Tem umas coisas que irritam. No Brasil, quem colocou o debate racial na arena política - longe dos termos da democracia racial e da miscigenação silenciadora - foi a população negra.
Se informar como essa disrupção foi feita, ninguém quer. Agora ser leviano, é o que mais tem.
Se informar como essa disrupção foi feita, ninguém quer. Agora ser leviano, é o que mais tem.
E sim, se vocês tão descobrindo que “raça” é um construto social agora, PARABÉNS, gênios. Realmente é de se impressionar o intelecto de vocês. Agora o utilizem para ter mais responsabilidade antes de emitir opinião a partir do próprio umbigo.
Falam tanto em descolonizar e não sentam a porra da bunda para ler nenhum preto brasileiro que não os agrade. Talvez lendo, vocês vão entender como, a despeito dos limites, a forma como intelectuais e movimentos negros mobilizaram as categorias raciais ainda são as mais adequadas
Alguém já parou para pensar como e por que pardos e pretos são colocados sob a alcunha de negros? Já refletiram como essas categorias batem com os dados estatísticos de exclusão e violência? Alguém já parou para pensar a semiótica da morte e do poder no Brasil?
Se você nunca parou para pensar nessas coisas, desculpe a franqueza, a sua opinião é a mesma que eu tenho sobre engenharia aeroespacial: NADA.
Tem gente fazendo esse debate há décadas e com muito custo. De novo: não sejam irresponsáveis e cheguem na porra do sapatinho.
Tem gente fazendo esse debate há décadas e com muito custo. De novo: não sejam irresponsáveis e cheguem na porra do sapatinho.
Tem gente de esquerda querendo debater “raça” e racismo no Brasil colocando a discussão igual a Veja, o Demétrio Magnoli ou Ali Kamel em 2020. É patético.
E mais duas coisas:
Se raça é um construto político, a ideia de miscigenação também o é. Não a tratem como algo natural, especialmente na América Latina.
Nada mais reacionário, no Brasil, que relativizar a afirmação do lugar do negro. É a base de toda reação nesse país.
Se raça é um construto político, a ideia de miscigenação também o é. Não a tratem como algo natural, especialmente na América Latina.
Nada mais reacionário, no Brasil, que relativizar a afirmação do lugar do negro. É a base de toda reação nesse país.
Clóvis Moura já dizia que o “no Brasil ninguém é negro” ou “aqui todo mundo é negro” são base das ideologias contrarrevolucionárias no Brasil.
Vocês no mínimo deviam ter mais cuidado antes de vir com posições ou “dúvidas” levianas tiradas do cu.
Vocês no mínimo deviam ter mais cuidado antes de vir com posições ou “dúvidas” levianas tiradas do cu.
Não adianta nada ser craque em Fanon, Mbembe, Angela Davis ou qualquer outro preto estrangeiro quando sua opinião sobre o Brasil ainda é permeada por um inconsciente freyriano, que é um inconsciente formado no coração e na nostalgia da Casa-Grande.
