O que você faria agora?
Em uma probabilidade pré-teste de 5%, qual a chance da troponina ser verdadeiro-positiva?
Nunca pedir troponina então? Opa, não foi isso que falei.
Ele é um ótimo exame pra descartar. E em probabilidades pré-teste intermediárias, ele pode ser a luz.
Exemplos: dor que irradia pra o braço esquerdo = razão de verossimilhança positiva (RV+) 2.2. Para os dois braços = RV+ 9.7.
Significa que dor epigástrica não ajuda na elaboração da hipótese.
A saber: os estudos que definiram que dor epigástrica é um sintoma atípico e sintomas atípicos ocorrem em mulheres blábláblá.. deram o diagnóstico por ECG. Viés? Qualquer cardiomiopatia.
Obs: quanto mais alta a razão de verossimilhança, mais força aquele achado dá à minha hipótese. 1 é o valor nulo. Acima de 5 é bom
Então, ao avaliar dor torácica, pense também na RV-. O da dor epigástrica é 0.98, ou seja, também nulo.
Em outras palavras: Não descarta.
Agora, somando a história ao exame físico (que faltava propositalmente), e o RX, qual a hipótese?
Por essas e outras que há mais variáveis entre os exames e o verdadeiro diagnóstico do que a vã filosofia pode imaginar.
A saída pra isso tudo é colocar a clínica em primeiro lugar sempre. E não esquecer das exceções (contanto que não as trate como regra).