O Carnaval pode ter espalhado o Coronavírus para o Brasil e isso tem a ver com a biologia do vírus. Segue o fio! #coronavirus#carnaval#pandemia
A Organização Mundial da Saúde alertou essa semana que a epidemia de coronavírus tem potencial para se tornar uma pandemia. Isso significa que todos os países membros devem intensificar suas medidas de proteção e se preparar google.com/amp/s/amp.cnn.…
Acontece que nessa época do ano, no Brasil, ocorre o Carnaval, festa que leva milhões de pessoas às ruas para festejarem e tomarem aquela gelada. Além disso, a festa movimenta bilhões de reais na nossa economia, que está em recuperação.
Mesmo que haja a recomendação de intensificação de medidas protetivas, não parece que cancelar o Carnaval tenha passado pela cabeça dos nossos governantes. Até porque o país não teve, até agora nenhum caso confirmado do Covid-19.
O problema é que as medidas de proteção contra a entrada do vírus no país consistem basicamente de medidas de triagem e bloqueio em portos, aeroportos e fronteiras. Uma informação nova, confirmada nos últimos dias vai mudar essa história. Segue comigo
Na última sexta-feira (21/02) foi publicado um artigo de um grupo de pesquisas chinês demonstrando a transmissão assintomática do Coronavírus
No caso, uma mulher de 20 anos que nunca ficou doente, mas possuía o vírus, transmitiu para 5 pessoas de sua família. jamanetwork.com/journals/jama/…
Evidências similares foram encontradas por dois grupos de pesquisa independentes praticamente ao mesmo tempo: um grupo chinês e outro alemão. Esses dois trabalhos explicam como é possível que o vírus seja transmitido sem que a pessoa apresente qualquer sintoma
O do grupo chinês foi publicado em 19/02 e mostrou que a carga viral nas vias respiratórias superiores (narinas e garganta) era maior do que nas inferiores (traqueia, brônquios e alvéolos) nos primeiros dias de infecção.
Na verdade, parece que o vírus prefere se multiplicar nas narinas e garganta e isso o faz ser mais transmissível, mesmo que a pessoa não apresente nenhum sintoma. Veja na imagem abaixo, como a concentração de virus nas narinas é maior nos primeiros dias de infecção.
O vírus da SARS, que foi o primeiro vírus da família do Covid-19 que apareceu em 2003, multiplica primeiro nos pulmões, causando pneumonia, antes de migrar pro trato superior. Ou seja, para transmitir a pessoa já tem que estar sintomática, enquanto no caso do Covid-19 não!
O grupo alemão chegou a conclusões similares. Eles isolaram o vírus do trato respiratório superior das pessoas antes mesmo delas terem sintomas, o que produziu mais evidências do potencial de transmissão a partir do nariz ou garganta quando as pessoas mal sabem q estão doentes.
E o que o Carnaval tem a ver com isso tudo? Bem, milhares de estrangeiros vindos de vários lugares do mundo vêm para o Brasil nessa época. E nossas metodologias de triagem não pegam pessoas assintomáticas, que podem carrear e transmitir o coronavírus
Some a isso o fato de que milhões de pessoas se concentram em espaços pequenos, trocam saliva e, consequentemente, microbiota oral e do trato respiratório superior, durante a festa!
A Itália cancelou o carnaval em Veneza, e a economia do país está paralisada, por causa de um vírus que nem é tão mortal assim. Imagine o que ele faria com o nosso país em recuperação econômica.
É muito provável que nós comecemos a ver as primeiras confirmações de Coronavírus no Brasil nas próximas semanas, de acordo com o alerta de pandemia da OMS. Espero estar errado, mas o Carnaval pode ter contribuído muito para isso.
Para não ficar só criando alarde, queria dizer novamente que o vírus é de baixa letalidade e que tem causado problemas somente para pessoas com outras doenças prévias e idosos. Essas são as pessoas que devemos proteger.
Tenho um canal de divulgação científica e um blog que promete dar um pouco de luz nessa escuridão criada pela desinformação. Por favor, nos ajude a alcançar mais pessoas e nos siga nas redes sociais @olaciencia youtube.com/olacienciabr
Além disso, produzi um texto que resume essa thread e alguns stories no Instagram do Olá, Ciência para ajudar a esclarecer muitas dúvidas do pessoal. Um grande abraço.
