Quem lê economistas debatendo nos jornais fica c/ a impressão de quem há “escolas” de economia e que cada um escolhe no que acredita. Isso é uma visão descolada da realidade. No Doutorado, só ouvi falar de “escola de economia” numa revisão da história do pensamento econômico.
Há hoje muito mais convergência que divergência na economia: o objetivo é explicar relações causais. Modelos servem pra ilustrar uma parte da realidade. Todos eles tem limitações, mas simplificam a realidade para enfatizar uma relação causal, que é testada empiricamente.
Não há uma disputa entre estado e mercado. Há um consenso de que o mercado é muito importante para eficiência, crescimento e redução da pobreza. Ao mesmo tempo, mercados tem falhas e o estado pode ser um mecanismo que ajuda a solucionar essas falhas.
Há um quase total descolamento entre o debate que existe nas páginas de jornal e na internet brasileiras e o que é a economia moderna. O consenso é muito maior do que uma leitura de fora faz transparecer. Quem alimenta o discurso de ideologização é quem está contra esse consenso.
Por isso, é complicado ver quem não é da área criticando a economia moderna sem conhecê-la. Não tem nenhum problema em criticar qualquer área do conhecimento. Mas fazê-lo sem conseguir ler a literatura é uma responsabilidade. Jornal não representa essa realidade.
Tb por isso, eu tenho comentado menos nessa conversa pq (1) o debate está sendo feito na base da lacração; (2) tenho mais perguntas q certezas nesse momento; (3) estou trabalhando num projeto de estimação em tempo real da atividade econômica durante a pandemia. Esperem novidades!
