basicamente a base do Ecofascismo.
Esses caras tem até um "slogan" baseado numa piada racista:
“Salve Árvores, Não Refugiados”.
Como mostra a Vice no artigo, um dos defensores conhecido disso é Pentti Linkola, um pescador e ecologista finlandês radical já publicado pela Arktos Media, uma editora que publica literatura nacionalista branca em inglês disfarçada de material acadêmico.
Como falei, o Ecofascismo as vezes entra em conflito com outros grupos fascistas e supremacistas.
Alguns grupos já bem famosos acabaram deixando os Ecofascistas abrirem suas subdivisões dentro destes grupos justamente para abarcar o debate sobre mudanças climáticas esse ano.
Para vocês terem uma ideia: Um dos melhores artigos sobre Ecofascismo, do Damien Leloup pro Lê Monde, foi traduzido e postado justamente no site do Itamaraty.
Esse é o fato de brincar sobre acharem que é teoria estilo que o 4chanceler ama.
É preciso sempre ter em mente: Os grupos de extrema direita não são iguais.
A gente pode até fazer piada com nazipardo, mas existem diferenças entre os "nossos nazistas" e nazistas alemães, por exemplo. A piada com eles até que é boa, mas é preciso aprofundar mais.
"(...) combina as teorias malthusianas de uma suposta superpopulação do planeta, pela qual seriam responsáveis imigrantes ou judeus, e referências ao movimento völkisch com suas exaltações à natureza e os símbolos emprestados do paganismo."
Damien Leloup
Pra tudo que se refere a extrema direita, um dos nomes que sempre cito é a Professora Betsy Hartmann, professora emérita do Hampshire College. Ela é especializada na extrema direita.
Ela sempre lembra do caso do Tom Metzger, antigo braço direito de David Duke, do líder da KKK.
Ele defendeu dentro da organização racista a teoria da "ecologia ariana".
Um dos "periódico" (jornal, revista, site... Chame como quiser) é o The Social Contract. Eles já fizeram uma edição ao legado do falecido Garrett Hardin.
Por décadas, Hardin foi um titã do movimento nativista e colaborador próximo de John Tanton, um conservacionista ardente e fundador de uma rede de instituições anti-imigrantes de linha dura, incluindo o The Social Contract.
Como falei, até grupos que são negacionistas da crise climática começou a deixar subgrupos Ecofascistas dentro deles justamente para controle da retórica: "Culpa da crise climática".
A Betsy Hartmann também debate como está sendo fácil esses grupos Ecofascistas "sequestrarem" tanto retórica quanto grupos que não são extrema direita: A recusa de politizar a estrutura da crise climática e a negação da política (aquela frase do "Nem direita e nem esquerda).
Entrevista com a professora Betsy Hartmann sobre os supremacistas estarem, como diz ela, "esverdeando o ódio".
Agora vamos a um detalhe que descobri recentemente: Filantropia de bilionários e simpatias por ecofascistas.
O Foundation for the Carolinas (FFTC), fundada em 1958 para gerir doações filantrópicas de bilionários, está envolvida no escândalo do assessor do Trump e Breitbart.
A FFTC diz que "apóia as necessidades dos imigrantes", mas doou US $ 1,9 milhão ao Centro de Estudos de Imigração, que promove idéias supremacistas. As doações foi entre 2015 e 2018.
Muitos acreditam que essas doações da FFTC vem do Fred Stanback, bilionário e maior acionista do grupo. Ele tbm é um conservacionista que acredita num ambientalismo anti-humanos e defende muito as concepções malthusianas.
O pequeno produtor [que realmente alimenta o país] sofre diretamente com os cortes há tempos em programas da Safra e nenhum economista renomado nas redes toca no assunto (nem de esquerda).
O detalhe maior: O corte é do Congresso, não do Bolsonaro em si.
E eu estou falando dos cortes no Pronaf [Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar] que teve corte de 40% do que era previsto e foi encaminhado pelo governo.
O Pronaf perdeu R$ 1,35 bilhão. Pela proposta original do governo, o programa receberia R$ 3,8 bilhões neste ano.
A agricultura familiar é praticada em 77% das propriedades produtivas do país, que corresponde a 23% da área agrícola.
Deus tá vendo a galera falando em valorizar e o professor e defende política salarial atrelado a resultados de testes padronizados que não dão conta de avaliar toda complexidade educacional!
Deus tá vendo também o Todos pela Educação que afirma defender protagonismo dos estudantes jogando no lixo as posições dos estudantes quanto o novo Ensino Médio.
Todo mundo tá vendo uma certa senhora falando contra escola sem partido, mas apoio política educacional que esvazia saber crítico.
Eu, sinceramente, não ficaria batendo na tecla de geração de emprego ou não da reforma. De verdade.
Primeiro que o cenário econômico influencia e todos sabem.
Segundo porque o que vocês deveriam estar debatendo é que tipo de emprego essa reforma ajudará a gerar.
É essa questão martela certamente na cabeça de um sujeito chamado Cimar Azeredo, do IBGE, que há tempos fala como essa modalidade vai inflar os números de geração de empregos escondendo a MISÉRIA TOTAL dessa modalidade.
E não é de hoje esse debate que incrivelmente alguns mais esclarecidos não debatem. Eu vi, ninguém me contou.
Hoje não sou mais intermitente, mas entre o nosso grupo tinha frase: 0 hora se ferra na entrada e se fode na saída.
Pensando muito nesse trem de quem vê uma parcela que sofre horrores nas políticas públicas de um político não poder estar feliz com a morte do mesmo.
Minha mãe fez uma festa enorme quando Dr Wilson FINALMENTE morreu.
Lembro do “Boom de suicídios” de funcionalismo público.
Lembro da galera do PSDB meio que comemorando suicídio de funcis achando que eram alto escalão, não merendeiras de escolas (e outros pé de trapo - apelido ate hj pra funcis de SM baixíssimo)
Acompanhei minha mãe no velório de colega dela que se suicidou devido os meses de salário atrasado.
Dr Wilson, diretamente culpado, nunca se importou ou PAGOU por esses crimes.