Quando você critica essa frase e a repete como um papagaio sem consciência, pra justificar o porquê estamos vivendo uma crise, claramente você não entende nada do quanto custa uma vida.
Pensando apenas no lado econômico, uma pessoa morta custa muito mais ao Estado do que você imagina. Ela deixa de produzir milhares, ou milhões de reais no longo prazo. Muito mais do que custaria se ela ficasse em casa no início ou se seguisse as orientações de saúde.
Deixar um vírus letal circular livremente causaria mais do que 670 mil mortes e cada morte representa não só um dano severo à família, mas também à economia de um país.
Eu tenho certeza que a varíola de macaco será classificada como Emergência de Saúde Pública de Interesse Internacional em alguns dias. Eis o porquê. #monkeypox
Toda semana, a OMS tem enviado relatórios da situação da monkeypox no mundo. E desde o primeiro caso na Inglaterra, eu tenho lido os relatórios pra fazer o #ciencianews, quadro que traz notícias científicas lá no @olaciencia. Pois bem, algo mudou de duas semanas pra cá.
Estamos vendo o avanço do vírus pelo mundo(ou deveríamos). A curva já apresenta crescimento exponencial, com cadeias de transmissão independentes em pelo menos 39 países e 1806 casos confirmados até 15/06.
Tenho visto muita gente dizendo que DC não vale a pena e que não sabe por onde começar.
Estamos nessa estrada há 6 anos com o @olaciencia, e acho que posso ajudar.
Segue o fio!🧶
Um dos maiores desafios de quem inicia na DC é ter um alcance considerável ao ponto de "compensar" o imenso trabalho de coletar, analisar e divulgar a informação científica.
Por isso, é crucial que antes mesmo de começar, você conheça bem o seu público.
Se você estuda "câncer de próstata" ou "eventos extremos de chuva", vale a pena pesquisar se esses assuntos têm demanda.
Você possui um conhecimento que seja mais abrangente? Que tenha maior interesse?
Como por exemplo, "como evitar o câncer" ou "mudanças climáticas".
Muitos se perguntam como alguém pode apoiar um remédio sem eficácia. Para quê? A verdade é que essa indústria movimenta muito dinheiro. E eu acompanho grupos de negacionistas há pelo menos um ano para entender como ganham dinheiro com esse modelo de negócios.
Como o negacionista empreendedor ganha dinheiro:
1) Conquista a sua audiência com argumentos de autoridade. Não é raro ver médicos formados em excelentes universidades, defendendo tratamentos ineficazes (na maioria dos casos, conscientes do erro).
2) Conquista as pessoas pelo medo e pela escassez. Temos uma pandemia em curso e poucos médicos que defendem tratamentos ineficazes. Automaticamente, se ele passa a defender, ele é um profissional escasso.
Não existe protocolo 100% seguro. Ana Maria testou positivo hoje (provavelmente em um teste rápido de antígeno), mas disse que estava sentindo uma "gripinha" desde quinta-feira. Ou seja, pode ter infectado toda a produção de quinta e sexta. g1.globo.com/pop-arte/notic…
Na sexta-feira, ela conversou com o ator Alexandre Borges, cara a cara. Se você está com sintomas, fique em casa, mesmo se o teste der negativo. Teste de antígeno ou mesmo o PCR podem falhar, principalmente se a carga viral for baixa.
A sensibilidade do teste de antígeno, mesmo se acima de 90%, é em relação ao PCR, que apesar da sua sensibilidade analítica ser próxima dos 100%, tem sensibilidade clínica próxima dos 70%. Em outras palavras, PCR e antígeno, podem dar falso-negativo. Não existe protocolo seguro.
Acho que sendo mais transparente. Sabíamos que uma vacina com eficácia de 50% teria que ser aplicada em mais de 90% da população para segurar a epidemia. Isso considerando que ela impede a transmissão (o que não sabemos). Ressaltar as limitações de cada vacina é ser responsável.
Antes de mais nada, destaco que mesmo uma vacina com 40-60% de eficácia tem o seu valor, pois trata-se de redução de riscos de casos, internações e óbitos. Cada vida importa. Quando não se tem doses suficientes, uma estratégia usando uma vacina 50% eficaz é válida.
O problema é que a eficácia é apenas um dado científico que depende da taxa de transmissão do vírus. Para um vírus controlado, com baixa circulação e taxa de transmissão, uma vacina com 40% de eficácia é suficiente. Em uma pandemia disseminada, não é.