O que o ministro da Saúde e seu partido sabiam há duas semanas?
No fio.
1. Bolsonaro não estava feliz com Mandetta e queria demiti-lo.
3. Bolsonaro isolado: Congresso, STF, Governadores, todos pró-quarentena. A mulher de Moro defendeu quarentena. Paulo Guedes, idem. Generais do Palácio.
5. A pandemia existe e o número de mortes em países menos populosos e mais preparados que o Brasil já estava em dezenas de milhares
Certamente não foram os únicos. Rodrigo Maia e David Alcolumbre são do DEM.
Quem segurou a primeira demissão de Mandetta foram os generais.
Qual o ponto fracos dos generais? Não sabem lidar com quebra de hierarquia.
Militar não é político, opera em outro canal.
Ele tinha duas missões claras. Cumpriu-as ambas.
Mandetta não podia se demitir. Precisava ser demitido pois sua imagem era de ‘médico não abandona paciente’.
Quantas vezes ouvimos isso? O ministro que trabalha duro e só pensa na saúde dos brasileiros.
E sempre deixando claro que estava sendo atrapalhado pelo presidente.
Muita gente vai morrer.
Fora do ministério, Mandetta será lembrado como quem tentou evitar o pior.
Mas, percebam, isto é política bem jogada. Mandetta construiu esta imagem fazendo boa comunicação. Ele é muito hábil falando, explicando, construindo uma mensagem.
O descontrole emocional que Bolsonaro mostrou, ontem, dá conta do impacto da rede que armaram e na qual ele se viu preso.
Depende do tamanho da pandemia.
Depende de como reagirão principalmente os brasileiros mais pobres que, desinformados, acham que o presidente e o pastor estão do seu lado.
No mínimo Mandetta é candidato forte a governador.
Não é pôquer ou xadrez. É um jogo de dados, não de estratégia. Ele apostou que o impacto econômico comoverá mais do que o impacto em perda de vidas.
Não parece bom jogo.
O preço da aposta o Brasil pagará em vidas.