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1. A dívida bruta encerrou 2019 em 75,8% do PIB e deve ir p/ algo entre 85% e 90% do PIB no final de 2020. Uma aceleração grande, mas inevitável, dada a crise do vírus. O principal determinante para isso, além do próprio recuo do PIB, é um déficit primário bastante elevado
2. O valor do déficit, provavelmente acima de 550 bi (talvez até maior) se explica basicamente pela queda da arrecadação e, principalmente, pelas medidas que estão sendo adotadas para combater os efeitos da crise. Por isso, é importante que sejam muito bem desenhadas e efetivas
3. Após 2020, teremos dois problemas. Uma dívida bem + alta (em níveis inéditos) e um primário bem pior do que o projetado antes da crise, explicado por despesas + ou - iguais e uma receita que parte de um nível bem mais baixo.
4. Essa boca de jacaré do primário (despesas - receitas) vai demorar a fechar e o déficit vai ficar negativo por muito mais tempo, mesmo com o teto. Um desafio adicional tem a ver com o teto, pois dificilmente ele passa ileso de 2022/23.
5. Sobre a dívida, ela será bem + alta. Outros países também sairão + endividados da crise e, portanto, não devemos piorar muito no relativo. Mas é crucial que tenhamos uma trajetória sustentável. Lembrando que a trajetória costuma ser + importante que nível p/ dado nível
6. Além do primário, que jogará contra, temos 2 outras variáveis chave p/ determinar trajetória de dívida: r e g (juro real e crescimento). Precisamos crescer rápido e s/ inflação. Ganhos de produtividade, portanto, serão cruciais (embora + difíceis se comércio global diminuir)
7. Se crescermos com inflação, logo o juro real sobe e faz com que a trajetória de dívida empine para cima. É impressionante a diferença de trajetória de dívida p/ pequenas alterações no juro real. Se crescermos com produtividade, ganhamos no r e no g
8. A taxa de juro 10 anos nos EUA fechou a semana abaixo de 0,7%. Para frente, muitas variáveis no jogo: energia, tecnologia, comércio, produtividade, demografia, estagnação secular, mas é possível que o mundo continue c/ juro baixo por muito tempo. Isso nos ajuda muito
9. A dívida + elevada, portanto, ñ será o fim do mundo, mas precisamos ter consciência de que estaremos em um nível inédito, bastante alto, no qual qualquer erro ou desleixo pode ser fatal. Um juro real um pouco + alto, ou a falta de PIB, faz a trajetória ficar explosiva
10. Precisaremos ter muito + foco agora. Tudo q for relacionado a ganhos de produtividade precisa estar no radar, inclusive na recuperação. Diferenciar-se como país responsável, dentre os emergentes, também é fundamental. Desafios serão enormes e precisaremos de líderes à altura
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