1/9 P/ qm ainda ñ assistiu o @rodaviva c/ a @TaschnerNatalia, escrevi um fio c/ alguns pontos levantados durante a entrevista, junto a comentários de minha parte. Esse fio ñ é substitutivo do #RodaViva. Corre lá e assiste assim quando tiver um tempinho ;-)
2/9 A Natalia levantou um questionamento no contexto dos preprints: Qual o equilíbrio entre comunicação científica entre cientistas e comunicação científica entre não cientistas? Se alguém acha q há uma solução fácil p/ obter esse equilirio, suponho q ñ está entendendo o problema
3/9 Eu gravei um episódio no Spin de Notícias do @PortalDeviante falando sobre pré-prints lá no começo da pandemia e abordava essa questão: Os preprints não são feitos para leigos lerem, mas leigos estão lendo. E aí? O que fazer? Não tenho resposta p/ isso deviante.com.br/podcasts/spin/…
4/9 A @TaschnerNatalia trouxe também uma falsa dicotomia frequentemente levantada durante essa pandemia: "É melhor tratar c/ hidroxicloroquina do q fazer nada". Como ela muito bem colocou, ñ existe esse "fazer nada". Não existir um remédio que atue diretamente no vírus, ñ impede
5/9 que sintomas sejam tratados e que o bem estar do paciente seja buscado, através de hospitalização, ventilação mecânica, oxigênio, suporte quanto a quadros que podem se desenvolver concomitantemente à COVID19, dentre outras coisas. Não se está abandonando o paciente por não
6/9 ceder a intervenções sem evidências científicas. É a saúde do paciente em jogo, é infraestrutura de saúde q pode colapsar ainda mais com complicações oriundas do mal uso de fármacos, é muita coisa em jogo. Em outro instante, ela traz um pensamento que deve passar pela cabeça
7/9 de muitas pessoas: "Se está no SUS, se está autorizado pelo Ministério da Saúde, se é autorizado pelo Conselho Federal de Medicina, quem somos nós cientistas para dizer que não funciona?", isso com relação a homeopatia, por exemplo. É bastante preocupante que instituições
8/9 desse nível autorizem e induzam o uso de intervenções sem evidência científica, q podem trazer prejuízo ao paciente e ainda mais com uso de recursos públicos. É muita falta de responsabilidade. Sobre o episódio da publicação da Lancet, concordo com a Natalia: Poxa, que legal!
9/9 *Cientistas* identificaram o erro, rapidamente, e assim como estes, rapidamente a revista iniciou uma investigação e retratou o artigo. Erros acontecem, ainda mais sob pressão de uma pandemia. O importante é o sistema como um todo ser resiliente e corrigir esses erros rápido.

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Jul 30
Existem dois padrões que eu tenho visto em praticamente todas as áreas e que, embora óbvios, parece-me que muita gente resiste em perceber.

Desconsiderando exceções, não existe profissão que tenha grandes chances de você ser rico. Quem quer ser rico, tem que aprender a escalar,
e isso geralmente implica em gerir pessoas, abrir um negócio. O médico que você conhece que é riquíssimo é empresário. O engenheiro que você conhece que é riquíssimo é empresário. E assim por diante. Exceções são exceções. Ou seja, quer ser rico? Planeje-se para ser empresário.
