(1/n) Os dados de atividade + recentes sugerem que finalmente a economia está se acelerando. Parece que vamos sair de um crescimento em torno de 1% para algo na casa dos 2% no ano que vem.
(2/n) Precisamos de cautela, claro, afinal nós, economistas, havíamos projetado crescimento + elevado para 2018 e 2019, tendo as expectativas frustradas por choques de diferentes naturezas. Mas agora parece ñ haver dúvida de que a política monetária vai dar um belo empurrão
(3/n) Apesar disso, um crescimento na casa dos 2%, considerando um hiato aberto, é o mínimo do razoável. É praticamente o que está contratado pela soma da ociosidade com a política monetária expansionista, isto é, a recuperação cíclica
(4/n) Para ir além disso, precisamos de uma agenda econômica + focada. A verdade é que tivemos um grande feito no ano, a previdência, mas ñ muito + do que isso. Fica, p/ 2020, uma agenda errática e congestionada, c/ níveis de aprofundamento e maturidade muito baixos
(5/n) e com as dificuldades políticas derivadas do fato do governo não ter base no CN e de termos um ano eleitoral pela frente. Carnaval no final de fevereiro é mais um complicador p/ 2020, reduzindo a janela legislativa, como me lembrou o @joaovillaverde
(6/n) C/ a economia crescendo, essas dificuldades podem fazer com que a agenda, incluindo as importantes reformas tributária e administrativa, seja adiada por tempo indeterminado (como aconteceu ao longo de 2019). O que já foi feito desde Temer nos permite crescer + de 2% ao ano
(7/n) Assim, entendo o otimismo, afinal, voltar a crescer + de 2% depois de 7 anos é realmente muito bom, mas vamos lembrar que isso já era expectativa p/ 2019. Para acelerar, precisamos de muito + e, observando a agenda de reformas econômicas, o cenário não é bom
(8/8) A conclusão que fica é: não deixemos o otimismo exagerado tomar conta, não tratemos o ME como salvador da pátria e continuemos a cobrar uma agenda econômica + objetiva, + direta, sem aceitar promessas irreais e prazos nunca cumpridos. Precisamos de sobriedade nessa hora
