Só existe um chefe de Estado no mundo que chama o SARS-2 de ‘vírus chinês’. É Donald Trump. Ninguém em seu gabinete faz isso.
Quando Zero Três o faz é para imitar Trump, só isso. E, claro, criar uma crise diplomática.
Mas... A China é responsável pela pandemia?
Todo o resto é chute. Um sair juntando peças de quebra-cabeças que não necessariamente se encaixam.
Mas isto não tem nada a ver com o governo central, em Beijing.
Quando o vírus surgiu, a direção do hospital teve medo de informar ao governo da província.
Ditaduras fazem isso: as pessoas têm medo.
O que quase todos os especialistas dizem é que, quando a notícia chegou a Beijing, a ação foi correta.
A comparação feita pelo Zero Três é desinformada. Portanto, ignorante. Só sobra a xenofobia, mesmo.
Faz. Mas por motivos completamente distintos que nada têm a ver com Chernobyl.
E, ainda assim, é de uma hipocrisia desgraçada elogiar AI-5 um dia e dizer que se a China fosse livre seria diferente no outro dia.
Aqui no Brasil é o contrário da China. Os governadores estão dando a atenção que cabe ao problema. O Planalto, não.
É possível. Mas, sem um estudo dedicado, é irresponsável dizer que sim ou que não.
Pandemias acontecem.
A Gripe Espanhola surgiu provavelmente no Kansas, EUA. Soldados americanos a levaram para a Europa durante a Grande Guerra.
Há outras hipóteses menos populares.
Ninguém acha que nasceu na Espanha.
Porque a primeira pessoa muito importante a ficar doente foi o rei espanhol.
Porque a Espanha era vista como uma espécie de terceiro mundo da época.
Pois é. Por xenofobia.
O vírus é nosso, da humanidade.
Poderia ter surgido em outros cantos.
Surgiu onde vive muito mais gente do que em qualquer outro lugar.
É um jogo de dados probabilístico.
E, ora, os EUA podem se dar ao luxo de brigar com a China. Nós, não.