Ontem eu falei um geral sobre como as aves (e outras coisas!) voam. Hoje na #BioThread vou falar de asas!
Dá o rt aí e simbora pra parte 2 da thread: formatos de asas e tipos de vôos. E se você perdeu a Parte I não fica triste, é só clicar aqui:
bit.ly/2Ypyr94
Dá o rt aí e simbora pra parte 2 da thread: formatos de asas e tipos de vôos. E se você perdeu a Parte I não fica triste, é só clicar aqui:
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As aves têm uma gama de estratégias alimentares e portanto diversas estratégias de forrageamento, ou seja, procura pela comida.
Elas caçam, pescam, filtram, mergulham, sobem em árvores... Cada uma delas, além dos seus ambientes, favorecem um tipo de asa diferente.
Elas caçam, pescam, filtram, mergulham, sobem em árvores... Cada uma delas, além dos seus ambientes, favorecem um tipo de asa diferente.
Aves marinhas:
Aves marinhas como os albatrozes, fragatas e atobás têm asas muito longas e estreitas, ideiais para surfar em correntes de vento e voar sem precisar bater as asas por muito, muito tempo.
Os albatrozes, por exemplo, quase nunca vão à terra, passando anos voando.
Aves marinhas como os albatrozes, fragatas e atobás têm asas muito longas e estreitas, ideiais para surfar em correntes de vento e voar sem precisar bater as asas por muito, muito tempo.
Os albatrozes, por exemplo, quase nunca vão à terra, passando anos voando.
Esse tipo de vôo é chamado de planagem ativa, onde o animal depende de correntes de vento para ajudar a propulsioná-lo.
Albatrozes e fragatas não têm muita força de propulsão. Por quase não precisam bater as asas, suas quilhas do esterno (osso do peito) são reduzidas.
Albatrozes e fragatas não têm muita força de propulsão. Por quase não precisam bater as asas, suas quilhas do esterno (osso do peito) são reduzidas.
Águias, urubus e grandes gaviões:
Estes rapinantes passam a maior parte do tempo sobrevoando seu ambiente atrás de alimento.
Voam muito alto e dependem de correntes de ar quente ascendentes para elevá-los e assim gastar menos energia batendo asa enquanto forrageiam.
Estes rapinantes passam a maior parte do tempo sobrevoando seu ambiente atrás de alimento.
Voam muito alto e dependem de correntes de ar quente ascendentes para elevá-los e assim gastar menos energia batendo asa enquanto forrageiam.
Suas asas são bem largas, com espaços entre as penas primárias - super assimétricas e estreitas na extremidade.
Esse tipo de vôo é chamado de planagem passiva, onde o animal é elevado por correntes ascendentes.
As asas largas capturam mais fácil o ar e os espaços +
Esse tipo de vôo é chamado de planagem passiva, onde o animal é elevado por correntes ascendentes.
As asas largas capturam mais fácil o ar e os espaços +
entre as penas são muito importantes pois isto cria pequenos vórtices de ar que aumentam a sustentação do bicho até mesmo em baixas velocidades, diminuindo mais ainda o gasto de energia.
Falcões:
Falcões caçam usando velocidade, então o design do bicho é praticamente um míssil.
As asas são longas e pontudas, estreitas como as de um avião supersônico.
Isso diminui o arrasto do ar, transformando toda a sua força em velocidade pura com as menores perdas.
Falcões caçam usando velocidade, então o design do bicho é praticamente um míssil.
As asas são longas e pontudas, estreitas como as de um avião supersônico.
Isso diminui o arrasto do ar, transformando toda a sua força em velocidade pura com as menores perdas.
Não à toa, um falcão detém o recorde de animal mais rápido do mundo.
Os falcões peregrinos (Falco peregrinus) são capazes de alcançar 320km/h em mergulhos e abatem presas muito maiores que eles apenas com o impacto.
bit.ly/35rzuXS
Os falcões peregrinos (Falco peregrinus) são capazes de alcançar 320km/h em mergulhos e abatem presas muito maiores que eles apenas com o impacto.
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Já o Gerifalte (Falco rusticolus) é um dos mais rápidos horizontalmente, chegando à 80km/h com facilidade.
