Bolsonaro entrou querendo demonstrar unidade do governo, com todos os ministros. Eles escolheram ir.
Mandou recados para sua base de apoio.
Às periferias evangélicas, acusou Moro de ser tolerante com ‘ideologia de gênero’.
Para os lavajatistas, aqueles preocupados com corrupção, listou que não usa cartão de crédito, desligou a piscina aquecida e tem menos corrupção no gov.
Conseguirá desmontar a imagem de Moro perante aqueles que o idolatram?
É grave. Pode provar?
Porque este é só o primeiro capítulo. Moro é juiz. Fez acusações gravíssimas. Diz ter provas.
Esta é uma dança.
Próximo capítulo, apresentação das provas.
Neste momento, o Centrão calcula se vale a pena entrar no governo. E ministros podem começar a ir embora.
Aqueles jornalistas muito bolsonaristas. Hoje, vários passaram o dia em silêncio. Vão ter de se manifestar. Estarão de que lado?
Outras figuras, tipo véi da Havan, pendem mesmo para o lado de Moro?
Guedes, por exemplo. Os militares estão querendo promover o PAC 3. Bolsonaro vai continuar testando a fidelidade de seu último superministro?
O momento em que Aras abandonar o barco vai ser percebido como sinal para muita gente.
Depende das cartas que Moro tem nas mãos. Depende de como sua base, primeiro nas redes sociais, depois em pesquisas de opinião, se mover.
A crise começou. Mas há um último ponto.
Sobrevivendo politicamente ou não, é um completo irresponsável.
Ao criar esta distração no governo federal, causará a morte de muita gente.