Ontem, divulguei alguns dados do perfil de consumo brasileiro durante a pandemia. Gostaria de comentar um outro elemento deste levantamento. Começo pelo aumento de compra de livros (fio bem pequeno)
1) As buscas por "Amazon Kindle" aumentaram em média 80%." Ocorre que somente 52% dos brasileiros são leitores e eles leem menos de 5 livros por ano. 30% dos brasileiros nunca compraram um livro. A leitura fica em 10º lugar na preferência de atividades de lazer
2) o tráfego do YouTube aumentou em 9,1% entre fevereiro e março. Mais um dado interessante já que a série histórica dos últimos 4 anos indicam que Youtube não estaria entre as plataformas em alta. A pandemia pode ter alterado esta lógica de consumo.
3) O volume de downloads em apps dos 3 principais aplicativos de treino cresceu em 291% entre fevereiro e março. Fico pensando se é mais intenção que gesto, já que o mercado de consumo de vinhos está em alta. Assim como as entregas de comida pronta via Rappi (crescimento de 71%)
4) finalmente, estamos nos moldando socialmente: na busca por adaptação da sua casa para a implantação de home office e na procura por plataformas de web meeting (aumento de 519%). Como eu digo: estamos vivendo uma mudança no nosso processo civilizatório. (Fim)
5) Ahhh. Esqueci de comentar um traço de nossa inconstância que o levantamento revelou. Começamos a procurar produtos para aumentar a imunidade no início da pandemia e, já no mês seguinte (abril), as buscas caíram. Afinal, raramente seguimos o planejado?
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Bolsonaro, o Jair, visitou o presidente da Hungria, de extrema-direita. Deu tapinha na barriga do "companheiro" e disse que têm muito em comum. Isso já sabemos. Vale a pena um fio sobre o que é a extrema-direita mundial. Lá vai:
1) Na Europa, a extrema-direita se organiza em partidos que tomam entre 13% e 26% das cadeiras do parlamento nacional dos seus países. Como se percebe nos mapas abaixo, formam um cinturão europeia e já se pode falar numa rede continental que o Jair tenta se vincular.
2) Na América Latina, não há tal organização, mas há governos ultraconservadores e há think tanks e organizações que movimentam corações e mentes nesta direção. No mapa, é perceptível o papel do Brasil e o peso do governo de extrema-direita de Bolsonaro, o Jair.
Cantalice, o importante dirigente petista do RJ, não concordou comigo sobre o perfil social-liberal do discurso de Lula na entrevista com os jornalistas independentes. Achei melhor explicitar minha opinião. Lá vai:
1) Lula, em sua entrevista à mídia independente, esboçou as bases de um programa social-liberal. Chegou a dizer que seu governo será de centro e que buscará, se for necessário, até forças de centro-direita para compor.
Nada mais nítido em termos de suas intenções.
2) Sugeri que o que Lula apresentou chama-se social-liberalismo. Vou delinear, então, as diferenças entre social-liberalismo, socialdemocracia e neoliberalismo. Vejam esta explicação :
Bom dia. Anos atrás, uma equipe de jornalistas comandada por Dany Starling produziu o 15 minutos #sqn onde eu entrevistava algumas lideranças sociais ou personalidades que queríamos explorar mais suas ideias e perfis. Vou postar algumas dessas entrevistas. Espero que apreciem:
1) Em julho de 2014, entrevistamos o espanhol Javier Toret, que estudou - e militou - nas grandes manifestações espanholas de 2011 e anos seguintes. Toret trabalhou com Manuel Castells e esteve diversas vezes no Brasil. Acesse aqui:
2) Agora, a entrevista com Ciro Gomes. Eu e Alexandre Vasilenskas o entrevistamos. Fiquei surpreso com a confusão dele: se apresentava como neodesenvolvimentista, mas tinha um forte pendor liberal em alguns temas. Veja: facebook.com/watch/?v=47803…
Não imaginava que a minha observação sobre a fala de Lula gerasse tanta polêmica. Como ocorreu, vou explicitar minha posição pessoal (que já verbalizar em muitas lives):
1) Eu não vou encher a vida do Lula. Não farei oposição a ele nesta campanha. Acho que ele é o candidato viável e que abrirá espaços para a esquerda e para movimentos populares.
2) Expectativa rebaixada? Pode até ser. Mas, minha questão é outra. Acho que devemos disputar o programa e os ministérios. Este é meu ponto.
O que uma constatação gera, não? Venho afirmando há meses que Lula está ao centro, mas muitos petistas fanáticos achavam que era provocação de minha parte. Ontem, Lula disse com todas as letras que estão centro.
Seria possível um perfil como a candidatura de 1989? Evidente que sim. Mas, Lula é outro político. Continua o mais importante político do país, mas deu essa guinada ao centro. Somos o sétimo país mais desigual deste planeta r a massa do eleitorado quer mudança.
Idolatrar Lula ou idealizá-lo como infalível é um erro político perigoso porque embora a capacidade de enxergar a realidade e cria descompromisso pessoal porque transfere sua responsabilidade para o ídolo.