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Maior nome do Neorealismo, John Mearsheimer esteve em live com brasileiros esta semana.
Ele aceitou fazer projeções e falar do "caso brasileiro".
Segue fio(zão):

John Mearsheimer: The plague and the future of international politics via @YouTube
Um país desprovido de visão estratégica como o Brasil precisa desesperadamente de John Mearsheimer (doravante JM) (1/24)
A percepção, contra todas evidências, de q que a arena internacional é essencialmente um espaço de cooperação, regido por ideais kantianos é profundamente arraigada no senso comum nacional, mas tb em quase todas universidades e instituições q lidam c política internacional (2/24)
Para JM, essa percepção mitológica não se opõe às evidências de q a história global é marcada por permanente disputa e rivalidade – às vezes brutalmente violenta – como é ilógica: em uma arena na qual não há autoridade, onde ñ existe Estado, a lei do mais forte prevalecerá.(3/24)
Além disso, como as fontes de poder dos países mudam e é impossível saber com razoável grau de certeza o que os demais países pretendem, o máximo que se pode esperar são platôs de estabilidade passageira. (4/24)
Naturalmente, há situações em que essa instabilidade se reduz – como foi durante a Guerra Fria e idealmente seria caso os EUA conseguissem sustentar a unipolaridade vigente após a queda do muro. (5/24)
O “mundo de JM” é bastante parecido com o mundo dos geopolíticos, mas deles se afasta pq 1, ele busca uma teoria geral de como o poder global se move e de como condiciona as condutas dos países (Geopol é menos abrangente e é marcadamente nacional e normativa); (6/24)
2, apesar de, para JM, a Geografia ser uma importante força na determinação do poder relativo dos países, este se move por outras influências, notavelmente a economia, na qual a ação consciente dos homens é capaz de alterar fundamentalmente o statuo quo inicial (7/24)
De forma simplificada, a riqueza nacional e o tamanho da população determinam quão poderosos são os países. Assim, 2o JM, apenas 3 são gdes potências atualmente – China, EUA e Rússia, a última mais por sua extensão e pela manutenção de uma impressionante capacidade militar.(8/24)
Outros países normalmente lembrados – p ex: Índia, Japão, 🇧🇷, 🇩🇪 – não são e ñ serão em um futuro visível gdes potências, não apenas pq são muito mais fracos que aqueles 3 mas tb pq são incapazes de expandirem sua influência e se consolidarem como potências regionais. (9/24)
A ascensão da China pode desacelerar nos próximos anos, mas é muito provável que ela se torne um rival tão ou mais poderoso que os EUA se nenhuma grande ruptura ocorrer. (10/24)
Para que ela se consolide nessa situação, contudo, precisa garantir hegemonia sobre seu entorno e instabilizar, ao menos um pouco, a grande influência que os EUA mantém pela maior parte do globo. (11/24)
Os EUA, por seu turno, são e continuarão a ser muito poderosos não apenas por fatores internos, mas também porque constituíram uma rede de influência notável, amarrando os interesses de muitos outros países – em particular os do “hemisfério ocidental” – aos seus. (12/24)
A Rússia perderá sua força quase inevitavelmente. 1o, porque é decadente em termos populacionais. 2o porque sua economia é excessivamente baseada em commodities. 3o porque ... está próxima demais da China, que ocupará o que resta de sua zona de influência na Ásia. (13/24)
E o Brasil?
O Brasil atualmente é uma Rússia sem os problemas demográficos mas também sem capacidade militar, de hard power. Sua vantagem clara é que aparentemente se encontra em uma região isolada e sem concorrentes relevantes.
Aparentemente. (14/24)
Como se pode observar facilmente, os EUA mantêm-se muito mais capazes de intervirem e de fazerem valer sua vontade sobre todos demais países ao sul do México que o Brasil. (15/24)
Isso pode ser visto em termos econômicos, mas muito mais culturais e militares: o que os EUA desejam é muito mais relevante mesmo para o distante Chile do que o que Brasil quer (essa questão está clara em uma das respostas que oferece ao final do vídeo, não na exposição) (16/24)
O Brasil nunca chegou a ser "dono de seu quintal". Nas poucas vezes em q pareceu se aproximar dessa situação – no final dos 70 e da década passada – sobrevieram graves crises que lhe devolveram à sua posição estrutural/natural : subpotência americana, com poder “delegado”.(17/24)
Mearsheimer não se intimida em dar respostas para o Brasil buscar uma posição entre os grandes.
Para ele, isso não é contraditório com apenas perseguir um bom padrão de vida para todos (que seria nosso objetivo nacional, 2o um participante) (18/24)
Na verdade, se o 🇧🇷 conseguisse isso, com renda média semelhante, digamos, à da 🇰🇷 ou 🇵🇹, ele necessariamente passaria a dispor de grande poder – (muitos recursos, habitantes e PIB).
Nesse momento, passaria a atuar na arena internacional para não mais deixar de ser rico. (19/24)
Há q frisar q p JM isso não é uma decisão livre: conquistada uma posição de destaque, ela tem de ser mantida e isso implica em atuar internacionalmente nesse sentido. (pequenos países ricos podem fazer isso de forma adaptativa e até passiva – um Brasil rico não poderia)
(20/24)
Replicando o exercício que JM faz para a🇨🇳, c renda semelhante à 🇰🇷, o PIB seria USD 5,6 tri – o 3o maior do mundo.
C a renda de 🇵🇹, o 🇧🇷 seria maior q 🇩🇪(4º) e mais e o dobro da Rússia. Portanto, mesmo c padrão de vida apenas bom, o seríamos necessariamente 1 economia gigante.
O que fazer para atingir esse patamar?
Em 1o, buscar de forma inteligente e pró ativa pendular entre os dois gigantes.
Segundo JM, a China em particular estará disposta a oferecer muitas vantagens para que o Brasil “penda para seu lado”.
(22/24)
Em 2o lugar, JM diz que o Brasil pertence ao restritíssimo grupo de países que podem aspirar a uma posição superiora por si mesmos (até certo ponto, claro). (23/24)
Para isso, tem de colocar em primeiro plano a expansão econômica.
JM diz que s fosse brasieiro, tentaria de todas as formas ("would go to great lenghts") atingi-la, pois disso dependeria escapar, crivelmente, da situação de país secundário na qual nunca deixou de estar. (24/24)
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