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"CONAR julgou isso, CONAR decidiu aquilo". Vamos lá: o que é o CONAR? É preciso divulgar a verdade. CONAR não faz parte de nenhum dos 3 poderes. Não é órgão público. Não tem previsão legal. Suas decisões não têm obrigatoriedade alguma. Sabe por quê?
O CONAR é apenas uma ONG.
O CONAR (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária), apesar do nome que faz parecer ser um órgão governamental, não o é. É uma ONG, criada em 1980 por entidades do mercado publicitário, agências de publicidade e veículos de comunicação. É uma entidade PRIVADA.
O CONAR surgiu durante o governo militar, com a finalidade de fazer uma análise prévia das propagandas, antes que estas chegassem aos órgãos de censura e sofressem alguma proibição. Funcionava como uma triagem, para evitar que a censura ocorresse ao final.
O CONAR permaneceu vivo mesmo após o fim dos governos militares, e hoje parece assumir nova roupagem, arvorando-se como oráculo do bem e do mal, julgando e expondo o que seus iluminados conselheiros entendem que deva ser reprimido.
No site conar.org.br, na aba "história", o próprio CONAR se autodenomina um "tribunal capaz de assimilar as evoluções da sociedade, refletir-lhe os avanços, as particularidades, as nuanças locais". Um tribunal, ora pois!
E completa: "Não é, nem de longe, uma entidade conservadora, nem poderia, pois publicidade e conservadorismo decididamente não combinam". Essas palavras estão, ipsis litteris, no site do CONAR, para quem quiser ler.
Portanto, que fique claro o viés ideológico anticonservador do "tribunal privado" chamado CONAR, bem como a facultatividade de adesão às suas deliberações, decisões estas que, no mundo jurídico, têm a estatura e a obrigatoriedade de um monumental NADA.
Mas por que as empresas e os veículos de comunicação se submetem bovinamente a "decisões" - e até punições - de uma ONG sem qualquer poder de coerção? Parece que, no Brasil, existe uma inclinação natural de muitos em aceitar passivamente a autoridade de entes ilegítimos.
Isso é natural em um país em que muitos acham normal e até desejável que o Estado controle suas vidas. É esse tipo de personalidade subserviente que aceita docilmente a autoridade até de quem não tem legitimidade alguma: o desejo íntimo e irrefreável de ser controlado.
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