Se parece com a COVID, mas não se espalha como COVID. Ataca todos os estados, incluindo aqueles que estão fazendo testes. Essa SRAG não é COVID e eu volto a explicar o porquê, desta vez com dados, mostrando a má interpretação dos jornalistas
A SRAG não cresce como uma epidemia. Após o aumento abrupto nas semanas 11 e 12, fruto de mudanças nas diretrizes de notificação de síndromes respiratórias que agora passaram a ser suspeitas de covid e precisavam ser notificadas, a SRAG se mantém estável em MG.
A queda de SRAG no gráfico anterior se deve a atraso em testes, pela baixa testagem de MG, o que realmente é um problema. Mas mesmo em SP, a SRAG também estabiliza, diferente do que aconteceria se ela fosse COVID mal diagnosticada. E SP faz muito teste hein!
Ok. Mas se MG faz pouco teste... quem me garante que as amostras foram colhidas e testadas? Dados do SIVEP-Gripe. 92% foram testados. Os 8% não foram colhidos ou a amostra foi rejeitada por coleta fora do periodo ideal ou oq "estragou" antes de chegar ao laboratório.
Ah! "Mas essas amostras estão sendo colhidas fora do período ideal!" Não estão não. A grande maioria é colhida entre o 3° e o 7° dia após o inicio dos sintomas ou antes do 10°, o que pro PCR é um período aceitável, apesar da queda de sensibilidade fora do período ideal.
Poxa, mas esse teste de PCR pode falhar, mesmo colhido no tempo certo. Sim, por isso olhei também o quadro clínico e o tempo que quem morreu por SRAG e COVID demorou pra morrer. Quem morre de SRAG morre muito mais cedo, indicando uma doença mais grave que a COVID.
A curva de quem morre por COVID confirmada mostra que essas pessoas morrem mais a partir do 6° dia de sintomas, o que condiz com o quadro de COVID, enquanto quem morre por SRAG tá chegando com um quadro tão grave que morre com 3 dias ou menos, na média.
Mas o que são as SRAGs então??? Pois é. Avaliei as fichas e são Câncer de pulmão, infarto, septicemia, infecção urinária, AVC, DPOC... todas condições que levam à SRAG e devido às mudanças nas diretrizes, precisam agora ser notificadas.
Por essa razão, concluo que está havendo uma má interpretação do aumento de SRAGs, que infelizmente está jogando a opinião pública contra o governo, que estaria "escondendo" casos. Se alguma coisa a @SaudeMG precusa melhorar são de fato, os números de testes, q estao uma vergonha
Sobre óbitos. Como explicar o excesso? COVID subnotificada. Essas COVID não estão sendo notificadas porque não foram detectadas pelo sistema de saúde por falta de testes. Não porque o governo está deliberadamente jogando isso pra SRAG.
Falei disso incansavelmente nas lives do @olaciencia e por não ter alcançado quase ninguém pq o canal é pequeno, eu resolvi fazer um vídeo que com certeza vai ter mais alcance. Então sigam e se inscrevam lá, o vídeo sai amanhã cedo: youtube.com/olacienciabr
Quando você critica essa frase e a repete como um papagaio sem consciência, pra justificar o porquê estamos vivendo uma crise, claramente você não entende nada do quanto custa uma vida.
Pensando apenas no lado econômico, uma pessoa morta custa muito mais ao Estado do que você imagina. Ela deixa de produzir milhares, ou milhões de reais no longo prazo. Muito mais do que custaria se ela ficasse em casa no início ou se seguisse as orientações de saúde.
Deixar um vírus letal circular livremente causaria mais do que 670 mil mortes e cada morte representa não só um dano severo à família, mas também à economia de um país.
Eu tenho certeza que a varíola de macaco será classificada como Emergência de Saúde Pública de Interesse Internacional em alguns dias. Eis o porquê. #monkeypox
Toda semana, a OMS tem enviado relatórios da situação da monkeypox no mundo. E desde o primeiro caso na Inglaterra, eu tenho lido os relatórios pra fazer o #ciencianews, quadro que traz notícias científicas lá no @olaciencia. Pois bem, algo mudou de duas semanas pra cá.
Estamos vendo o avanço do vírus pelo mundo(ou deveríamos). A curva já apresenta crescimento exponencial, com cadeias de transmissão independentes em pelo menos 39 países e 1806 casos confirmados até 15/06.
Tenho visto muita gente dizendo que DC não vale a pena e que não sabe por onde começar.
Estamos nessa estrada há 6 anos com o @olaciencia, e acho que posso ajudar.
Segue o fio!🧶
Um dos maiores desafios de quem inicia na DC é ter um alcance considerável ao ponto de "compensar" o imenso trabalho de coletar, analisar e divulgar a informação científica.
Por isso, é crucial que antes mesmo de começar, você conheça bem o seu público.
Se você estuda "câncer de próstata" ou "eventos extremos de chuva", vale a pena pesquisar se esses assuntos têm demanda.
Você possui um conhecimento que seja mais abrangente? Que tenha maior interesse?
Como por exemplo, "como evitar o câncer" ou "mudanças climáticas".
Muitos se perguntam como alguém pode apoiar um remédio sem eficácia. Para quê? A verdade é que essa indústria movimenta muito dinheiro. E eu acompanho grupos de negacionistas há pelo menos um ano para entender como ganham dinheiro com esse modelo de negócios.
Como o negacionista empreendedor ganha dinheiro:
1) Conquista a sua audiência com argumentos de autoridade. Não é raro ver médicos formados em excelentes universidades, defendendo tratamentos ineficazes (na maioria dos casos, conscientes do erro).
2) Conquista as pessoas pelo medo e pela escassez. Temos uma pandemia em curso e poucos médicos que defendem tratamentos ineficazes. Automaticamente, se ele passa a defender, ele é um profissional escasso.
Não existe protocolo 100% seguro. Ana Maria testou positivo hoje (provavelmente em um teste rápido de antígeno), mas disse que estava sentindo uma "gripinha" desde quinta-feira. Ou seja, pode ter infectado toda a produção de quinta e sexta. g1.globo.com/pop-arte/notic…
Na sexta-feira, ela conversou com o ator Alexandre Borges, cara a cara. Se você está com sintomas, fique em casa, mesmo se o teste der negativo. Teste de antígeno ou mesmo o PCR podem falhar, principalmente se a carga viral for baixa.
A sensibilidade do teste de antígeno, mesmo se acima de 90%, é em relação ao PCR, que apesar da sua sensibilidade analítica ser próxima dos 100%, tem sensibilidade clínica próxima dos 70%. Em outras palavras, PCR e antígeno, podem dar falso-negativo. Não existe protocolo seguro.
Acho que sendo mais transparente. Sabíamos que uma vacina com eficácia de 50% teria que ser aplicada em mais de 90% da população para segurar a epidemia. Isso considerando que ela impede a transmissão (o que não sabemos). Ressaltar as limitações de cada vacina é ser responsável.
Antes de mais nada, destaco que mesmo uma vacina com 40-60% de eficácia tem o seu valor, pois trata-se de redução de riscos de casos, internações e óbitos. Cada vida importa. Quando não se tem doses suficientes, uma estratégia usando uma vacina 50% eficaz é válida.
O problema é que a eficácia é apenas um dado científico que depende da taxa de transmissão do vírus. Para um vírus controlado, com baixa circulação e taxa de transmissão, uma vacina com 40% de eficácia é suficiente. Em uma pandemia disseminada, não é.