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[AS BOLSAS DA CAPES]
Quem perde e quem ganha? Perde quanto? Como estamos financiando a formação de cientistas quando o país mais precisa deles e delas?

Entenda nessa #AstroThreadBR
Os dados que apresentamos aqui são referentes às portarias 18, 20, 21 e 34 da CAPES, publicadas em fevereiro e março deste ano.

Eu e o @ReinaldoRamosd6 analisamos as mudanças, e publicamos artigo com a @SBPCnet.

Principais conclusões mais abaixo.

abori.com.br/educacao/novas…
As portarias mudam a distribuição de bolsas entre programas de pós-graduação, baseado em critérios de (1) avaliação do programa, (2) IDHM do município onde o programa está situado e (3) número de titulados do programa (quanto mais melhor).
Explicando os termos:

Tradicionalmente, programas contam com cotas permanentes, ou seja, bolsas que passam pra outra pessoa quando alguém termina o mestrado ou doutorado.
Após as portarias, se um programa perde bolsas, elas viram "empréstimos". Ou seja, mestrandos e doutorandos podem terminar os estudos, mas a bolsa será perdida depois disso. É um corte no futuro, digamos.
PRIMEIRA CONCLUSÃO:

A CAPES anuncia que passamos de 80 para 84 mil bolsas. Mas são *14 mil* empréstimos (eram cerca de 3 mil antes). Ou seja, quando eles acabarem, o número de bolsas permanentes cairá de 77 para 69 mil, um corte de mais de 10%.
SEGUNDA CONCLUSÃO

As mudanças não foram iguais para todos. Programas nota 3 (a mínima) perderam 40% de suas cotas permanentes, e programas nota 7 (a máxima) ganharam 10%.
A CAPES argumentou que as mudanças beneficiariam programas em áreas de baixo IDHM, mas isso não aconteceu.
O fator decisivo foi o número de titulados, tipicamente mais alto em programas maiores.

As portarias efetivamente tiram verbas de programas pequenos e passam para programas grandes. Uma concentração de investimentos.
Vale lembrar que programas com notas baixas não são necessariamente "piores", mas... menores.

Todo novo programa tem nota mínima, e precisa subir degraus aos poucos. As portarias prejudicam os programas mais jovens.
Importante: o Brasil tem apenas 7,6 doutores por 100 mil habitantes, contra 20 dos EUA e 40 de Portugal. Se buscamos excelência científica, precisamos apoiar novos programas, não sufocá-los.
No artigo, argumentamos que a melhor política não é penalizar programas pequenos, mas criar um planejamento sustentável de melhorias.

Ao cortar de quem tem pouco, impedimos o crescimento da pós-graduação no país, e dificultando a formação da próxima geração de cientistas.
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