Thread by @TiagoMitraud

MP 979 é desastrosa e deve ser devolvida. Mas sabe o q ela tem em comum com o atual processo de eleição de Reitores? A priorização d interesses políticos ao invés de técnicos

Siga o fio e entenda pq eleições diretas não garantem o melhor interesse de quem paga conta: a população

Estudo realizado p ex-reitor da USP Marcovitch com 27 universidades estrangeiras de ponta aponta q NENHUMA adota eleições diretas

Maior parte adota avaliação técnica por colegiado qualificado q indica melhores candidatos p decisão final de órgão superior
jornalggn.com.br/educacao/as-el…

O q experiência internacional ensina, e o q defendo p o Brasil é:

Reitores devem ser escolhidos a partir de um comitê de busca q, através de edital técnico, avalia candidatos de forma independente e indica os mais qualificados p validação do Conselho Superior e escolha do MEC.

Sabe quem faz isso no Brasil? O ITA, não por acaso considerado uma das melhores instituições de ensino superior do país.

Veja aqui o edital de seleção com os critérios técnicos e demais procedimentos adotados para escolha do Reitor, por mandato de 4 anos

ita.br/comissaoaltoni…

Argumento de q eleições diretas são "mais democráticas" é uma falácia

Público interno das universidades ñ são os únicos interessados na decisão.

Prof Bruno Reis, da UFMG, aborda bem a questão neste artigo intitulado "Democracia para quem, cara pálida?"
ufmg.br/boletim/bol159…

A sociedade, q paga a conta, é a quem a universidade serve

Portanto, a escolha do Reitor deve se basear em qual candidato é o mais capaz p fazer a universidade melhor atender aos interesses da sociedade

Eleições diretas viram concurso de popularidade e propostas corporativistas

O público interno das universidades pode contribuir, mas como UM dos agentes interessados, não o único. E devem ser adotados mecanismos q impeçam conflito de interesses.

Ainda no estudo de Marcovich, os reitores foram perguntados o q achavam da hipótese de eleição direta. Veja:

Reitor da Universidade de Oxford, Inglaterra, Dr. Colin Lucas:
“Absolutamente não. Isto produziria resultados baseados em considerações altamente políticas e campanhas com promessas sendo feitas ou procedimentos não adequados ao tipo de liderança que uma universidade necessita."

University College London, Chris Llewellyn Smith:
"Tenho observado q em alguns países onde há esse tipo de eleição para reitor surge a tendência de candidatos lançarem plataformas com base em propostas populistas, q poderão não trazer os melhores resultados para as universidades"

Dr. Douwe D. Breimer, da Universidade de Leiden, Holanda:
“Não me parece que uma eleição geral seja uma boa idéia. Um reitor deve ser escolhido com base em sua forte competência. O risco de eleições gerais é que a política venha a ser o mais importante”.

Dr. Ignácio Berdugo Gómez de la Torre, da Universidade de Salamanca, Espanha:
“Sou claramente contrário ao voto direto. Entendo que, ao ser ponderado, tenha este uma grande carga demagógica e traga mais inconvenientes do que a legitimação pretendida”

Dr. J. Shapiro, McGill, Canadá:
“Contendas envolvendo publicidade politizam desnecessariamente o ambiente e raramente produzem a liderança necessária p instituição acadêmica. Existem mtos stakeholders da Univ q ñ são representados por aqueles q a freqüentam ou nela trabalham”

Dr. William R Brody, Univ. Johns Hopkins, EUA:

"Se a estrutura de governança permitisse a escolha direta, a Reitoria ficaria politizada ao ponto em que o próprio Reitor não poderia levar avante sua missão com eficácia”

Todos eram os Reitores na época da pesquisa, feita em 2005.

Em suma, delegar escolha do Reitor, ainda q temporário, somente ao MEC é uma temeridade.

Mas processo adotado nas instituições públicas brasileiras também é problemático e precisa ser revisto

Estou finalizando proposta na linha q comentei acima e em breve apresentarei na Câmara