Também não é surpresa que sejam inspirações para aviões supersônicos!
bit.ly/2KQir8j
Também não é surpresa que sejam inspirações para aviões supersônicos!
bit.ly/2KQir8j
Corvos:
Corvos são um bom exemplo de vôo ágil. Eles também têm penas primárias espaçadas e com uma diferença maior de tamanho da 1° primária para a 1° secundária, o que lhe dá uma altíssima manobrabilidade, podendo virar e rolar em pleno vôo.
Corvos são um bom exemplo de vôo ágil. Eles também têm penas primárias espaçadas e com uma diferença maior de tamanho da 1° primária para a 1° secundária, o que lhe dá uma altíssima manobrabilidade, podendo virar e rolar em pleno vôo.
Passarinhos e a maioria das aves florestais
Estas aves têm asas mais curtas e arredondadas, ideais para decolagens rápidas e voar entre espaços estreitos.
O formato arredondado permite gerar sustentação com asas mais curtas, entretanto sob o custo de muitas batidas de asa
Estas aves têm asas mais curtas e arredondadas, ideais para decolagens rápidas e voar entre espaços estreitos.
O formato arredondado permite gerar sustentação com asas mais curtas, entretanto sob o custo de muitas batidas de asa
Isto é compensado com um vôo interrompido, muito utilizado por aves pequenas e mais leves.
Consiste de uma sequência de vôo batido e então a ave fecha as asas, indo para frente apenas pela sua velocidade. Quando a altitude diminui, volta a bater asas.
Exatamente aqui:
Consiste de uma sequência de vôo batido e então a ave fecha as asas, indo para frente apenas pela sua velocidade. Quando a altitude diminui, volta a bater asas.
Exatamente aqui:
Beija-flores
Estes decerto têm a estratégia mais diferente. São os únicos que conseguem ficar um tempo considerável parados, voar para trás e até de cabeça para baixo.
Este vôo é chamado de libração, onde o movimento das asas desenha um símbolo de infinito.
Estes decerto têm a estratégia mais diferente. São os únicos que conseguem ficar um tempo considerável parados, voar para trás e até de cabeça para baixo.
Este vôo é chamado de libração, onde o movimento das asas desenha um símbolo de infinito.
Isto só é possível devido à anatomia das asas dos beija-flores.
Seus braços são minúsculos e a maior parte da asa é composta pela mão. Então, com o movimento do pulso conseguem produzir estes deslocamentos.
Seus braços são minúsculos e a maior parte da asa é composta pela mão. Então, com o movimento do pulso conseguem produzir estes deslocamentos.
Corujas e o voo silencioso
Corujas são rapinantes noturnos e sua maior arma é chegar despercebidas. Pequenos mamíferos são algumas de suas presas principais, e eles têm uma ótima audição.
- ser stealth foi seu trunfo para sobreviver -
Mas como elas fazem?
Corujas são rapinantes noturnos e sua maior arma é chegar despercebidas. Pequenos mamíferos são algumas de suas presas principais, e eles têm uma ótima audição.
- ser stealth foi seu trunfo para sobreviver -
Mas como elas fazem?
Primeiramente as penas são super macias, diminuindo o atrito. E lembre-se, quanto mais atrito e movimento, maior o som.
Adicionalmente, possuem asas muito longas, diminuindo a necessidade de fortes batidas e seu segredo: franjas nas penas mais na ponta da asa, as 10as primárias
Adicionalmente, possuem asas muito longas, diminuindo a necessidade de fortes batidas e seu segredo: franjas nas penas mais na ponta da asa, as 10as primárias
Estas franjas criam mini vórtices de ar entre elas, quebrando a resisistência do ar e assim fazendo o mínimo de som possível.
E assim elas caçam à noite, quase como fantasmas!
E assim elas caçam à noite, quase como fantasmas!
E é isto galera, se quiserem saber sobre um animal específico podem perguntar!
Aqui falei sobre as estratégias mais notáveis, mas existem várias outras :)
#CientistaDeTwitter #ProjetoDivulgar
Aqui falei sobre as estratégias mais notáveis, mas existem várias outras :)
#CientistaDeTwitter #ProjetoDivulgar
📷 por
Albatroz: Niclas Ahlberg
Fragata : Ricardo Japur
Asa preto e branca: Hugues Beaufre`re
coruja buraqueira: superinteressante
Albatroz: Niclas Ahlberg
Fragata : Ricardo Japur
Asa preto e branca: Hugues Beaufre`re
coruja buraqueira: superinteressante
