Essa voluntarismo aí é bonito para reter uma miséria ali e outra acolá. Mas se a gente estiver falando de romper com o sistema, de parar a matança, de parar a fome... meus amigos, minhas amigas... não, o voluntarismo precisa ceder lugar à organização política. +
Primeiro porque esse voluntarismo de internet parece ignorar quetuíte, seutubí, fechebook, estagrando (sobretudo esse dois último) não é casa do povo. Operam uma lógica permissiva para a "solidariedade ongueira" e ruim para a organização da luta. +
Até outro dia a @ReajaOu nem conseguia postar qualquer comunicado deles em texto no feixe. Isso para a gente imaginar como opera o silenciamento sem vergonha alguma. E é multinacional privada né? A gente num tem direito em cima dos caras. É tudo deles. +
Daí é ver como o feici foi importante para Primavera Árabe e como o resultado foi uma merda para o norte de África e Oriente Médio como um todo. Como perdemos nacionalistas para o terrorismo mais safado e entreguista. +
Fora das redes tem esse oba oba de manifestação disso e daquilo que apareceu na França ou no EUA. Ok, cumpre a tarefa de marca posição e tem sua importância. Mas por que as ações do dia a dia dos mesmos temas, das mesmas dores não nos empolgam?+
Tem que ceder espaço para a organização política. O voluntarismo não dá conta da complexidade desta armadilha perversa que o capitalismo está construindo para os povos. É água, é ataque a território, vigilância, violência de Estado... isso não se resolve numa manifestação. +
E tem que ter clareza que ser efetivo é, muitas vezes, floppar nas redes. Então se uma comunidade se torna autônoma com a água, energia ou sua própria educação, isto não gerará engajamento aqui. Mas é avanço na luta deles. É defesa de seu povo. +
Também a gente vai ter que entender que derrotas no campo público, eleitoral, político não significam que não estaremos avançando. Tem que ter esta clareza e paciência histórica. Ou gente vai seguir remendando as escravidão eternamente? É isso.