Não há garantias aqui, claro, mas a chance de você ser rico trabalhando na ponta, sem gerir ninguém, e em uma função que não envolva ganho de escala é virtualmente 0. A segunda obviedade é que você pode se capacitar absurdamente para continuar na ponta, ou para gerir pessoas. E
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Mar 14, 2022
1/17 Prontos p/ mais um fio de #causalidade, #vieses e #guerra? Hoje vou contar p/ vocês a história de John Kragh, um cirurgião do exército americano, q ficou conhecido como “O cara do Torniquete”. P/ quem ñ conhece, o torniquete é um dispositivo qualquer utilizado para conter
2/17 hemorragias. Imagine q você teve um corte fundo no antebraço, e está sangrando muito! Um exemplo de torniquete seria amarrar algo acima do cotovelo para conter o fluxo sanguíneo e impedir q você morra por causa da hemorragia. Como esse tipo de episódio ñ é comum no nosso
3/17 dia a dia, ñ é comum vermos torniquetes sendo utilizados. Uma outra razão é q torniquetes ñ são recomendados, só é p/ utilizar em última instância! P q? Pela facilidade com q outros danos possam ocorrer, como necrose e perda do membro. Outras práticas são preferíveis. Certo
Read 19 tweets
Mar 14, 2022
1/10 Já ouviu falar de viés de sobrevivência? Se já ouviu, muito provavelmente conheceu o conceito acompanhado da imagem abaixo. Durante a 2a Guerra Mundial, um estatístico chamado Abraham Wald recomendou reforço nas áreas com menos marcas de tiro nas aeronaves q retornavam do
2/10 combate. Talvez vc teria recomendado diferente. Isto é, reforçar as partes q estavam danificadas por muitos tiros. Qual o pulo do gato aqui? Se nenhuma aeronave retornava com tiros em uma região, é porque tiros naquela região tinham maior chance de abater a aeronave. Observe
3/10 q na imagem ñ há marcas de tiro onde o piloto fica ou nos motores. Adivinha, por ex, o q acontece se você destruir a cabine do piloto?😅 P/ quem gosta de DAGs, esse caso seria apresentado como na figura abaixo. Como apenas as aeronaves q retornavam eram analisadas, é como
Read 12 tweets
Jun 21, 2021
1/8 Carl Sagan disse que "Não quero acreditar, quero saber", e estou junto a ele nesse desejo. No entanto, é fácil perceber como esse raciocínio pode passar uma ideia bem diferente para quem ñ tem treinamento científico. A ciência é um exercício de acreditar, seja nos resultados
2/8 dos estudos de outros autores, em pressupostos não verificáveis, ou mesmo na ausência de vieses de nossa parte. Não é uma crença cega, sem fundamento ou movida por emoções, isso sem chance de dúvidas não é (ou ao menos a ciência bem feita não é), mas depende de crença. Quem
3/8 é cientista sabe do que estou falando, mas com certeza para alguns pareceu nebuloso o que disse acima. Portanto, vamos a um exemplo. Imagine que você coletou alguns dados e fez algumas análises de estatística descritiva para checar algumas coisas. Você percebe que esses dados
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Sep 23, 2020
1/11 Após escrever esse tweet, peguei-me pensando sobre muitas pessoas de fora da academia ñ saberem o q significa crença dentro da ciência. Isso me lembrou inclusive de um episódio do #SciCast (@PortalDeviante) que gravei há alguns meses onde brincávamos q iríamos falar sobre
2/11 crença, e o uso de um teorema matemático q usa crença para validar a hipótese de Jesus ter ressuscitado. Estou falando do Teorema de Bayes. Se quiser saber mais, recomendo ouvir o episódio! Ficou super legal. Se acha q estou brincando sobre a palavra deviante.com.br/podcasts/scica…
3/11 crença, trago aqui um print da página da Wikipédia. E digo mais, vai além disso! Em várias metodologias científicas nós utilizamos de pressupostos. Alguns pressupostos podem ser checados, de modo a identificar violações. Outros, NÃO. Ou seja, vai na base da fé. Por exemplo, Image
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Sep 20, 2020
1/4 O cidadão liga para a assistência técnica de seu carro e conta a seguinte história pitoresca: Sempre que vou tomar sorvete de creme na sorveteria, meu carro tem dificuldade de ligar quando vou embora. O curioso é que se eu escolho qualquer outro sabor, o carro funciona normal
2/4 Já tentei vários sabores e o carro funciona normal, mas se eu escolho o bendito creme... Tenho dificuldade em fazer o carro ligar. O carro não gosta de sorvete de creme? 🤣 Quem me segue já está cansado da velha máxima, né? "Correlação não implica em causalidade". Após
3/4 investigação, os técnicos descobriram que havia uma peça superaquecendo. O sorvete de creme é o que mais saía, tinha um fluxo diferente. Imediatamente se recebia o sorvete após pagar, e a peça ainda estava quente. Os outros sabores demoravam mais para sair e era o tempo
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