Bolsonaro nas manifestações resultou no seguinte: de um lado em algumas cangas colocadas nele via STF e uma manobra de Aras, um animal da fauna de Brasília, que moveu uma ação sobre ela - do outro lado, recuo dos governadores num jogo de blefes (1/10).
Rapidamente, na segunda, todos abaixaram o tom. Muitos governadores acenaram com uma reabertura do comércio para distender relações com pequenos e médios empresários do comércio. Mas sabem que isso não será possível. Em Santa Catarina, poderemos ter um desastre p.ex. (2/10).
Doria, em São Paulo, ganhou tempo. Por outro lado, Moro ressuscitou não para investigar omissões no não combate ao coronavírus, mas para investigar quem combate o coronavírus. E Flávio Dino, no Maranhão, passa a ser perseguido por salvar vidas (3/10).
Enquanto isso, Bolsonaro ganhou tempo também. Mas ele, mais do que ninguém, tem se saído bem nessa estratégia de bate, assopra, recua uma casa para depois avançar duas (4/10).
Guedes resgatou o grande capital, colocou o pequeno e médio capital pra brigarem com os trabalhadores, que vão arcar com mais essa no lombo, e responde à crise: oferecendo mais dinheiro para quem tem e alimentando a perversidade e a mania de grandeza do resto (5/10).
E Guedes, tal e qual no final do ano passado, segurou Bolsonaro de novo como operador dessa catarse nacional para servir de cortina de fumaça para uma operação rentista, a qual não oferece nada para o país (6/10).
Mas com a perspectiva de arrocho fiscal, desmonte maior ainda nas normas laborais e ambientais, fica a imagem do governo que reduz os custos e "não atrapalha" empreendedores (7/10).
A elite agrária atual, a bem da verdade cevada nos anos Lula, só consegue ver redução da regulamentação e da fiscalização, mas não vê como o Bolsonarismo ameaça acesso a mercados essenciais em tempos de baixa demanda - e não percebe que ele não está nem aí com isso (8/10).
Depois da história da retomada, agora surge um novo mito: o da "recuperação em V" - vamos desabar e nos salvar. O outro é que o Congresso é obrigado pelo grande capital a tolerar Bolsonaro e surge o mito do apoio de 30% do "mito" (9/10).
Lembremo-nos: com menos de 10% de aprovação, Temer não caiu, uma vez que fazia a agenda certa. E a esquerda parece se esquecer de que Collor só caiu pela intensa movimentação contra ele. Nunca surgirá essa "vontade espontânea" de impeachment para um presidente de direita (10/10).
